A morte de Amélia

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Depois do banho, fiz uma maquiagem carregada, mas os meus lábios denunciavam, então usei minha evidencia, puxei Derek antes de sair do quarto, o encarei, "Vai me dar autorização para ver sua mãe, se não fizer isso, eu vou voltar para o banheiro, vou tirar essa maquiagem e desfilar por aí com a cara estourada e vou confirmar que você me bate!".

Derek pegou no meu rosto e examinou, "Pode fazer o que quiser!".

Sorri vitoriosa e fui para o banheiro, mas antes de entrar ele disse, "Terá a permissão de ver minha mãe".

"Quero poder ficar com ela como sempre fiquei".

Derek não disse nada e saiu do quarto, mesmo assim eu tirei aquela maquiagem toda, eu não iria sair e sabia que Derek não iria tomar café com a gente, ele não suportava olhar para a minha cara depois da perda do bebê, assim que me vi livre de todo aquele quilo de maquiagem eu fui direto para o quarto de Amélia, a enfermeira que cuidava dela me olhou assustada e engoliu em seco e nos deixou sozinha, Amélia respirava com dificuldade, e peguei em sua mão e apertei.

"Amélia?... Estou aqui minha querida!", beijei seu rosto, "Amélia!... Por favor?... Me perdoa?".

A semana que se seguiu eu li as cartas para deixar claro para Amélia a articulação que fizeram para separar os dois, eu sabia que estava escutando, mas não abria mais os olhos, a pneumonia a deixava cada vez mais fraca e eu me preocupava, não sai do seu lado, e Derek procurava se manter distante de nós duas, as empregadas estavam com raiva de Derek por ele ter me batido, levei uma semana para sarar, Killer ficou sabendo e eu o impedi de falar com Nigel sobre isso, eu sabia das consequências, Nigel se tratando de mim perdia a cabeça.

"Estamos prontos!", disse Vincent ao meu lado da cama, estava lindo, mais jovem e sorria lindamente, Amélia estava ao seu lado e sorria grata, eu me emocionei, mas não consegui sair da cama, "Eu preciso agradecer a você por ter trazido o perdão... Eu carreguei por anos essa culpa... Por não procurar a verdade e nem procurar por Amélia... Você é um anjo e cinto muito por tudo que aconteceu com você!". Vincent fez um bico de tristeza.

"Tudo bem Vincent, eu não podia ter tido o bebê, eu iria provocar uma ira fora do comum em Derek". Olhei para Amélia, "Vou sentir sua falta, mas eu estou feliz que vai seguir com Vincent!".

"Amo você minha filha... obrigada por cuidar de mim tão bem, se não fosse você não teria conhecido a verdade!", Amélia olhou para Vincent e sorriu amável.

Vi os dois sumirem diante de mim, acordei em um sobre salto, Derek dormia a meu lado largado e de roupa, gritei,"AMÉLIA", corri para o quarto, Derek a traz de mim, ela sorria, não tinha mais batimentos cardíacos, Derek se pôs a fazer a massagem cardíaca, mas já era tarde, o puxei, "Acabou!...Ela se foi... Eu a vi no pé da cama se despedindo... Ela se foi".

Derek desceu da cama em pranto e se jogou no chão sentado, a enfermeira que tinha a xícara de café entre as mãos não acreditou no que via, eu me ajoelhei diante de Derek e o abracei e choramos jutos ali.

O enterro foi em um dia de sol, pela primeira vez o sol brilhava em um enterro de uma pessoa que eu amava, eu consegui o tumulo do lado de Vincent, Derek estava muito mal para questionar, eu ainda tinha um bom tempo para fazê-lo ler as cartas e o diário, ele iria aprender a perdoar o pai e entender que não foi por maldade, fiquei sentada ali, vendo o caixão descer, era apenas eu e Derek e duas empregadas da casa, Charles se pôs ao lado do nosso carro, bem ali perto, deixei Kristen em casa com a babá, queria que conservasse a memória da vovó, era pequena demais para entender, Derek se afastou e entrou no carro quando o caixão foi colocado no tumulo e a terra começou a cair sobre o local, eu fiquei até o fim, eu os via ali em pé e eu queria matar a saudade de Amélia, mesmo não falando muito, eu pude conhecer um tiquinho só da história, assim que as coroas de flores foram colocadas sobre o túmulo, mandei beijos e me levantei e segui para o carro, Charles me ajudou a descer da grama, ao longe vi Nigel e Killer me observando a traz de um dos túmulos distante, parei por um instante, eu sentia falta de Nigel, Charles abriu a porta do carro e eu entrei, agora eu estava parcialmente livre para seguir a minha vida, minha missão com Vincent tinha acabado, eu podia deixar tudo que era dele para Derek ler, será sua opção em aceitar ou não que o pai e a mãe foram vitimas.

Derek olhou para mim assim que o carro saiu do cemitério, seus olhos estavam inchados, "Por que se torturar assim... Ficar até o fim... Ver a terra cobrir tudo?".

O olhei, "Porque é a única certeza que temos sobre a vida!".

Amor de Primo parte 3 - FiNaLOnde as histórias ganham vida. Descobre agora