- Eu sou uma sobrevivente agora, Maddy. – foi o que Imogen disse assim que adentrei seu quarto de hospital.Apesar dos fios e tubos ligados a ela por todos os lados, e da roupa típica de hospital da qual ela reclamaria assim que tivesse um vislumbre no espelho, minha amiga parecia bem. Um pouco abatida, claro, olheiras e palidez que não combinavam em nada com seu colorido, mas bem. O pequeno alívio que havia me atingido no corredor, quando o médico falou que ela estava bem, transformou-se num enorme e permanente alívio.
- Não uma sobrevivente qualquer! Uma sobrevivente de um tiro dado por um mafioso com péssima pontaria, graças a Deus!
- Cowboy brega de merda. – resmungou, ajeitando-se no travesseiro para sentar e me dar um abraço não muito apertado.
O curativo logo abaixo do ombro, no meio do caminho entre ele e o coração, aparecia através da gola da camisola de hospital.
- Inclusive, além de sobrevivente, provavelmente sou sua maior heroína, porque acho que o tiro era para você? – ela interpôs, quando me afastei e sentei na poltrona disposta ao lado da cama.
- Tenho certeza absoluta de que era para mim, só resta agora saber por quê...
Imogen meneou a cabeça, séria, então um pequeno sorriso foi surgindo em seus lábios.
- Tem uma coisa me incomodando desde que eu acordei... Porque não tenho certeza se sonhei com isso, se é resultado da anestesia ou se aconteceu de verdade.
Já sabia do que ela estava falando e, por algum motivo, um incômodo frio se alojou em minha barriga.
- O que é?
- Foi Dylan quem deu tiro no cowboy brega e chamou a ambulância falando "agente Mason qualquer coisa" no telefone?
Assenti, então respondi:
- O que faz de Dylan, ou Mason, sei lá, o verdadeiro herói.
Imogen se ajeitou ainda mais na cama, quase indo parar na beirada. Seus olhos brilharam e o pequeno sorriso cresceu tanto que quase não coube em seu rosto delicado.
- Dylan é um policial? Ou... Mason é um policial? Que nome sexy, inclusive, adorei. – ela abanou a mão - Enfim, ele tem licença para matar e tudo o mais?
- Não sei se ele tem licença para matar, ele não é James Bond. – revirei os olhos – Mas, sim, ele é um agente do FBI. – disse, bem baixinho.
Ela, por sua vez, soltou um palavrão bem alto, bateu palmas, e enfim falou:
- Essa não é a reviravolta mais legal que poderia ter acontecido?!
- Fale baixo, sua maluca, ele está disfarçado.
- Isso é ainda mais sensacional! – dessa vez a resposta veio num quase sussurro, porém ainda assim em tom de vitória.
- Nem tanto, porque não faço ideia do que ele está procurando por aqui.
- Claramente tem a ver com você, Panda. – Imogen piscou.
- Sim, isso eu sei. Mas... O quê? Eu não fiz nada de errado.
- Você pode não ter feito, mas seu noivo está atolado até o nariz em merda. Tenho certeza de que isso é culpa de Trevor. E, vamos combinar, se ele não tivesse feito nada de errado, não teria Dylan, ou Mason, que seja, e você não teria o melhor orgasmo da sua vida.
- É impressionante o fato de que você sempre consegue trazer sexo à tona, mesmo quando estamos tratando de um assunto como esses.
Ela riu, deu de ombros e levantou as mãos em um gesto pacífico.
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Desvio de Conduta
RomanceMadison Turner só queria se formar, tornar-se advogada militante dos Direitos Humanos, fazer alguma diferença no mundo, ser uma mulher forte, destemida e determinada. Mas os eventos misteriosos que passam a atormentá-la assim que pisa em Harvard não...