Capitulo 14

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Assim que me vi na rua, eu respirei fundo me apoiei nos joelhos, estava tonta, atordoada, sempre tão perto de mim, descobri que no fundo não o conhecia, ele era um estranho, nem seu nome eu mesmo sabia, quando me dei conta, estava com o porta retrato em minhas mãos, olhei mais uma vez e não tive coragem de me livrar dela e segui andando pela Wall Street e andei e andei até me cansar, a minha pasta de desenho estava com Amanda, sabia que ela levaria para mim, quando cheguei em casa quase caí de costas, minha mãe estava sentada na escada a minha espera, seu olhar estava perturbado e eu sei por que, fiquei no final da escada a olhando, nas mãos o porta retrato que não coube na minha bolsa, olhei mais uma vez para o menino da foto que sorria, abraçado com o padrasto e olhei para a minha mãe, minhas lágrimas vieram a tona, ela abriu os braços e eu subi a escada devagar, me sentei em seu colo e chorei e ela comigo, ela sabia a resposta e eu não precisava falar nada.

Depois de um tempo entramos em casa, não tinha muito que ver, era pequeno demais, eu estava tão obcecada por Benedict que o desenhava todos os dias para não esquecer de seu rosto, minha mãe puxou as folhas e olhou desenho por desenho.

_ Esse é o pai de seu bebê? _ Ela me olhou.

_ Sim! _ Coloquei café em uma xícara e peguei meu chá no micro-ondas, fui até ela e entreguei o café e peguei o desenho de sua mão e coloquei na minha mesa de desenho e me sentei na janela. _ Foi uma vez só, mas achei que estava apaixonado por mim, assim como eu estou por ele... Mas hoje descobrir que tudo não passou de uma mentira.

_ Vai tirar esse filho Evanna... Filha minha foi criada para ir à universidade e vencer na vida, se casar e aí sim me dar os netos que tanto desejo... Mas antes não!... Eu não me matei de trabalhar para ver minha filha cuidando de uma criança e se matando e sendo humilhada enquanto serve mesas.

_ Mãe!... Eu estou em Nova York... Aqui é a cidade da prosperidade... Eu posso...

_ Cale a boca Evanna! _ Minha mãe deu um gole generoso no café. _ Já marquei médico para você... Daqui a uma semana vai abortar e vai voltar comigo e vai se preparar para a universidade.

_ Não!... Eu tenho meu emprego... Eu desenho para uma revista em quadrinhos e eles me adoram...

_ Acabou Evanna... Vai voltar e não vai discutir comigo!

Negociar com minha mãe era difícil, eu não queria ir embora, acho que nem cogitava isso antes de terminar um ano como prometi, queria tentar a universidade ali mesmo, passei a mão pela minha barriga, eu queria aquele bebê, era o filho do homem que eu considerava um anjo, pois ele apareceu e sumiu, deixando o gosto de quero mais e a ilusão de que tudo não passou de um sonho, comecei a chorar e resolvi cair na cama e cobri minha cabeça com o travesseiro, senti minha mãe se sentar ao meu lado, tirou o travesseiro e acariciou meus cabelos e se deitou ao meu lado.

_ Se eu tivesse condições... Eu ajudaria a cuidar do seu bebê enquanto você estuda, mas eu não tenho... E eu sei o quanto um filho acaba com a vida de uma mulher. _ Mamãe suspira. _ Não pense que me arrependi em ter tido você, mas olha só para mim?... Nunca mais consegui me reerguer... Mesmo sua avó me ajudando, eu não consegui terminar os estudos e você cresceu com bulling na escola por ser filha de uma mãe solteira e que trabalha de garçonete em um posto de beira de estrada. _ ela suspira e escuto seu choro. _ Não quero que sofra o que eu sofri e muito menos seu filho.

Me virei e a olhei, seus olhos estavam cheios de dor, eu a abracei e chorei com ela, acabei aceitando em tirar meu bebê e dar continuidade a meus projetos, voltaria com ela para West Boyston, descansaria e depois iria para a universidade.

No dia seguinte deixei minha mãe cuidando de tudo para empacotar meus pertences e fui trabalhar e pediria demissão, respirei fundo antes de entrar na loja e fiz o que estava acostumada a fazer, e Luke já foi dizendo.

_ Hoje é seu dia de ir para o estoque, está tudo uma bagunça e quero que deixe tudo arrumado! _ Desta vez ele não me olhou, continuou a anotar na sua prancheta o caixa.

_ Tudo bem!

Saí e segui para o deposito, seria um bom dia para se terminar o meu trabalho, bem ocupada e exausta, não me deixando tempo para pensar em besteiras, estava em conflito comigo mesma, eu queria o bebê e ao mesmo tempo não queria, eu precisava do meu lugar ao sol, queria ser feliz e poder dar uma vida melhor a minha mãe e fazê-la parar de trabalhar naquela espelunca.

Trabalhei muito, estava exausta, não tinha almoçado direito, o cheiro da comida e do restaurante me deixaram com enjoo, mas precisava me alimentar, então comi pouco e o suficiente para não passar mal e voltei para o estoque, faltava pouco para terminar, segui para o fundo onde eram apenas camisas, camisetas em caixas, aos poucos fui separando as brancas das coloridas, era assim que Luke queria, foi quando apareceu para checar, olhou em volta com as mãos na cintura.

_ Está demorando muito... Por que não consegue fazer as coisas direito?

O olhei e franzi o cenho.

_ Já olhou o tamanho deste deposito?... Eu sou uma só e vocês deixaram uma bagunça! _ Dei as costas para ele e voltei a arrumar a caixa.

Luke me agarrou por traz e tapou a minha boca e me puxou para o fundo do estoque e subiu o lance de escada onde dava para seu escritório, eu me debatia e tentava gritar, mas ele era forte o suficiente para me carregar com facilidade, abriu a porta com o pé, já estava com tudo pensado, tinha deixado apenas encostada para abrir com o corpo assim que entramos ele me soltou fechando a porta, sabia que o escritório era a prova de balas e provavelmente de som também, fiquei apavorada, era pequena e não tinha para onde correr, Luke fez sinal para eu ficar calma.

_ Só quero que me escute, tudo bem? _ ele disse com calma e me ofereceu o sofá para me sentar, olhei e sacudi a cabeça. _ Só disse que quero conversar, pode se sentar, eu fico em pé.

_ Está bem! _ Me sentei, minhas mãos estavam tremendo, minha respiração estava curta, Luke se sentou a minha frente, na mesinha de centro de madeira e pegou minhas mãos.

_ Me desculpa... Não queria te assustar... Mas era a única maneira de te trazer aqui e me escutar... _ Luke esfrega minhas mãos como se quisesse aquecê-las, fica calado por um tempo e me olha com um sorriso no rosto. _ Quero que seja minha... Pelo menos uma vez na vida!... Não vou força-la... Mas me de uma chance!?

_ Desculpa Luke... Mas... Eu não posso! _ O olhei. _De verdade... Não posso fazer isso que me pede!

Luke ficou me olhando, depois voltou a olhar para as minhas mãos e balançou a cabeça, achei que tinha entendido, me olhou novamente e saltou sobre mim me deitando no sofá e me beijando e forçando-me a abrir as pernas, comecei a gritar e a bater nele.

_ Me solta?... Por favor?... Não faz isso!? _ pedi, mas ele tapou a minha boca.

_ Você vai gostar!... Me deixa te ter uma vez... Juro que não vou machucar você.


Bendito AmorOnde as histórias ganham vida. Descobre agora