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No dia seguinte George e Francine acordaram cedo, tomaram café e Francine insistiu.

_ George!...Vamos andar a cavalo, quero sentir o vento no rosto! _ ela pediu com tanto carinho que não conseguiu negar o pedido, selaram os animais e seguiram para o lago. Andaram por um longo tempo, levou-a até a colina das pedras onde Catherine veio a falecer, ele precisava fazer isso e selar de vez aquela história, o outono já estava chegando, as arvores estavam perdendo suas folhas, e o vento estava perdendo o frescor e tornando-se gelado.

Voltaram para casa, alegres, pareciam dois adolescentes, uma brincando com o outro e rindo das atrapalhas que cada um fazia, todos achavam graça.

Após um mês, finalmente a escada e as portas duplas que davam para o salão e para o jardim dos fundos ficou pronto, colocaram as cadeiras em volta da grande mesa, George mandou trazer uma tenda Árabe branca, poderia ser usado ela aberta com seu véu amarado nas laterais, dando visão para os quatro cantos, o toldo era com um tecido mais grosso então a luz do sol não incomodava quem estivesse embaixo dela, O outono tinha chegado, mas ainda tinha uns dias de sol.

Era Domingo, o dia estava bom, Francine correu para arrumar tudo, sua mãe iria visita-la, esperava que seu pai fosse também, pois depois de seu casamento, nunca mais o viu, sua mãe dizia que ele não tinha tempo e que estava trabalhando muito e nos domingos queria descansar, pois já era velho e estava rabugento. Ela colocou uma bandeja de frutas frescas, flores, e esperou a chegada da mãe, não demorou muito e ficou encantada com a modificação do salão que ganhou uma entrada para o jardim, que na beirada da casa recebeu mudas de flores.

_ Venha mamãe, hoje vamos tomar um chá no jardim! _ disse toda contente, pois iria desfrutar da companhia da mãe e curtiria pela primeira vez o lugar.

_ Realmente minha filha, esta de parabéns, você soube fazer uma mudança em tanto! _ falou admirada com tanta beleza e sofisticação. George sabendo que a sogra havia chegado, foi ao encontro delas, vestido elegantemente, barba feita, fez Francine e Gertrudes se admirarem com a bela figura que se apresentava diante delas, elas sorriram e se olharam.

_ Como vai Sra. Gertrudes! _ pegando na mão dela e cumprimentando com um beijo respeitoso.

_ Vou muito bem obrigada! _ sorriu acanhada e admirada pela educação, era a primeira vez que ele a tratava bem, das outras vezes cumprimentava de longe e ia embora, o que teria mudado, estava impecável e tão amável.

_ E meu sogro!?...Não veio por quê? _ fez a pergunta se sentando em uma cadeira do lado de francine, onde poderia ver as duas.

_ Ele anda muito cansado ultimamente, não tem animo para sair!..._ Falou ajeitando o cabelo, o vento estava um pouco forte, e não queria que estragasse seu penteado.

A conversa se seguiu tranquila, Judite serviu o chá, George olhou desconfiado para a cor do já e logo foi dizendo sem cerimônia:

_ Leve essa porcaria daqui, e diga para Ivonete preparar ela mesma e diga para ela trazer _E empurrou quase deixando tudo cair no chão.

As duas ficaram olhando, mas não disseram nada, realmente o chá estava escuro demais, não beberiam.

_ Meu genro querido!... Como vão os negócios!?...Perguntou cortando o gelo.

_ Estão bem, obrigado!...Sua filha vem me ajudando muito!...A senhora não poderia ter feito uma filha melhor para mim! _ Disse sorrindo e levando o braço sobre o encosto e apoiando o queixo.

_ Que isso George!?...não diga um coisas desta, eu passo a maior parte do tempo em casa! _ e virando para sua mãe brincou _ Eu só faço é gastar o dinheiro de meu marido, ele pergunta o que eu quero e eu o encho de pedidos!..._ e riu segurando o braço de sua mãe.

Gertrudes ficou enciumada e não disse nada, só sorriu e de novo bateu a mão no coque para se certificar que tudo estava no lugar.

_ Mamãe, pedi a George que me trouxesse tecidos para a senhora, quero que mande fazer um lindo vestido no Alfaiate Bartolomeu. _ Se levantou e correu para dentro, pedindo a José que trouxesse o que estava no quartinho da bagunça.

_ Então meu Genro!...Quando veremos uma criança a correr neste quintal?...Já se passaram quase 5 meses e até agora nenhuma novidade? _ Disse Gertrudes, intrigada com tudo aquilo, será que Luiza tinha razão!?...Moravam juntos por aparência.

_ Minha Sogra!...o que vou lhe contar é segredo, e não quero que diga a Francine de forma alguma, ela esta passando por um processo de Depressão, o médico lhe receitou remédios e vitaminas, e sua saúde.....Vou ser claro, a Sra. É uma mulher casa, e eu já fui casado também! _ ele estralou a língua e continuou _ O médico pediu seis meses de jejum, e mesmo assim tenho que voltar com ela no médico para ele poder dar alta, infelizmente teremos que esperar, e mesmo assim, pretendo esperar mais um pouco, quero que ela esteja recuperada da depressão e pronta para esperar outro filho.

_ Sim meu filho!..eu entendo e faz muito bem!...Você é um cavalheiro e realmente Bruno soube escolher o marido de nossa filha, se fosse outro, teria forçado mesmo assim. _ Se perdeu no olhar, e ficou calada.

Francine esperou por um tempinho e junto com José colocou o Baú aos seus pés e abriram, George a observava, e se perguntou o que poderia ter acontecido para ela ficar daquele jeito, Quando Gertrudes viu os tecido, caiu num choro e agradecimento, fazia muitos anos que não recebia presentes tão lindos, e nunca mais mandou fazer um vestido se quer.

_ Ôh mamãe!... não chore! _ pediu Francine abraçando a mãe.

_ Filha, eu não posso pedir para Bartolomeu fazer meus vestidos.....ele cobra muito caro e não posso pagar. _ disse com a cabeça baixa e voz embargada. Francine olhou para ela e levantou seu queixo e disse:

_ Não se preocupe com isso!....Vou com a senhora para mandar fazer o vestido e pagarei por eles! _ Ela olhou para George, que consentiu com a cabeça.

_Eu faço questão minha sogra!...Quero ver a mãe de minha esposa elegante como sempre foi.

Conversaram mais um tempo, tomaram chá que Ivonete trouxe, e logo foi embora levando o baú com os tecidos e broches.


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