Preciso voltar a escrever...

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E aqui estou eu outra vez... Não do jeito que eu queria, não é confortável como era antes, mas dá pro gasto e no momento é isso que importa.

Depois do que foi a tragédia ao ver meu notebook parar de funcionar justa na hora que eu estava tentando terminar de escrever meu livro, agora devo poder voltar a escrever não exatamente em paz, mas bem próximo disso. Parte por causa do incomodo que é usar um notebook que não é o meu, é um usado, com teclado que não tem as teclas da língua portuguesa e que parece estar dando pequenos probleminhas enquanto escrevo. Entretanto, o que eu preciso é voltar a escrever, conseguir tirar de recomeço atrapalhado o suficiente pra engrenar, se não o começo de algo novo, pelo menos o fim do meu livro que iniciei ano passado, consegui escrever dois volumes em cinco meses e cujo o último volume foi iniciado há pouco mais de um ano, em dezembro de 2015. Pra você ver que quando a vida quer complicar tudo, não importa quem seja, não importa o que a pessoa precisa, nem ao menos hesita por um segundo para olhar a pessoa de perto e dizer: "essa pessoa precisa de amor e carinho primeiro". Não, não é assim. Se você tem isso e conseguiu passar por qualquer provação da vida por causa daquela pessoinha que sempre está do seu lado: pare agora e pense num jeito de agradecer essa pessoa agora mesmo! Demonstrações de afeto são coisas raras, o máximo que eu consigo sendo do jeito que eu sou é que as pessoas tenham pena de mim, vejam o quanto depressivo eu sou e, o que eu acho o cúmulo, fazem da sua dor uma ato de uma pessoa mimada que não sabe lidar com a vida. Não, eu não sei lidar com a vida, mas isso não faz a minha dor ser menor, isso não faz o meu coração quebrado ficar inteiro de novo. Eu não encontro nas pessoas a confiança necessária para dizer a elas o que eu realmente sinto. Só sinto isso quando eu escrevo...

É fato, eu acho: calado eu falo muito mais do que eu falaria se estivesse de frente com alguém, falando abertamente. Provavelmente, se eu tentar, alguma ideia diferente irá ocorrer e me atrapalhar; alguma ideia melhor irá ocorrer a pessoa que está ouvindo e ela não irá entender, irá inventar desculpas para me dispensar, ou ainda irá refutar a ideia, mesmo que eu esteja apenas confidenciando minhas incertezas, tentando trocar uma ideia, tentando inocentemente dar algo a alguém ou estar incentivando essa pessoa a mostrar esse algo ao mundo. Pessoas são naturalmente egoístas, elas precisam se proteger, proteger suas ideias... Não sou diferente.

Como vou saber quando realmente devo mostrar minhas ideias? A resposta é simples: nunca. A melhor forma é simplesmente tentar, nunca há, nem nunca haverá, certezas. Quem gosta de certezas são pessoas que não veem o quanto é dolorido acreditar com vontade em algo e esse algo falhar diante dos seu olhos. Falhas estão por todos os lados, porque ignorá-las? Só porque dúvidas não podem fazer parte do seu dia-a-dia? Ou será que é porque você simplesmente não consegue lidar com a dúvida? Se você tiver uma única dúvida, a neurose começa a te atacar e a te minar o tempo todo todo? Venho lidando com isso, os resultados não são promissores, mas até agora não me matou.

É difícil tentar estipular um número complicado de ser calculado como o infinito, você nunca irá encontrar todas as variáveis possíveis a tempo delas serem aplicadas. No entanto, você não precisa de todas, o básico consegue ser o suficiente. Apesar de que, na minha vida humilde, nem o básico funcionou, faltou algo para engrenar, algo que me ajudasse a ter os estudos certos para que eu conseguisse chegar na profissão certa. Não aquela onde você é empregado e tem que trabalhar do jeito que o patrão manda (e foda-se o resto); estou falando da profissão onde você é uma referência, onde você consegue lidar com as variáveis, pois você sabe lidar com elas naturalmente, não algo forçado. Você não precisa ser um super-homem pra chegar a algum lugar, só precisa do caminho certo. E aqui entra outras variáveis que deveriam corresponder a esse espaço vazio, mas não o fazem: governo e sociedade.

25 Anos - Minha históriaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora