Quando eu me enfiei numa espiral de loucura...

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Pela primeira vez eu percebi que Marco Aurélio realmente me olhou nos olhos. E não foi uma sensação boa. Ele tinha um brilho estranho, meio perverso e assustador.

— Venha tirar fotos — minha reação foi ficar sem reação. Eu não me mexi, parecia que já estava sabendo que alguma coisa de não muito boa sairia dali. Então, ele deu outro berro, fazendo com que eu me movesse.

— Bóra, Renata! Não tenho a eternidade para gastar com você.

Eu fui. Mas sentia minhas pernas tremerem. Começamos a andar pelo meio do mato. Ele ia entrando em caminhos que lhe pareciam muito familiares mas para mim aquilo era assustador. O sol estava fraco, um clima meio frio dominava o lugar, e algumas rajadas de vento cortavam as árvores, produzindo um barulho parecido com filmes de terror. Minha pele se eriçava com o frio que estava se instalando no meu corpo e eu queria pedir para voltar, não tinha ido preparada para aquilo, não estava carregando um casaco, mas era como se eu estivesse impedida de falar.

Então, de repente, chegamos perto de uma pequena cachoeira. O lugar era realmente muito bonito, dariam boas fotografias, sem dúvidas. Marco Aurélio abriu sua maleta, pegou uma máquina de lá de dentro e deixou o restante do material pendurado em um galho de árvore.

Ele se colocou atrás de mim, passou as mãos pela minha cintura e disse no meu ouvido:

— Segure a máquina como uma profissional — peguei a câmera e a posicionei. — Olhe pela telinha e esqueça o que tem no resto. Não use esse visor grande, ele é para amadores. No pequeno você foca o seu olhar, preste atenção.

E em um movimento bruto ele puxou o meu corpo contra o dele. Foi um susto muito grande, eu não esperava por aquilo, mãos enormes tocando na minha pele, sem pedir permissão, sem que eu sinalizasse que podia.

Eu nunca tinha sido tocada por homem nenhum e aquilo tudo estava muito assustador, mas eu me sentia sem forças para reagir. Uma sensação muito estranha pairou na boca do meu estômago e de repente parecia que todo o meu almoço ia voltar. O barulho da cachoeira perturbava o meu juízo, e aquela máquina que estava grudada no meu rosto parecia pesar uma tonelada, estava difícil segurá-la sem que minhas mãos tremessem muito. Eu não sei se era o frio, se era o nervosismo, ou se era a presença forte e agressiva do Marco Aurélio perto de mim.

Senti uma coisa dura roçando contra a minha bunda e tinha sérias desconfianças que não era uma arma. Ok, eu nunca tinha chegado nem perto de um pênis duro na minha vida, mas já tinha lido o suficiente para saber o que ele estava fazendo.

E ele se encaixou na minha bunda enquanto falava no meu ouvido. Meu coração batia muito forte e eu comecei a pensar em gritar, mas não conseguiria. Minha garganta estava travada, como se tivessem jogado cimento nela, assim como em minhas pernas, que não se mexiam por mais que eu desejasse sair correndo.

— Vamos, garota. Fotografe — e ele empurrou o seu quadril contra o meu traseiro de forma brusca. Aquele volume na minha bunda era assustador e não tinha nada de bom. Era completamente diferente do que eu tinha lido. Não tinha nenhum calor percorrendo o meu corpo, não tinha emoção boa exalando dos meus poros. Tudo o que tinha era medo, frio e insegurança. — Vai, Renata, fotografa — e ele rapidamente empurrou para em seguida puxar a minha cintura, fazendo que o volume duro batesse com força contra a minha calça jeans.

Aquele ato me fez reagir e afastar o meu corpo do dele, deixando a máquina cair no meu pescoço. Me virei em sua direção e não disse nada, apenas o fitei constrangida. Senti meus olhos se encherem d'água.

Um doce de confeiteiro  - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora