Prólogo

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Oi, amores!

Urul! Demorei um pouquinho, mas já retornei. Rs

Bora começar com um prólogo um pouco pensativo sobre o lado da Mariana. Segunda 01/05 tem o primeiro capítulo.

Sem mais delongas.
Boa leitura!

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"Estrelas caem aos meus pés
Continuo presa, como eu alcanço
Maior do que eu vejo, para algo lá para mim?
Puxando como rédeas, soltando agora
Eu não tenho medo, não tenho
Toda minha vida, uma página de cada vez "

Zedd

True Colors
( CORES VERDADEIRAS)

MARIANA

Ainda lembro-me constantemente de suas duras palavras.

Nunca conseguirá fazer algo direito, garota insossa! Será possível que não entende o meu idioma? É tão difícil fazer o que mando? - Seu olhar era assustador, me fuzilava a alma, parecia querer me matar. Mas quando pensei que o sentimento que prevalecia em seus olhos me apavorava, veio o que menos esperei: Um bofetão. E atingiu em cheio o meio rosto, senti a ardência de imediato. Assim que a encarei segurando as lágrimas com muito custo, pois queriam se derramar, ela continuou: - Você foi um erro na minha vida, Mariana. Não sei pra que nasceu, pois não me serve pra nada. - Dito isso, saiu do quarto e eu caí sobre minha cama, me aprofundando num choro que parecia não ter fim.

A cada dia que ela me batia e desferia tamanhas ofensas à mim, sentia algo se quebrar em meu peito e eu sabia... Jamais poderia ser selado outra vez. Cacos nunca voltam a ser o que eram antes. Seus remendos são irreparáveis.

Eu não conseguia entender como uma mãe poderia chegar a ser tão cruel com a própria filha. Não entrava na minha cabeça uma explicação plausível para isso. E acho que nunca existiria.

Anos se passaram e as agressões só foram aumentando. A raiva pelo meu pai, era tão grande, que cheguei a desejá-lo a morte um dia, mas hoje, já me arrependi amargamente. Ele havia sido tão manipulado quanto eu... até mais, eu diria. Ser obrigado a se deitar anos e anos ao lado da assassina do amor de sua vida, deve ter sido o pior pesadelo para alguém poder enfrentar.

Sou tirada de meus devaneios ao ouvi-lo.

- O que tanto pensa, filha? - Passei a mão pelo meu rosto, sem me importar que ele veria que estava chorando e limpei minhas lágrimas. Sorri sutilmente ao olhá-lo do meu lado.

- Não é nada para que se preocupe, pai. - Tentei soar convincente.

- Sei que deve ficar remoendo lembranças desastrosas do passado, mas de que isso adianta? É só para ter o gostinho do quanto era infeliz naquele tempo? - Meu pai era impressionante, pois sempre conseguia decifrar tudo e tocar na mais profunda ferida também.

Mais lágrimas saíram livremente de meus olhos e desviei meu olhar do seu, voltando minha atenção para a estrada, me concentrando na paisagem do lado de fora do vidro, onde o carro percorria. Eu não queria preocupá-lo. Por anos aguentei minha própria dor sozinha, desejando que a escuridão que me preenchia, pudesse me dar o privilégio de ser engolida de uma vez por todas e sem deixar rastros. Por vezes, na solidão profunda que vivia, cogitei a hipótese de tirar minha própria vida. Do que adiantava "viver" da forma que ela queria? Nunca serei capaz de entender todas as maldades que Victória me fez e aos demais também.

Cansada, decidi recostar-me por ali e me encolhi, estava um pouco frio. Meu pai não disse qualquer palavra. Eu tinha muito dele, pois quando se tornava silencioso eu sabia que não gostaria que invadisse seu espaço e ele me compreendia da mesma forma. Às vezes chega até ser engraçado, mas o amo assim mesmo. Sei que fui injusta por anos e anos, mas isso já passou.

Ainda pensativa, minha mente retorna até o dia que foi o velório daquela que eu deveria nutrir amor e muita admiração: Victória. Não digo que não fiquei mal pela sua partida, mas também não posso dizer que me fará falta. Lógico que doeu saber que fora morta unicamente pela maldade que vinha cometendo a anos. Provou do próprio veneno, pra ser mais exata. Porém, não deixou de ser uma vida que dali em diante, não existiria mais aqui na Terra.

***

- Filha, acorde! Chegamos! - Sou saculejada e ouço a voz do meu pai ao longe. Não sei em que momento dormi, mas acabei pegando no sono.

Abro meus olhos devagar e ao olhá-lo me encarando passo a mão pelo rosto e me forço a ficar em uma posição confortável no banco do carro. Minha porta é aberta por Derek, o detetive que Sr. William havia contratado. Bem, mas essa já é uma história anterior, não a minha. Porém, ele fez questão de viajar até aqui na Califórnia para nos mostrar a nossa nova casa.

Sim, Sr. William nos presenteou com uma casa e nem estou acreditando nisso ainda. Fora isso, a Jhennifer se certificou de todo mês depositar uma espécie de "ajuda" na conta que abriu em meu nome, para que eu e meu pai nos mantivéssemos por um tempo, até porque, ainda necessito procurar um emprego e não sei quando conseguirei um. Muito gentil, Derek se dispõe a levar minhas malas para dentro, após me entregar um molho de chaves e parabenizar pela conquista.

Sorrio eufórica e caminho até a porta de entrada, onde giro a chave e ela se abre. Ao abrir-se por completo, me ponho pra dentro e me vejo fascinada, pois já está mobiliada. Tá, juro que essa parte Sr. William não me deixou ciente, mas depois telefono para agradecer muito.

Meu pai logo se pôs ao meu lado e sorriu contente. Percebi que estava emocionado e como eu não estava diferente, o abracei forte. Ouvi que fungou baixinho e meu coração se comprimiu no peito, pois sabia que deveria estar pensando em tudo que teve de passar até chegar onde estamos hoje.

Assim que me afastei, juntei nossas mãos e sustentei seu olhar.

- Está feliz? - perguntei já sabendo a resposta.

Ele passou a mão pelo rosto e limpou o rastro de suas lágrimas, por fim, sorriu e me respondeu:

- Acho que dizer que estou feliz é pouco para o que estou sentindo, filha. - disse-me e apertou minhas mãos fortemente.

- Agora é só eu e você, pai. Esqueça o passado, de agora diante, escreveremos uma nova história. - Ele comprimiu seus lábios em um meio sorriso e me agradeceu. Sorri em resposta.

- Quer que eu deixe as malas no quarto? - Minha atenção é desviada para o Derek e solto as mãos de meu pai.

- Não, pode deixar por aqui mesmo. Já fez muito, só por nos trazer até aqui. Depois eu ajeito tudo. Obrigada! - Agradeci.

Ele sorriu e deixou as malas próximo ao sofá da sala. Se despediu e saiu porta afora.

De agora em diante, tudo faria parte de uma nova jornada de vida. Jornada essa, que jamais imaginei ter um dia, mas aos poucos está se concretizando. E eu vou aproveitar ao máximo, cada oportunidade que vier pela frente.

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Segunda temos o primeira capítulo. Vamos embarcar nessa nova jornada de Mariana e Roberto.

Até lá!
Não esqueçam de dizer o que estão achando, caso se sintam à vontade.

Até o próximo capítulo.

Beijos!

Vivy Keury ❤

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