Vinte e Cinco - Como Torturar Dylan-Mason-mentiroso e Outros Problemas (Parte 2)

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Fechei a porta, que bateu num estalo seco. Tranquei cuidadosamente e então virei em sua direção. Ali dentro tinha cheiro de Dylan/Mason/mentiroso. Ele estava por todo lado, em minhas narinas, minha pele, meus olhos, na minha alma. No escuro, com apenas uma fresta de luz da lua iluminando precariamente o aposento, ele parecia perigoso, ainda mais misterioso, se é que era possível. O meio sorriso brilhava. Por um instante, fiquei sem palavras. Mas ele esperou pelo meu próximo movimento, guardando as mãos nos bolsos da calça de moletom, de modo que as entradas ficaram ainda mais evidentes.

Ele também sabia provocar, disso eu tinha plena consciência. E ele também, ele sabia o que me deixava louca em cada aspecto seu. Respirei fundo e me aproximei.

- Tire esse sorriso convencido daí. – apontei para sua boca.

Queria beijá-lo ali, mas a vontade foi contida, para que extravasasse na hora certa, na medida certa. Dylan/Mason/mentiroso não me obedeceu, por óbvio. O sorriso cresceu e ele soltou uma piscadela marota.

- Bom saber que mudou de ideia, Panda.

- Não mudei de ideia.

Ele meneou a cabeça, a expressão curiosa:

- Então o que faz aqui? Veio se aproveitar do meu corpo?

Assenti, então disse:

- Também. Mas, especialmente, vim tortura-lo para que me dê as respostas que eu quero, não as que você quer dar.

Dylan/Mason/mentiroso passou a mão pelos cabelos, claramente abalado pela minha declaração. Não de uma forma negativa, entretanto. Não, ele parecia ter atingido um nível preocupante de excitação, com aquela minha simples frase. Mordeu o lábio inferior e sorriu ainda mais, olhando-me de esguelha, provocativo.

- Não faça promessas que não pode cumprir, senhorita Turner.

Soltei um riso irônico.

- Nós dois sabemos que posso tirar o que quiser de você. Na verdade, em um estalar de dedos, você está aos meus pés, senhor Campbell. Ou deveria dizer senhor Carter? – minha voz era um miado macio.

Pude ver o pomo de Adão dele subindo e descendo, enquanto ele engolia a seco. Outra mordida de lábio, mais mãos passeando pelo cabelo, pés mudando o peso do corpo de um lado para outro.

- Gostaria de encontrar uma forma de resistir a você, mas sou um belo de um incapaz nesse quesito. Não me envergonho, na verdade... – deu de ombros, sereno – Venha me torturar sexualmente, vamos ver o que consegue.

Foi a minha vez de engolir a seco, passar as mãos pelo cabelo, morder o lábio inferior, mudar o peso do corpo de um pé para outro. Dylan/Mason/mentiroso arqueou uma sobrancelha, desafiador.

- Voltando atrás em seu plano?

Neguei com a cabeça, voltando imediatamente para meu objetivo.

- Nem pensar. – sem mais hesitar, caminhei decidida até Dylan/Mason/mentiroso.

Ele esperou, mais uma vez, meus movimentos. Sabia que eu estava no comando, e não tinha problema algum com isso.

- Não confio em você totalmente. – disse, assim que fiquei a um passo de ter seu corpo sob minhas ansiosas mãos. Ele fez bico, chateado – Sei que disse que vai me contar o que é que está acontecendo, mas, convenhamos, muito do que me falou até agora é mentira.

- Nem tudo.

- Nem mesmo seu nome é seu nome.

Ele riu, divertindo-se.

Desvio de CondutaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora