Caluto e Jahil

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Caluto e Jiron apareceram apressados, pousando perto de Linade.

Dávolo e Érono se aproximaram e Caluto falou séria.

— Agora que esta chegando à noite, os vigias começaram a aparecer.

— É vigiado por zargons à noite. — disse Jiron, eles ficam andando pelo vilarejo.

Caluto olhou para Jahil. — Mas são poucos, conseguiremos passar por eles sem sermos descobertos.

Luthiron e Ádino haviam chegado e tinham ouvido sobre os zargons

— Precisamos ter cautela. — disse Luthiron. — Os zargons conhecem nosso estilo de luta.

— Vamos continuar a marcha. — Disse Dávolo.

Todos montaram em seus respectivos cavalos e centauros e continuaram apressados.

A noite chegou sem cerimônia, deixando todos silenciosos e atentos conforme se aproximavam mais do vilarejo.

Lúcia sentia um frio no estômago com a aproximação de sua missão, já conseguia ver o final da floresta à frente, a lua estava brilhante e iluminava tudo a frente.

Dávolo parou ajudando Lúcia a descer. — Daqui iremos devagar e sem fazer barulho.

O grupo andava em silêncio com as armas preparadas e atentos aos espaços deixados pela floresta, logo estavam a poucos metros do limite.

Dávolo, Érono e Luthiron ficaram para trás, não poderiam mais seguir sem ser ouvidos, Balmac ficou com eles.

Lúcia, Linade e Jahil avançavam abaixados, apesar de Jahil também poder ser ouvido, ele tinha que ir, pois era dele a função de efetuar a primeira parte do plano. Ádino se abaixava o mais que podia tentando fazer o mínimo barulho possível.

Caluto e Jiron esperavam no galho de uma árvore, já praticamente um das últimas que poderia esconder o pequeno grupo.

O vilarejo começava a pequenos metros deles, Jahil falou baixo quando pararam. — Conheço quem mora ali naquela cabana, é o velho Barun, ele nunca permitiu que chegassem perto da floresta depois do acordo, é corajoso e rabugento, vai nos ajudar de bom grado.

Caluto se aproximou e planou perto deles. — Vou ver se a passagem está livre.

Saiu voando rápido passando a frente da casa e seguindo em frente, voava alto o suficiente para não ser pega ou poder ser confundida com um pássaro comum se fosse vista, mas era rápida o bastante para não ser notada.

Ela é muito corajosa, pensou Lúcia ansiosa escondida por trás do monte de galhos secos caídos, esticava o corpo para ver se via algum Zargon que pudesse aparecer naquele momento de espera.

Minutos depois Caluto apareceu, pousando na cabeça de Jahil. — Vamos, temos poucos minutos, estão em uma fogueira conversando um pouco longe daqui, será seguro se formos agora.

Jahil cumprimentou a todos, dizendo sem olhar para ninguém, os olhos fixos na cabana. — Agora acredito que realmente vamos começar.

Saiu da floresta andando o mais rápido que podia sem fazer barulho.

Ádino, Linade e Lúcia observavam ansiosos rezando para que desse certo.

Jiron não emitia qualquer som, olhava atento para todos os lados com sua posição privilegiada para se certificar que ninguém se aproximava.

Jahil parou na porta e deu chutes leves enquanto chamava baixo, nada aconteceu, Jahil bateu com um pouco mais de força fazendo o grupo se encolher de expectativa.

Lúcia fez uma careta ao ouvir o som mais alto, a porta se abriu e Jahil falou alguma coisa muito baixo, ele aguardou um instante olhando para todos os lados com Caluto ainda em sua cabeça.

Falou mais alguma coisa para o jeguinho que olhava atento para todos os lados, Lúcia entendeu as palavras, sou eu, e preciso de ajuda.

Logo Jahil entrou e novamente o jeguinho olhou para os lados se certificando que ninguém havia visto ele entrar em sua casa em seguida fechou a porta.

Jiron voltou para perto de Dávolo, Balmac, Érono e Luthiron que aguardavam silenciosos e cheios de expectativa.

Lúcia, Linade e Ádino continuavam abaixados esperando, depois de meia hora que pareceram dias aos três, a porta se abriu o suficiente apenas para Caluto poder passar.

Ela voou rapidamente na direção deles, pousou arfando e dizendo apressada. — Amanhã cedo Jahil vai para as minas, eles se agrupam perto da entrada e entram sem os orcs a coordená-los, nesse ponto não teremos problema, eles não se importam com a contagem. Jahil conseguirá entrar sem problemas. — Pela primeira vez ela olhou para todos com carinho nos olhos. — Desejo a vocês boa sorte.

Eles desejaram o mesmo e em seguida ela partiu em direção a cabana.

Depois que ela entrou em segurança e a porta foi fechada novamente os três voltaram abaixados para se juntar aos outros e contar o que se passou.

Depois de Linade narrar o que Caluto havia dito, todos estavam agitados, não havia mais volta, se alguma coisa desse errado, Jahil e Caluto correriam perigo.

Linade pegou o saco com suprimentos e colocou nas costas de Luthiron montando em seguida, Ádino montou Érono com ajuda e se arrumou o melhor que podia.

Lúcia montou Dávolo com o coração aos pulos, sentia receio pela segurança dos dois que agora dependiam deles, era a segunda parte do plano.

Crônicas Helenísticas- Niedra Livro 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora