[Fifty-eight]

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De uma forma que nem eu mesma sei explicar, fui parar à sua master suite aqui no navio que se situava a alguns pisos acima do seu escritório.
Estava apenas de lingerie deitada na sua cama de barriga para baixo com um lençol que cobria apenas as minhas nádegas deixando as minhas coxas totalmente expostas.
Ele traçava linhas imaginárias nas minhas costas desprotegidas e encarava-me de uma maneira que eu nunca vira antes e após um longo período de silêncio ele falou.
"Podes permanecer na base, em contrapartida vais deixar de ter noites livres para saíres e vou abolir os teus fins-de-semana." Levantei-me ligeiramente continuando na mesma posição apoiando apenas os meus cotovelos na almofada.
"Obrigada..." Disse apenas, ele deitou-se de barriga para cima, encarou o teto e riu-se sarcasticamente em seguida.
"Não me agradeças, não te estou a fazer nenhum favor. Espero que tenhas noção que vou passar a ser mais rígido e intolerante contigo, se eu vir que não aguentas a pressão, tiro-te daqui sem hesitar, entendes-te?" Assenti com a cabeça.
Passei os meus dedos pelo seu tórax deslocando-me depois pelo seu abdominal exposto e ele suspirou pesadamente, segurando no meu pulso violentamente como sinal para eu parar.
"Não comeces algo que não serás capaz de acabar...." Disse ele encarando-me seriamente e eu gargalhei.
"Que não serei capaz de acabar?" Atirei e ele mordeu o lábio inferior.
"Não tentes apressar nada, cada coisa a seu tempo..." Disse ele e eu posicionei-me em cima do seu corpo com uma perna de cada lado do seu quadril e passei os meus lábios no seu pescoço que se arrepiou ao meu toque, o que de facto me deixou orgulhosa por saber que tenho exatamente o mesmo efeito sobre ele.
Subi lentamente e parei no seu queixo enquanto ele arfava silenciosamente, mordi o lóbulo da sua orelha em seguida e até eu mesma estava admirada com o quão expontânea e atrevida estava a ser, pois a Malia que eu conheço numa situação destas desataria a correr do quarto.
Finalmente toquei nos seus lábios num beijo lento e suave, involuntariamente comecei a pressionar a minha pélvis contra o seu corpo e ele entrelaçou os seus dedos no meu cabelo aprofundando o beijo.
Bastaram apenas uns segundos para poder sentir a sua ereção em baixo das suas calças contra o meu órgão genital e gemi continuando os movimentos que se tornaram cada vez mais selvagens e incontroláveis.
Ele beijou o meu pescoço entre suspiros e profecias e eu sentia-me cada vez mais próxima do clímax, foi quando ele interrompeu e empurrou-me de cima do seu corpo, sentando-se na cama e passando as suas mãos pelo cabelo desengonçado.
A minha respiração encontrava-se desregularizada, o meu peito subia e descia em movimentos rápidos e o meu coração batia fortemente e antes que pudesse perguntar o porquê dele me ter empurrado, ele disse:
"Se continuássemos, mais tarde eu não iria ter forças para parar..." Ele levantou-se evitando olhar para mim e eu sentei-me na sua cama envolvendo o lençol de flanela no meu corpo.
"E se eu não quisesse que parasses?" Ele olhou para mim enrugando a testa.
"Eu não te vou tirar a virgindade até assumir-mos algo sério, o que por sinal nunca vai acontecer tendo em conta o facto de eu ser teu comandante." Disse ele voltando a pôr a sua t-shirt.
"Ninguém precisava necessariamente de saber..."
"Malia... Eu não sou desse tipo de homem, se for para ter algo prefiro não esconder de ninguém." Suspirei pesadamente comecei-me a vestir.
"Acredita que o faria se não nos encontrássemos nesta situação."  Disse ele seguindo-me com os olhos a cada movimento meu.
Quando estava prestes a rodar a maçaneta, parei e encarei-o seriamente.
"Jake?"
"Hum?" Perguntou ele enquanto atava os seus sapatos.
"Já se passou um ano desde o ataque e nunca mais ouvi falar do teu pai, devo levar isso como algo positivo ou devo ficar ainda mais assustada?"
"Presumo que te estejas a referir ao Rowan e faz-me um favor e nunca mais o menciones como meu pai, porque independentemente dele ser o meu pai biológico o unico homem que me criou e que de facto é o meu pai, é o Robert." Disse ele sério e eu condenei-me mentalmente por não medir as palavras que digo.
"Mas respondendo à tua pergunta, ele foi desmascarado e exilado para um instituto presidiário no México, o que significa que não ouvirás falar dele durante uns bons anos.." Suspirei de alivio mas rapidamente lembrei-me.
"Mas ele tinha uma dimensão gigantesca de apoiantes, será que..." Mas fui interrompida.
"Não Malia... Não te preocupes com este assunto, a situação está controlada dentro do possível." Assenti e fui surpreendida com um beijo rápido.
"Vai dormir, amanhã tens que estar fresquinha. Prepara-te que não irei dar o braço a torcer contigo."
"Sim senhor comandante!" Disse prestando uma continência e ele gargalhou.
"Vai pela porta traseira, não saias pela porta central." Avisou ele afim de não ser vista por alguém indesejável.
Fiz exatamente o que ele mandara e dei graças a deus quando entrei no quarto e dei conta que a Dawson não se encontrava lá, o que me facilitaria de ser bombardeada com perguntas irritantes e desnecessárias.
Vesti o meu pijama e quando olhei para o relógio, este marcava exatamente 21H e eu perguntava-me onde é que poderia estar a Dawson e a resposta era tão clara como a àgua cristalina de um oceano... É óbvio que ela estava com o Jeffrey e gargalhei com o pensamento acabando por cair no sono profundo momentos a seguir.
******
Na manhã enquanto me dirigia para os balneários para tomar um banho, deparei-me com a Dawson a andar cautelosamente pelo corredor eventualmente tentando não ser vista a sair do quarto do Jeffrey.
"Onde estiveste? Não passaste a noite no quarto.." Atirei com um ar suspeito e ela enrubesceu.
"Eu estive..." Começou ela mas não terminou, provavelmente a pensar numa boa desculpa para me dar.
"Eu sei onde estiveste, não precisas de corar." Disse entre gargalhadas e ela revirou os olhos.
"Que horas são?" Perguntou bocejando em seguida.
"5 da manhã.."
"O que fazes já de pé? Que eu saiba só precisamos de estar na central ás 7"
"Vou tomar um banho e tu também devias para ver se acordas, estás com uma cara de quem não dormiu absolutamente nada na noite passada e não é dificil perceber o porquê." Disse gargalhando e ela apenas se desviou do assunto.
"Vou dormir, acorda-me assim que forem 6:30 por favor." Eu assenti e encaminhei-me aos balneários femininos que se encontravam vazios o que me deu a possibilidade de desfrutar de uma grande privacidade, visto que privacidade aqui é algo que fui obrigada a abdicar.
Após o banho dirigi-me ao refeitório e enquanto acabava o meu café pude observar de longe a quantidade de tenentes e sargentos que se reuniam para tomar o pequeno-almoço entre gargalhadas e conversas paralelas e tal cenário acabava por ser deveras estranho pois estava tão habituada a lidar com a frieza e a indiferença de cada um deles que me chegava esquecer que tal como todos os seres humanos eles também têm os seus momentos de descontração.
De repente senti o peso de um par de olhos e quando olhei para o outro lado do refeitório encontrei o Jake reunido de outros tenentes que me encarava com curiosidade e eu deixei escapar um pequeno sorriso e ele retribuiu com um pequeno e discreto sorriso que me revirou por completo.

A Filha do PresidenteOnde as histórias ganham vida. Descobre agora