Capítulo 11 (S02)

1 0 0
                                    

As luzes alaranjadas de emergência eram as únicas coisas que iluminavam os corredores da bunker após a destruição do gerador principal. O ambiente era claustrofóbico e sombrio. Para completar a atmosfera, o som dos tiros ecoando incessantemente era capaz de arrepiar a espinha de qualquer homem ou mulher.

Um grupo de cinco membros da Mão Sangrenta descia com pressa uma das estreitas escadarias que levavam aos níveis mais inferiores da estrutura. Os uniformes não seguiam nenhum padrão fixo além de possuírem detalhes em laranja, fosse uma bandana ou uma camisa escondida por um grosso casaco de cores mais escuras, nada chamativo demais visualmente para que não atraísse atenção desnecessária de atiradores inimigos. Essa era a marca registrada dos membros da Mão.

Suas armas recém adquiridas nos assaltos realizados Hadi estavam se provando mais eficazes do que os guerrilheiros poderiam imaginar antes da missão. A experiência de combate do grupo era reduzida, qualquer coisa que os desse uma mínima vantagem fazia toda diferença.

Até aquele momento o esquadrão havia atravessado o terreno lamacento da pós-chuva e os destroços da barricada sul do Quartel enfrentando fogo cruzado e havia acabado de adentrar na bunker principal do complexo, onde se encontrava o escritório de Levi. Nenhuma baixa desde a entrada, mas eles já haviam levado ao chão quase uma dezena dos ex soldados valdraazes pelo caminho.

O sucesso da invasão resultado imediato da comunicação eficaz e constante de todos os integrantes da Mão com Gillean. O homem parecia conseguir manter um controle frio e absoluto sobre toda a situação, mesmo que estivesse se comunicando com mais de uma dúzia de times de assalto ao mesmo tempo.

Cada um dos membros da Mão Sangrenta sentiu um calafrio na noite anterior logo que seu líder os informou que estavam prestes a atacar o Quartel, o segundo lugar mais bem protegido de toda Porto Tempestade. Eles eram como formigas atacando um leão, mas Gillean possuía a habilidade e carisma necessárias para tornar as parcas chances de sucesso em uma certeza absoluta de vitória. Seu discurso inflamado antes do ataque fora impecável. Ele havia feito questão de manter a missão em completo sigilo até o último segundo possível, mas, agora que todos sabiam, confiavam suas vidas à Gillean. Era um caminho sem volta, eles estavam acometidos à causa. E, para sorte de cada um que lutava em nome da Mão, a atuação de Gillean era impecavelmente condizente com sua eficácia persuasiva.

- Grupo b-7 adentrou na bunker objetivo - Informou o líder do esquadrão de assalto pelo comunicador. Estamos chegando ao terceiro andar do subsolo. Confirmando que as defesas automáticas estão realmente inoperantes com a destruição do gerador principal.

- Grupo b-3 e c-1 também conseguiram invadir e estão rumando por caminhos separados para eliminar a resistência e impedir reforços na sua posição - Respondeu Gillean prontamente. - Desçam mais um andar e parem antes do cruzamento dos corredores. Quero uma granada de fragmentação cinco metros à frente antes de avançarem na dobra à direita.

- Entendido - O líder disse ao encerrar a comunicação, deixando Gillean cuidar do resto do cerco.

Seguindo as instruções dadas, o grupo desceu as escadarias em uma formação treinada exaustivamente nas últimas dezenas. Apesar de quase nunca terem participado de confrontos diretos, Gillean sempre manteve seus homens em ótima forma, treinando-o exaustivamente em táticas de combate. Isso, somado às ordens do líder da facção, eram as únicas coisas que os havia mantido vivos até aquele momento enquanto um caos de disparos e explosões reinava ao redor deles.

O cruzamento de corredores mencionado por Gillean estava a alguns passos à frente, logo após as escadas desembocarem naquele andar. O líder do esquadrão realizou um sinal com o punho levantado e cerrado para que todos parassem atrás dele. O time tomou posição reencostando à parede direita do corredor no qual estavam. O líder não hesitou antes de puxar uma das granadas de sua bandoleira, puxar o pino com os dentes e jogá-la às cegas no corredor que passava perpendicularmente. O homem contava apenas com sua capacidade de medir a força necessária para que o artefato pudesse parar a cinco metros dele, assim como fora ordenado por Gillean.

Estilhaços em ChamasOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz