Inesperado

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"Maybe in five years

our paths will cross again

I will tell you how desperately in love I was

with you

and we can laugh about how

we broke each other's hearts."

— Selina Soldner

Paulo Coelho disse que ao longo de nossas temos dois grandes amores: um com quem nos casamos, pode ser o pai ou a mãe dos seus filhos, e dizem que há sempre um segundo amor, alguém com quem você nasceu conectado, tão conectado que as forças químicas escapam da razão e sempre o impediram de alcançar um final feliz...

Pois bem, é o que veremos a seguir.

Anahí Portilla teve grandes mudanças ao longo dos últimos cinco anos de sua vida, tinha voltado a morar na capital há alguns meses, assim que seu casamento com o atual Presidente mexicano tinha chegado definitivamente ao fim. A saída de Chiapas e o fim do casório rendeu muito falatório por parte da impressa e milhões de boatos, mas a verdade poderia se resumir em uma simples frase: Não tinha amor ali. Nunca houve.

Desde o inicio ela teve um trabalho a cumprir, ser a esposa perfeita e fazer com que Manuel chegasse ao topo que todo político gostaria de chegar – A presidência –  era alguns de seus deveres. Não odiava Manuel e também não tinha um contrato que acertaria uma data de validade pra finalizar a união como muitos imaginavam, mas Anahí sentiu que era hora de acabar e ele não a impediu.

Anahí também, ainda não tinha planos de retomar a sua carreira musical, como muitos esperariam que fizesse. Mas calma, tudo ao seu tempo.

Porém algo que nunca iria mudar em nenhum segundo é a sua enorme dedicação para com seu filho Manuel, ela o cobria de mimos, principalmente para suprir a falta do pai que quase nunca visitava ou ligava. Aquele garotinho que recentemente fez cinco anos é seu mundo inteiro, ele é um menino esperto, carinhoso e que sempre consegue tudo o que quer, principalmente quando o alvo em questão é sua mãe. Basta ele a olhar com seus grandes e expressivos olhos azuis que a batalha estava perdida, Anahí sabia disso.

Manuel sempre fora elogiado por todos que o conhecem, incluindo familiares e professores. Então, vocês podem imaginar o susto que Anahí levou quando naquela manhã de segunda feira recebeu uma ligação da professora de Manuel, informando que o menino havia entrado em uma briga com um coleguinha de classe e marcando uma reunião com ela para o final da aula.

"Deve ter alguma coisa errada, mamãe!" – Anahí falou batendo o pé na entrada da escolinha enquanto esperava a aula acabar.

"Calma, minha filha." – Marichelo pediu do outro lado da ligação. – "Não entre discutindo, espere que a professora lhe conte o que aconteceu."

"Manuel é incapaz de violência, criei meu filho direito! Com certeza esse outro menino o provocou."

"Anahí Anahí." – Marichelo suspirou. Sabia como a filha ficava na defensiva quando se tratava de Manuel.

"Não se preocupe, mamãe." – Anahí acalmou a mãe. O sino anunciando o final da aula tocou. – "Agora vou entrar, nos falamos mais tarde."

Anahí usava uma calça jeans pregada no corpo e uma blusa preta bonita, apesar da idade ainda tinha um corpo que dava inveja a quem o olhasse, e claro, por onde passava arrancava olhares de todos. Imagine então uma Anahí furiosa, pisando com força no chão da escola primária, leoa que era pronta para defender sua cria.

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