Capitulo 1

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A boca daquela mulher não parava de se mexer. Abria, fechava e eu observava aqueles movimentos. Tinha pena do marido dela por ouvir aquela voz irritante todos os dias mas tinha inveja das coisas que ela lhe fazia com aqueles lábios. Pena é ser demasiado velha para mim, não me importava nada de dar umas voltas com ela desde que depois tivesse notas boas por não fazer nada.

Era o primeiro dia de aulas e eu já estava enervado. Tinha 19 anos e ainda estava no 12º ano. Ou passava de ano este ano ou os meus pais ainda me mandavam para as obras, e eu não ía começar a trabalhar aos 19 nem que me obrigassem. As gajas da minha nova turma eram sempre a mesma coisa. Infantis, burras e demasiado fáceis. Metade delas vinha para a escola no Inverno como se fosse pobre e não tinha mais dinheiro para comprar roupas decentes, mas isso não me importava minimamente porque eu gostava das ''vistas''. Elas só serviam para eu usá-las por uma noite e deitar fora. Não gosto de casos que duram mais de dois dias. Namoros sérios não são comigo.

Eu podia não lhes achar piada nenhuma por agora, mas de uma coisa eu tinha a certeza: era o início de um novo ano e isso significava novas experiências. E a minha próxima escolha seria a da primeira fila. Tinha cabelo castanho claro e não era igual às outras, o que me despertou um interesse nela. Sempre gostei de raparigas que se destacassem e que tivessem algo de diferente, fora do comum, algo que esta parecia ter.

Olhei para o meu lado e estava uma típica barbie sentada ao pé de mim. Decidi brincar um pouco com ela e pus a minha mão na sua perna. Ela olhou para mim e sussurrou qualquer coisa, rindo-se, mas a qual eu não tinha qualquer intenção de ouvir.

- Calma bebé. - disse-lhe, sorrindo, e pisquei um olho.

Ela riu-se, envergonhada, e eu comecei a subir a mão para cima enquanto ela fazia de conta que estava a tentar tirá-la. As mulheres são a espécie mais estúpida já inventada pela natureza. Ela quer que eu a toque mas mostra-me o contrário só para eu pensar que ela tem princípios. Elas pelos vistos têm uma própria regra que diz: nunca se mostrar demasiado fácil e acessível. Tretas.

O bom é que depois desta aula vou tê-la apaixonada por mim e a falar de mim às suas amigas, as quais eu espero serem mais bonitas que ela. No fim de tudo, eu sou o mais beneficiado.

- Pára, por favor... - dizia ela silenciosamente.

- Okay. - respondi arrogantemente e tentei prestar de novo atenção à aula.

Ela ficou chateada e não falou mais comigo o resto da aula.

Finalmente tocou.

Levantei-me rapidamente e dirigi-me até à porta de saída. Quando mais depressa eu saísse daquele ambiente depressivo, melhor seria para a minha estabilidade mental. Na minha humilde opinião, a escola só deveria servir como sítio de encontro entre amigos. Lições sábias e conhecimentos aprendem-se com os erros da vida.

A rapariga bonita da primeira fila levantou-se, e em poucos segundos, já o meu corpo embatia no dela. 

- Peço desculpa, linda. - disse sorrindo enquanto acariciava-lhe carinhosamente o braço.

Todas as gajas começaram a olhar para nós enquanto ofendiam mentalmente a pobre rapariga com todos os nomes já inventados e sonhando em como seria bom estar no lugar dela.

A rapariga sorriu timidamente e afastou a minha mão. Lembram-se da regra?

- Eu é que peço, fui eu que fui contra ti. - disse ela.

Já sei que esta fala muito... pelo menos a boca deve ser maravilhosa em outro trabalhos.

Enquanto ela continuava a falar, eu já a imaginava caída de joelhos à minha frente.

Dei uma gargalhada enquanto tirava os pensamentos estúpidos da minha cabeça. Ela olhou para mim confusa e antes de eu ir-me embora, dei-lhe um beijo na bochecha, como forma de lhe demonstrar que ela já arranjou um amigo novo nesta escola. 

O que ela fez a seguir, deixou-me completamente paralisado por alguns segundos. Aquela pita atreveu-se a dar-me um estalo! UM ESTALO! 

- Mas tu estás doida?! - gritei zangado, fazendo-a estremecer.

- E tu?! Pensas que podes andar a dar-me beijos só porque te apetece?! Tu não me conheces de lado nenhum! - gritou ela, nervosamente.

Todos olhavam para nós. O STYLES A RECEBER UMA TAMPA DE UMA PITA QUALQUER?! UAU.

- Foi na cara! Oh meu deus, tu és doente rapariga! - disse.

Olhei para o nosso público, depois de lhes perguntar se não queriam olhar mais. Eles riam-se por dentro.

Começaram a cair lágrimas pela sua cara depois de eu dar aquele grito e ela simplesmente virou-me as costas, pegando cuidadosamente nos seus livros, e saiu da sala. Coloqui os livros na secretária e apoei-me nela. Eu tinha posto uma estúpida rapariga a chorar depois de ter-mos trocado umas dez palavras, no mínimo. Sería eu assim tão arrogante como sempre me descreviam?

Mas a pergunta que mais me perturbava naquele momento, era porque raio ela reagiu assim?! Qualquer uma ficaria encantada depois daquele beijo. Qualquer uma, menos ela. 

Adoro desafios e tenho a certeza que ela vai ser minha daqui alguns dias, e depois é so deitá-la fora, como faço com todas.

No entanto, a tristeza de eu tê-la posto a chorar não saía de mim... Eu era um anormal.

40 GRAUS - Harry Styles FanFicWhere stories live. Discover now