LEVEL 16 | Fatalidade

11 1 0
                                    

O clima de tensão continuava — e a música ao fundo também. Zezinho encarava o ancião esperando o melhor momento para atacar.

— E aí? Tá a fim de uma pedrinha? — disse "Rolling Stone".

Zezinho partiu para cima do rival, que desapareceu no momento em que seria atingido. Às gargalhadas, "Rolling Stone" reapareceu no lado oposto. Zezinho correu para atacá-lo de novo, mas mais uma vez fora driblado pelos poderes do oponente. Sempre rindo muito, o ancião voltou à sua forma normal e retomou as provocações.

— E então, jovem? Está confuso? — perguntou.

— Ele tá fazendo o Zezinho de bobo, que nem o ouriço fez comigo — disse Claudiano, no lado oposto, a Jéssica e Vitroril.

— Que que você tá falando aí, ô moleque? — perguntou a garota.

Claudiano notara algo estranho atrás de uma das caixas e deixou Jéssica sem resposta. Saiu de perto dos outros aventureiros e foi conferir o que estava acontecendo.

— O que esse menino vai aprontar agora?... — resmungou Jéssica. Vitroril só observava.

Claudiano olhou atrás da caixa e teve uma surpresa.

— Ah, então aí está você! — disse ele, flagrando o ouriço azul. O animal deu uma leve gargalhada e depois arrancou em alta velocidade. — Volta aqui, seu folgado! — gritou, correndo atrás do bicho.

Enquanto isso, Zezinho continuava a levar uns sopapos do ancião. Sempre rindo, o velho não parava de provocá-lo.

— Ora, não me faça rir. Você vai morrer, mortal. Você nunca vencerá!

O ouriço pulou até a cabeça do velho e gargalhou para Claudiano, o único que conseguia enxergá-lo. O rapaz tentou agarrar o ouriço e acabou dando um belo tapa na careca do ancião — que, distraído com Zezinho, não percebera a aproximação do jovem. O fato é que o golpe fizera efeito: o velho deu um grito e levou as mãos à cabeça, mudando levemente de cor. Enquanto Claudiano seguiu atrás do ouriço, Zezinho notara que, afinal, seu rival possuía um ponto fraco.

— Ih, vovô, o que foi? Tá com dorzinha de cabeça, é? — provocou Zezinho.

O velho o encarou com raiva e se transformou em John Michael.

— E aí, tá a fim de um pozinho? — perguntou.

Zezinho logo girou seu braço direito e derrubou os óculos escuros do "homem do pó".

— Maldito! — gritou o ancião, com os dentes cerrados e retornando à sua forma original.

O velho partiu para cima do homem desferindo muitos golpes e dando-lhe muito trabalho. Zezinho já estava exausto quando, por um descuido, permitiu que o rival acertasse um chute em seu peito. O golpe o jogou para longe e o fez atingir duas caixas, que quebraram e espalharam fumo pelo chão. O ancião começou a rir.

— Aquilo é o seu melhor? Você não é nada! — provocou.

Zezinho arrastava-se pelo chão. A pancada fora mesmo forte. O velho se aproximou e parou à sua frente, dando-lhe outro chute e começando a gargalhar. Mesmo quase sem conseguir se mover, Zezinho encarou seu inimigo e viu Claudiano correr de novo em sua direção. Mais uma vez o ouriço azul subira na cabeça do velho — e o rapaz não hesitou em tentar pegá-lo, acertando involuntariamente a careca do ancião.

— Ahhhhh! — gritou o velho, mudando de cor e ficando tonto por um breve instante.

Zezinho aproveitou a deixa e, mesmo com muita dificuldade, levantou-se e começou a desferir várias bordoadas na cabeça do ancião.

Moscas VolantesOnde as histórias ganham vida. Descobre agora