— Não precisa assustar a menina, cara. — Mike diz e eu sorrio agradecida, olhando para ele, que pisca para mim.

João nos observa calado com um sorriso divertido no rosto, como se nós três fossemos a coisa mais divertida que ele via há tempos. O resto do caminho ficamos em silêncio, mas não demora muito para chegarmos ao nosso destino.

Depois de mais alguns minutos, entramos por um portal e me dou conta que estamos em uma fazenda. Passamos por alguns estábulos e posso ver alguns cavalos pastando atrás de cercados, e mesmo um pouco longe, posso notar que são lindos e com pêlos brilhantes. Quando chegamos na casa e Dalian estaciona, meu queixo cai.

É uma mansão enorme. Parece um daqueles castelos de Downtown Abbey, de pedra alto e nem posso imaginar quantos cômodos esse lugar tem. João não é rico. É muito mais do que isso.

— Parece um hotel! — minha irmã diz com uma expressão que com certeza é um espelho da minha. Ela olha para João arqueando as sobrancelhas. — Pelo visto você encontrou muito mais que a Fonte da Juventude.

— Você imaginou certo, Lola. — Dalian responde, dando risada pela primeira vez desde que entrou em nosso apartamento. — A casa fica na encosta do morro e foi construído de forma que todos os quartos dão para ver o mar. João não foi nem um pouco modesto na nossa base.

Dalian, de alguma forma já consegue nos diferenciar e eu não consigo deixar de ficar surpresa por isso. Geralmente, mesmo usando roupas diferentes, as pessoas levam dias, ou até mesmo anos para conseguir dizer quem é quem entre mim e minha irmã.

O que muitas vezes não faz o menor sentido, mesmo quando não conseguem nos diferenciar, todos sempre parecem sentir-se atraído por Lola, com sua personalidade extrovertida. No meu caso acontece o oposto. Normalmente as pessoas, especialmente da nossa idade ou próximas, parecem ser repelidas.

Mesmo idênticas, eu ainda sou a gêmea feia, se é que isso faz algum sentido. Já perdi a conta de quantas vezes ouvi essa frase.

— Podemos conversar antes de vocês se instalarem, meninas? — João pergunta, interrompendo meus pensamentos e nós concordamos com a cabeça, seguindo-o para dentro da casa, o que causa um choque, já que tudo ali é moderno em contraste com o exterior. — Vamos para o meu escritório e de lá, você podem fazer um tour pela fazenda e conhecer as pessoas que vivem aqui.

Infelizmente não tenho muito tempo para observar tudo, só consigo reparar que há muita luz natural vinda de janelas enormes que refletem nas paredes e móveis claros.

Quando passamos por uma biblioteca não consigo me controlar e paro na porta, olhando para o aposento. Estantes de livros tomam conta do local de cima a baixo. Eu não consigo dizer o tamanho da biblioteca, apenas que ela é uma das maiores que já vi em uma propriedade privada. Não que tenha visto muitas. De toda forma, é um paraíso.

— Você pode vir aqui quando quiser enquanto estiver na Base. — João diz, notando minha hesitação. — Todos os cômodos dessa casa são livres para nossos hóspedes. — apenas concordo com a cabeça, meu olhar ainda preso na biblioteca e volto a seguir João e Lola pelo corredor vazio. — Tratarei do assunto o mais rápido possível e logo estarão livre para explorar.

Entramos por uma porta que se encontra fechada e descubro que estamos em um escritório. Ali há uma mesa em mármore branco em frente a outra janela enorme, de onde é possível ver o mar um pouco abaixo de nós, já que a casa fica em cima de um precipício. No canto há uma lareira — apagada por ainda não estarmos no inverno, apesar de próximos — com algumas poltronas de aparência confortável em volta. João senta em uma das poltronas e nos convida a fazer o mesmo.

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⏰ Última atualização: Sep 25, 2016 ⏰

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