- E, perdoe-me perguntar, por que estava esperando? - questionei e sentei-me na cama.

- Primeiramente, vim avisa-la que chegamos na cidade - falou tranquilamente - e segundo... eu queria falar sobre William.

- Sobre William? - perguntei, sobressaltada. - Sim, sou velho, querida, mas não sou tonto - disse e soltou mais uma de suas risadas pausadas - vi como olha para o meu garoto.

Steven fez uma pausa e eu estava nervosa, quase sacudindo-o pelos ombros para que abrisse a boca e falasse de uma vez.

- Conheço William desde que era um bebê, lhe ensinei muita coisa e eu me considero mais seu pai do que o verdadeiro, pois ele passou mais tempo em minha presença - fez uma pausa como se estivesse pensando em suas próprias palavras - William sempre foi um garoto corajoso, obstinado, sabia exatamente o que queria e não media esforços para conseguir. E então, ele cresceu. Se transformou nesse homem que todos conhecem, o sem coração, o frio e o pegador; mas por trás disso tudo há um homem que tem muito amor para dar, que sabe como tratar uma mulher que lhe importe.

Eu não fazia ideia do porquê Steven estava tendo essa conversa comigo, mas meu coração se apertou com sua fala.

- Você é uma mulher muito bonita, Lucy, é boa e gentil, o tipo que eu escolheria para William - inclinou-se para mim - e sei que Will não é indiferente à você. Sei que pode ajuda-lo, Lucy, conquiste-o e será uma mulher feliz, prometo-lhe isso ou cortarei meus testículos fora.

Nós dois rimos até que minha barriga começou a doer um pouco.

- Pense no que esse velho te disse garota, não deixe as oportunidades passarem e você tem o pulso firme, caso não saiba, conseguirá colocar o capitão cabeça dura nos trilhos - ele levantou-se e esticou a mão para me ajudar a levantar - sabe, ele ficou aqui ontem o dia inteiro.

- O dia inteiro? - perguntei arregalando os olhos.

- Sim - deu um sorriso cúmplice e começou a se afastar, então parou na porta - lembre-se, William ainda não encontrou ninguém para dar seu coração, mas é o tipo de homem que amará uma única vez e para sempre.

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Suas palavras ficaram comigo um bom tempo. Eu poderia ser essa pessoa? A pessoa que ele amaria pelo resto de sua vida, que o teria exclusivamente para si, que o teria todos os dias em meus braços e em sua cama?

Eu não o havia visto desde o momento em que eu acordei de noite, depois fiquei sabendo que ele já havia ido para a casa da sua mãe. Nesse momento deixei todos os pensamentos de lado quando a porta se abriu e Júlia apareceu, soltando um grito estridente e arremessando seus braços ao redor de mim.

- Luuuuuuuuuuuuuuucy - ela gritou e me abraçou fortemente.

- Juuuuuuh - gritei de volta e nós duas rimos.

- Que bom que você apareceu, estava ficando preocupada - ela brigou - falei com Diana esses dias e ela disse que você ainda não tinha voltado para casa. Como foi sua viagem?

- Bem, uma aventura - respondi.

- Tem que me contar tudo - falou, me arrastando para dentro. Depois de muito tempo de conversa, contei-lhe tudo o que havia acontecido e ela estava literalmente com o queixo caído.

- Eu daria um rim para passar por pelo menos um terço do que você passou - ela disse animada.

- Oh, você não sabe do que está falando, algumas coisas foram horríveis - me joguei de costas na cama.

- Mas, adivinha? Temos uma festa para ir hoje - sentou-se na beirada do colchão, ao meu lado.

- Por que sempre tem uma festa acontecendo quando eu venho para cá?

ღ Perigosa AtraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora