O clima de tensão continuava — e a música ao fundo também. Zezinho encarava o ancião esperando o melhor momento para atacar.
— E aí? Tá a fim de uma pedrinha? — disse "Rolling Stone".
Zezinho partiu para cima do rival, que desapareceu no momento em que seria atingido. Às gargalhadas, "Rolling Stone" reapareceu no lado oposto. Zezinho correu para atacá-lo de novo, mas mais uma vez fora driblado pelos poderes do oponente. Sempre rindo muito, o ancião voltou à sua forma normal e retomou as provocações.
— E então, jovem? Está confuso? — perguntou.
— Ele tá fazendo o Zezinho de bobo, que nem o ouriço fez comigo — disse Claudiano, no lado oposto, a Jéssica e Vitroril.
— Que que você tá falando aí, ô moleque? — perguntou a garota.
Claudiano notara algo estranho atrás de uma das caixas e deixou Jéssica sem resposta. Saiu de perto dos outros aventureiros e foi conferir o que estava acontecendo.
— O que esse menino vai aprontar agora?... — resmungou Jéssica. Vitroril só observava.
Claudiano olhou atrás da caixa e teve uma surpresa.
— Ah, então aí está você! — disse ele, flagrando o ouriço azul. O animal deu uma leve gargalhada e depois arrancou em alta velocidade. — Volta aqui, seu folgado! — gritou, correndo atrás do bicho.
Enquanto isso, Zezinho continuava a levar uns sopapos do ancião. Sempre rindo, o velho não parava de provocá-lo.
— Ora, não me faça rir. Você vai morrer, mortal. Você nunca vencerá!
O ouriço pulou até a cabeça do velho e gargalhou para Claudiano, o único que conseguia enxergá-lo. O rapaz tentou agarrar o ouriço e acabou dando um belo tapa na careca do ancião — que, distraído com Zezinho, não percebera a aproximação do jovem. O fato é que o golpe fizera efeito: o velho deu um grito e levou as mãos à cabeça, mudando levemente de cor. Enquanto Claudiano seguiu atrás do ouriço, Zezinho notara que, afinal, seu rival possuía um ponto fraco.
— Ih, vovô, o que foi? Tá com dorzinha de cabeça, é? — provocou Zezinho.
O velho o encarou com raiva e se transformou em John Michael.
— E aí, tá a fim de um pozinho? — perguntou.
Zezinho logo girou seu braço direito e derrubou os óculos escuros do "homem do pó".
— Maldito! — gritou o ancião, com os dentes cerrados e retornando à sua forma original.
O velho partiu para cima do homem desferindo muitos golpes e dando-lhe muito trabalho. Zezinho já estava exausto quando, por um descuido, permitiu que o rival acertasse um chute em seu peito. O golpe o jogou para longe e o fez atingir duas caixas, que quebraram e espalharam fumo pelo chão. O ancião começou a rir.
— Aquilo é o seu melhor? Você não é nada! — provocou.
Zezinho arrastava-se pelo chão. A pancada fora mesmo forte. O velho se aproximou e parou à sua frente, dando-lhe outro chute e começando a gargalhar. Mesmo quase sem conseguir se mover, Zezinho encarou seu inimigo e viu Claudiano correr de novo em sua direção. Mais uma vez o ouriço azul subira na cabeça do velho — e o rapaz não hesitou em tentar pegá-lo, acertando involuntariamente a careca do ancião.
— Ahhhhh! — gritou o velho, mudando de cor e ficando tonto por um breve instante.
Zezinho aproveitou a deixa e, mesmo com muita dificuldade, levantou-se e começou a desferir várias bordoadas na cabeça do ancião.
ESTÁ A LER
Moscas Volantes
FantasyClaudiano se vê perdido nas ruas e busca desesperadamente por sua mãe. Quando um misterioso homem lhe dá uma pedra capaz de revelar o caminho para casa, o jovem acaba ingressando nas mais fantásticas peripécias. Em seu caminho, Claudiano encontrará...