Vinte e um - Alice

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As palavras da Sra

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As palavras da Sra. Trent me assombraram por horas. Eu obviamente não tinha a intenção de quebrar o coração de Jax, mas o modo com que ela tinha falado... Soou tão perto de uma premonição que me deixou assustada. E eu não conseguia deixar de pensar naquilo.

Havia uma banheira com água quente esperando por mim quando entrei no banheiro e me lembro de ter me despido e de simplesmente ter ficado ali por muito tempo. Esfreguei meu corpo para tirar a lama, mas minha cabeça estava em outro lugar. Estava em Jax, estava na Sra. Trent, estava em Quentin. Jamais imaginaria que me trancar no banheiro naquele dia longínquo, querendo simplesmente um pouco de paz, fosse acabar comigo ali, presa no que parecia um conto de fadas sem graça.

E foi quando eu estava bastante imersa em pensamentos que uma coisa laranja e felpuda aterrissou do lado da banheira, me fazendo dar um pulo de susto e espalhando água para tudo quanto era lado.

– Tobias! – gritei, me enfiando na água para que ele não visse nada que não devesse ver. Quer dizer, Tobias podia ser uma gato, mas era um gato macho que falava demais e, além disso, alguma coisa nele ainda me incomodava.

– Shhhhhh – Tobias respondeu com aquele sopro esquisito que os gatos fazem quando estão assustados ou bravos. Para o meu deleite, a água da banheira tinha caído bem em cima dele. Abençoado carma.

– Qual é o seu problema? – reclamei. – Você sente prazer em surgir do nada e me assustar, não é possível.

Tobias estreitos os olhos, os pelos estavam ensopados. Ele parecia bastante miserável, o que era ótimo.

– Preciso lembrar você, princesa, de que você deve a sua vida a mim?

Levantei uma sobrancelha.

– Todos os gatos são convencidos assim ou é só você?

Tobias levantou a patinha até a altura dos olhos e pareceu desolado ao vê-la molhada daquele jeito.

– Eu apareço quando é necessário – respondeu ele, sacudindo a patinha em questão. – Por exemplo, agora.

Ele parou de sacudir a pata e me olhou com aqueles olhos verdes.

– Ouvi dizer que Quentin Augustini está nas imediações.

Afundei um pouco mais na banheira.

– Eu sei. – disse simplesmente.

Tobias não pareceu satisfeito com a minha resposta, porque pulou na beirada da banheira e deu um tapa na minha cabeça, arreganhando os dentes em um miado estridente.

Eu sei?! – miou ele – E o que você ainda está fazendo aqui, então? Já era perigoso estar aqui quando ele não estava, mas agora... Princesa, precisamos tirar você daqui.

Foi a minha vez de encará-lo.

– Não. – respondi.

Tobias fez uma cara de quem não estava entendendo nada.

Coração de vidro [FINALIZADA]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora