– Ele me enxotou de lá! – Natasha encheu o copo com o uísque que está a sua frente na mesa de madeira do santuário.
– Nat, ele é só um cara. – Isabel jogou para trás uma mecha do cabelo loiro que lhe cobria os olhos.
– Ninguém me dá um fora, NUNCA.
Isabel apoiou os braços cruzados sobre a mesa e começou a rir.
– Está ficando obcecada como o Aron estava.
– Não estou obcecada. – Natasha curvou o corpo um pouco para trás, esquivando-se da afirmação da irmã. – Foi só a melhor transa que eu tive!
Isabel abriu um leve sorriso ao ver os olhos da irmã brilharem ao falar do tal cara, ainda que houvesse uma pontada de ódio, o fascínio estava ali. Era como um dejavu ao se lembrar do que Aron havia passado. O engraçado era nunca imaginou que Natasha viveria isso.
– Se foi tão bom para você não pode ter sido ruim para ele.
– O que quer dizer?
O brilho nos olhos da súcubo se tornou ainda mais intenso ao desviar o olhar na direção da garrafa sobre a mesa. A lembrança do toque dele invadiu sua mente sem que pudesse conter. Apertou a mesa numa tola tentativa de suprimir um gemido.
Isabel deixou que a pergunta se perdesse no ar. Não era a primeira vez que via alguém esconder o que sentia por inúmeros motivos. No entanto, se o cara era mesmo o filho do diabo talvez Natasha não devesse mesmo se aproximar dele.
– Só me prometa que não fará nada imprudente dessa vez. – Isabel tocou gentilmente as mãos da irmã.
A loira tirou o celular do bolso e olhou as horas seguidas de várias notificações de conversas que responderia depois.
– Tenho um encontro. – Ela se levantou e beijou com carinho a testa da irmã. – Se cuida, nos vemos depois.
– Nem sei como não os mata.
– Você nem ao menos tenta deixá-los vivos.
Natasha observou sua irmã se afastar e voltou a bebericar sozinha o uísque. O gosto de álcool forte descia queimando por sua garganta. Mas a súcubo adorava aquela sensação. Observando o sol se por devagar atrás dos grandes prédios vistos pela janela, ela ficou em silêncio. O queria, O TERIA.
Tinha certeza que por trás de toda aquela postura séria, ele também a quisesse. Só precisava fazê-lo parar de fingir que não.
Francamente, ter medo de quem ele era? Que ridículo! Ser filho do diabo só tornava as coisas ainda mais excitantes. Adoraria pecar com aquele gato.
– É você, não é? A assassina.
Natasha ergueu a cabeça e se virou na direção da entrada do bar. Na primeira vez que alguém entrara a acusando, era um cara muito gato. Isso a deixou um tanto empolgada. Entretanto não era um policial bonitão, ainda assim os olhos da súcubo brilharam ao ver a mulher.
Stela entrou pisando confiante, determinada de suas convicções. Após ver Natasha entrar na delegacia aquela tarde, ela entendeu por que não avançavam no caso. O detetive Dante a conhecia e estava protegendo. A princípio não encontrara nada nas filmagens da boate, mas se lembrou de vê-la.
– Oi! – Natasha sorriu jogando os volumosos cabelos negros para frente.
Observou a jovem mulher a sua frente, sentiu os olhos castanhos dela pesarem sobre o seu corpo, percorrendo-a. A policial que tinha um leve sotaque mineiro, que fez Natasha achá-la uma gracinha.
ESTÁ A LER
Do Inferno À Luxuria (Desejos Sombrios 2) - Degustação
RomanceEla é um espírito indomável, não se dobra a nada além de suas próprias regras, e não faz a menor questão de esconder os corpos que deixa para trás. No entanto, ele só quer passar despercebido. Disfarçado como um simples policial, tenta não ser notad...