12°Capítulo

867 92 135
                                    

Acordei vendo um teto preto com mofo e infiltrações.

Não imaginei que o céu fosse assim.

Olhei para o lado e vi a mesma parede que vejo a alguns dias.

Eu não morri.

Sento um pouco devagar e sinto que não consigo respirar como antes.

De repente uma dor de cabeça me invade.

Olhei meu corpo e vi meu punho vermelho.

Meu braço está com uma faixa

Me levantei do colchão, fui para o banheiro e vi meu reflexo no minúsculo espelho.

Meu pescoço está vermelho e com alguns pontos em roxos.

Passe meus dedos de leve no meu pescoço e pude sentir ele bem inchado e dolorido.

Uma lágrima saiu dos meus olhos.

Utilizei o banheiro e voltei a cama.

Eu estou muito cansada.

Quero dormir.

Meus olhos se fecham lentamente mas o rangido da porta invade meus ouvidos.

Abro um pouquinho meus olhos e vejo a figura de Leandro na minha frente.

Soltei um riso fraco e pequeno

-Eu não morri –Falei baixo

-Não, não morreu Sky.

-Mas...meu pescoço? Ele não tinha quebrado? -Perguntei confusa e segurando-o de leve

-Talvez você quisesse tanto morrer que imaginou coisas -Falou -Seu pescoço não quebrou mas digamos que você passou sim da linha entre da vida e da morte, mas voltou.

-Quanto tempo? –Me virei pra ele

-Três dias

-Me diz que dia é hoje?

-Vinte sete de fevereiro

Sorri de leve e comecei a fazer desenhos invisíveis no colchão.

-E eu não ganho nem um bolinho –Falei baixinho sem olhar pra ele

-Hoje é seu aniversário –Deduziu –Parabéns –Falou

Sorri sem humor.

-Que ótimo passar meu aniversário presa.

– Sinceramente te daria vinte cinco -comentou

- 22 - sussurrei

- Feliz aniversário -ele disse

Sorri mas não falei nada.

De presente ganho quase ter sido morta.

-Que horas são? –Perguntei

Olhou no seu relógio e falou:

-20:07

Legal que passei quase todo meu aniversário desacordada

-Eu estou com fome -falei.

-Okay já volto –falou saindo

Eu tenho dezoito e nem estou me divertindo com Mat.

Quantos planos eu fiz

Com certeza não estavam nos meus planos passar meu aniversário presa.

Eu achei que estava morta, livre.

Seria privilégio de mais pra alguém como eu.

                                -

SequestradaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora