03 💙 Sem padrões, por favor!

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O sol refletia nas cortinas do salão, transmitindo a luz forte pelas frestas das janelas de vidro

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O sol refletia nas cortinas do salão, transmitindo a luz forte pelas frestas das janelas de vidro. As garotas se alongavam nas barras e aproveitavam o ar condicionado forte, já que lá fora o calor era eminente. Acreditem, qualquer lugar com um pouco de ar frio é uma válvula de escape em Natal.

Júlia não se importava com o calor ou o frio, dançar era libertador para ela e poderia fazer isso até em uma praça pública, ao meio dia, debaixo de um sol escaldante. Era um dos únicos momentos em que descarregar todos os sentimentos, sejam bons ou ruins. Era dançando que sentia-se livre para ser quem é. Todos os dias depois da aula, a garota descarregava todas as suas energias no balé, sua atividade favorita. Para ela, a dança não era apenas um hobbye, mas algo sério também. Em meio a tantas garotas, se destacava de forma diferente, mesmo que tivesse certa dificuldade alguns passos. Se destacava não só por não ter o corpo padrão bailarina, mas por ter paixão estampada em seu rosto quando dançava.

- Vamos meninas, postura! - repetia a professora para as alunas, enquanto lançava um sorriso em aprovação para Júlia. - Você está cada dia melhor, já está subindo um pouco mais a perna.

Ela sorriu, desconcertada.
- Estou me esforçando para isso.

Se tinha uma coisa que tinha extrema dificuldade, era de manter as pernas no ar. Por mais que tivesse força e flexibilidade, era difícil manter pernas tão grossas sem deixar que caíssem ou ficassem baixas e não perder a postura. Além disso, os saltos e giros contínuos também eram coisas que a assustava. Não conseguia dar saltos perfeitos e altos sem acabar com os joelhos, isso também era frustante. Por mais que a deixasse chateada, não queria se deixar abater. Sabia que não tinha o corpo da bailarina ideal, mas faria seu melhor. Iria mostrar que era capaz de superar seus limites.

A professora franziu o cenho, desconfiada. Júlia era capaz de transmitir muita coisa apenas pelo tom de voz. Apesar de tentar omitir seus sentimentos, a transparência em suas atitudes era evidente.
- Está tudo bem?

- Sim, claro.

- Mesmo? Não é o que parece - disse, sinalizando em seguida que era pausa para o intervalo.

- Estou bem. - Forçou um sorriso. - São só algumas coisas sem importância.

Ana sorriu de leve e deu de ombros.
- Tudo bem, então. Quer vir tomar um café?

- Pode ser - disse Júlia, com um sorriso.

Júlia seguiu Ana até a lanchonete que ficava no pátio da escola DançArte. Era uma lanchonete pequena, mas muito agradável, sem falar que os lanches eram caprichados e deliciosos. Lembrou o quanto gostava dos milk-shakes e sanduíches de frango com catupiry da Dona Marli, mas sabia que estava de dieta e afastou seus pensamentos quanto a isso.

Júlia gostava de Ana. Não só por ser uma ótima professora e excelente bailarina, mas também porque, quando teve que sair da antiga escola de balé que frequentava desde pequena, - pelo seu peso ultrapassar o limite de aceitação na escola -, ela teve o apoio de Ana na nova academia de balé em que está há alguns meses.

Mais Perto do Que se Imagina (COMPLETO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora