29 | Break up.

6.2K 732 390
                                    

"Aaaaaaaaah!" Eu ouço a voz de Nina gritar do segundo andar. "Minha cabeça dói tanto."


Eu, Tori e Anna estamos tomando café da manhã. Meu pai está assistindo TV na sala e Nina foi a última a acordar.
Ela aparece na cozinha, ainda vestida de fada, com o cabelo bagunçado e o cobertor jogado em suas costas se arrastando pelo chão de madeira.


"Eu deixei remédio no seu criado." Eu digo com a boca cheia.


Ela não diz nada, só dá os ombros e abre a geladeira. Ela se inclina bem para achar alguma coisa no fundo, maa bufa frustrada quando não encontra nada. Nina se senta conosco à mesa, entre mim e Tori.


"Da próxima vez, é só não beber." Tori diz, fingindo estar brava. Ela não está e eu sei disso; Nina também sabe.

"Nunca mais." Ela murmura, batendo a mão contra a testa.

"Foi ótimo ficar com vocês e valeu por ter me trazido, Adam." Anna diz, levantando-se. "Depois eu devolvo a sua roupa, que ficou muito larga em mim, por sinal." Anna constata e Nina assente, sem ligar muito. "Até mais. Meu pai está lá fora." Ann diz, sorrindo e acenando.

"Mande um beijo para os seus pais." Todo grita quando Ann já está longe.

"Ok!" Anna diz de volta.

"Tchau." Eu grito, esticando-me.

"Ela nunca come mais que algumas frutas. Deve estar de dieta." Tori dá os ombros. "Razão da minha existência, quer me contar como foi a noite?" Ela afaga as costas da Nina.


Nina me entreolha. Ela lembra bem da noite maluca e divertida que tivemos ontem; Lembra tanto, que suas bochechas estão fortemente coradas e ela desvia o olhar, por não conseguir manter o contato visual por muito tempo. Eu sorrio, porque é adorável. Tudo nela é adorável.


"Legal." Nina balbucia, enchendo seu prato rapidamente. Eu notei que quando ela está nervosa, move muito as mãos e da forma mais rápida.

"É só isso que tem a me dizer?" Tori diz, frustrada.

"Eu vou ao banheiro." Eu me levanto.


Eu sei que ela não consegue falar porque eu estou aqui, então vou sair. Tori claramente gosta de conversar com a Nina e ouví-la falar. Nina é o amor da vida de Victória, e é por isso que ela é tão atenciosa e coruja com a filha. Eu acho bem legal; nesse quesito, ela e minha mãe são idênticas. Ambas cuidam das pessoas que amam, porque é o que se faz quando você ama alguém. É bonito de se ver.
Caminho até a sala e sento-me ao lado do meu pai, que assiste à bolsa de valores. Isso é sério? Hoje é domingo. Reviro os olhos e pego o controle, trocando para a Disney. Não posso perder meus desenhos por números da bolsa.


"Preciso de um emprego." Eu digo. Meu pai olha para mim, intrigado.

"O que quer comprar dessa vez?" Ele ergue seu corpo que estava jogado.

"Eu tenho uma amiga que disse que gosta de olhar para as estrelas." Eu dou os ombros, focando em Gravity Falls.

"Poderia ser mais específico?" Ele gargalha. "Quer batizar uma estrela?"

"Não, mas essa é uma ótima ideia." Eu balanço a cabeça. "Eu ainda não sei bem o que quero fazer, mas eu sei que tem a ver com estrelas."

"Quem seria a sua amiga?" Ele arqueia as sobrancelhas.

"Você sabe quem é." Eu reviro os olhos.

"Entendi." Ele assente. "Gosta dela." Ele inclina a cabeça para o lado.

"De quem?" Franzo o cenho.

"Você sabe quem é." Ele usa as minhas palavras. "Gosta dela."

"Se estiver falando da Nina, acho melhor te levarmos ao hospital." Eu rio.

"Adam, eu conheci a sua mãe quando tínhamos dez anos." Ele começa.

"Eu já ouvi a história." Aviso.

O Silêncio Entre Nós Onde as histórias ganham vida. Descobre agora