⚛Capítulo 12⚛

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Ouvir Nicholas falar comigo com tanta tranquilidade me tirou do eixo por longos segundos. Ele pronunciou o meu apelido com tanta leveza que por um momento eu me vi sendo transportada para um momento muito distante, num lugar bem longe da América, numa biblioteca quase silenciosa. O apreço por sua declaração passada ressurgiu pegando-me totalmente de surpresa me fazendo suspirar e fechar os meus olhos, curtindo o estranho sentimento que começava a ferver dentro de mim.

— Vocês dois já se conheciam? — A pergunta curiosa da minha mãe me fez abrir meus olhos quase que imediatamente. Apertei minhas mãos uma na outra um pouco embaraçada com sua pergunta. Eu não sabia pra onde olhar, então fixei meus olhos nas minhas mãos pousadas nervosamente no meu colo.

James, que até esse momento estava conversando tranquilamente com Julia, parou para se intrometer onde não foi chamado.

— Acredita que Nicholas foi o primeiro beijo de Nat, mamãe... Ai! — Ele se interrompeu assim que chutei sua perna de baixo da mesa. — O que? É verdade!

Agora eu não sabia onde enfiar a minha cara envergonhada, e para disfarçar revirei os meus olhos tentando ao máximo ser indiferente a provocação do meu querido irmão.

Ah! Ele me pagava!

Para minha total indignação, Nicholas parecia se divertir ainda mais com o meu desconforto.

— Conheci Natalie quando eu ainda morava na Inglaterra, Sra. Keller. Há mais ou menos quatro anos.

— Muita coincidência vocês se reencontrarem depois de tanto tempo, ainda mais aqui, em Nova York. Não acham? — Sr. Willer tocou num ponto que nem eu havia pensado.

Sim, coincidência demais. Pensei franzindo minhas sobrancelhas.

— Bom, parece que o destino gosta da gente. — Sorriu lindamente olhando em minha direção. Olhei pra ele boquiaberta. Eu tinha ouvido direito? Ele falou destino?!

Mas... Como ele podia falar desse jeito depois de ter me feito de idiota anos atrás?

Não sei de onde veio a minha coragem, mas eu já estava decidida a não ficar calada diante de suas palavras. Era claro que ele estava brincando comigo!

— Escuta aqui Nicholas, eu não classificaria isso... — retruquei apontando de mim para ele. — ... Como destino. Está mais para um mero acaso.

Inexplicavelmente, ele riu. Ele estava debochando de mim?

— Até onde eu sei, srta. Keller, há uma linha tênue entre o destino e o acaso.

— O que? — fiquei ainda mais confusa. Do que ele estava falando?

— O destino age com um único objetivo, mais importante do que você possa imaginar: juntar aqueles que nasceram para estar juntos. E o acaso? Bom, ainda não consegui entendê-lo direito, mas acredito ser uma peça complementar do destino.

— Pe-peça complementar? — Eu estava atordoada com suas palavras.

Juntar aqueles que nasceram para estar juntos...

Ele estava realmente dizendo que nós nascemos para estarmos juntos? Mas... Isso não fazia sentido nenhum. Então porque ele não apareceu no dia seguinte ao nosso beijo? Toda essa conversa não estava me fazendo pensar direito.

— Sim. Uma peça muito importante. Quem sabe... Com você por perto, possamos desvendar os mistérios do acaso juntos...

Silêncio. As palavras ficaram engasgadas na minha garganta, mas nada saia. Eu não sabia o que dizer.

Mistérios do Acaso (Em Pausa)Where stories live. Discover now