- Ele se dava bem com todo mundo? - perguntou Jennifer, subitamente se lembrando do Jake Blansen lhe dissera por telefone.

- Ah, sim, muito bem. Como eu disse, ele era realmente bom no que fazia e as pessoas o respeitavam por isso. E também era um homem gentil. Comprou um chapéu de presente de aniversário para minha esposa. Não que ela o use muito, sabe como são as mulheres...

- E quanto aos operários da construção civil? Richard também se dava bem com eles?

Acompanhado no meio da frase, Clancy Edwards precisou de outro momento para acompanhar o raciocínio dela.

- Sim ,é claro, com eles também. Como eu disse, todos gostavam de Richard. Uns poucos podiam ter problemas com... bem, a vida pessoal dele, mas todos se davam bem com Richard. Todos nós lamentamos por ele ter ido embora.

Como Jennifer não disse nada, Edwards pareceu sentir necessidade de preencher o silêncio.

- Posso lhe perguntar por que tudo isso? Ele não está em apuros, está? Não lhe aconteceu nada, não é?

Jennifer ainda estava tentando assimilar essas novas informações.

- É uma investigação. Sinto muito, mas não posso dizer mais nada - respondeu. - Lembra-se de ter recebido um pedido de referências de uma empresa chamada J.D. Blanchard?

- Não recebi, mas acho que o presidente recebeu. Ficamos felizes em dar uma recomendação. Como eu disse, ele realmente fez um ótimo trabalho...

Jennifer voltou a olhar para a fotografia de Jessica.

- Sabe se ele tinha a fotografia como hobby?

- Richard? Talvez tivesse, mas nunca mencionou isso para mim. Por quê?

- Por nada - respondeu ela, subitamente ficando sem perguntas. - Quero lhe agradecer por seu tempo, Sr. Edwards. Importa-se de eu voltar a lhe telefonar se precisar de mais ajuda?

- Não, de modo algum. Quase todos os dias pode me encontrar no trabalho até as seis da tarde. Aqui nós respeitamos muito a polícia. Meu avô foi xerife durante... ah, puxa... acho que uns vinte anos...

Jennifer desligou o telefone antes mesmo de ele terminar, perguntando-se por que nada do que acabara de ouvir parecia fazer sentido.


                                           ***

- Você tinha razão - disse Pete para Jennifer alguns minutos depois , parecendo confuso com o fato de os instintos dela estarem certos quando os dele tinham estado tão errados. - Encontrei o número de um detetive particular em Daytona. - Ele olhou de relance para uma anotação que fizera às pressas. - Richard deu três telefonemas para uma empresa chamada Croom's Investigations. Ninguém atendeu quando eu liguei, mas deixei uma mensagem. Parece que só trabalha uma pessoa lá. Não há secretária e uma voz masculina atende à secretária eletrônica.

- E quanto à mãe de Julie?

Pete balançou a cabeça.

- Consegui o número dela no serviço de informações, mas não atendeu. Tentarei de novo daqui a pouco. E quanto a você? Como andam as investigações?

Jennifer lhe fez um resumo de sua conversa com Clancy Edwards. Quando terminou, Pete coçou a nuca.

- Gay, é? - Ele assentiu como se aquilo fizesse sentido. - Dá para perceber.

Jennifer pegou o currículo de novo, tentando ignorar o comentário dele.

- Vou tentar a próxima empresa na lista - disse. - Faz muito tempo que Richard trabalhou lá, mas espero conseguir falar com alguém que se lembre dele. Depois acho que vou tentar o banco de Denver onde ele deve ter contas, ou talvez obter algumas informações com ex-vizinhos. Isto é, se conseguir localizar algum deles.

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