2ª parte do Capítulo IX

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- Não me expressei bem. Imagino a que meio pertence e onde vive. Ora, toda a nobreza de Olisipo está no baile, nenhum nobre me contou que tinha o filho doente e a Aurora morava na fronteira de Olisipo, onde se localiza vários fazendeiros que fizeram fortuna...

- Ah... – soltou a rainha, acompanhando o raciocínio do marido. – Tem razão, querido!

- O pai poderia elucidar-me.

- Claro que sim. O mais provável é o Filipe ser filho de um fazendeiro. – Fez uma pausa. – O que é ser rico para ti, Aurora?

- As madrinhas ensinaram-me bem as classes socias – disse Aurora, com aborrecimento. – Neste momento, ele já não é rico em relação a mim, mas também não há ninguém mais rico do que eu em Olisipo, à excepção dos pais. O que interessa é que o Filipe quer casar comigo, mesmo pensando que eu sou uma plebeia e isso só demonstra os bons sentimentos que tem por mim. Não será o amor o mais importante?

O rei Dinis calou-se. O semblante do seu rosto estava sério, direccionou o olhar para os papéis que repousavam sobre a mesa, pegou na pena e colocou-a ao lado do tinteiro. A sua atitude parecia-me estranha. Estaria ele a fugir ao assunto? Talvez estivesse a ser cauteloso para não assustar a filha. Confesso que estava curioso, porque queria saber se ele partilhava a opinião do meu pai de que as princesas nascem para os príncipes. Será que o rei Dinis dava valor ao amor?

O silêncio instalou-se, pois todos esperavam pela resposta do rei. A rainha pousou a mão no ombro do marido para lhe transmitir algo.

- Tu precisas de um marido que zele pela tua segurança e te protega caso seja necessário – respondeu ele, ao fim de um bom tempo.

- O Filipe irá sempre zelar pelo meu bem estar. A prova é que ele me quer dar o melhor pensando que nada tenho.

- Ele não pode, Aurora, acredita em mim.

- Como pode ter tanta certeza? O pai nem o conhece.

- Sê racional, pensa com a cabeça e ignora o coração. Tens uma inimiga, a Malévola, que te lançou uma maldição, mas felizmente não se concretizou. A Malévola não deve estar nada contente com esta situação e nada nos garante que ela não volte a fazer das suas. Precisas de alguém forte ao teu lado.

- O Filipe – insistia ela . – Ele é jovem, forte e corajoso.

- Será que não ouviste nada do que eu disse, filha?

- Percebi muito bem o que o pai disse.

- Então, julgas que um camponês te pode proteger de uma bruxa?

- Agora, chama-o de camponês?

O rei fingiu que não a ouviu e continuou:

- Como é que ele te vai defender de uma bruxa? Atira-lhe ovos, tomates, batatas... Não! Atira-lhe galinhas sempre é um ataque mais agressivo. Tu precisas de fadas e de exércitos ao teu dispor, Aurora. Só os reis e os príncipes é que dispõem de fadas. E os camponeses não dispõem de homens, nem de armas como deve ser para a guerra.

- Vai com calma, Dinis – murmurou a rainha no seu papel de conselheira.

- Eu estou calmo, querida. Aurora, é a tua vida que está em causa. Eu estou apenas a proteger-te!

- Mas, eu não gosto do Príncipe Ricardo. Afinal, mesmo sendo uma princesa tenho que me casar por interesse.

- Bem... hã...

O AMOR NÃO DORMEOnde as histórias ganham vida. Descobre agora