03 | m e t r o

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Metro

Existem momentos que tudo que uma pessoa precisa é de uma cama confortável para repousar o corpo depois de passar mais de quatro horas tendo que dividir esse tempo entre treinar uma coreografia e ficar fazendo aeróbica.

Em dias comuns, fazer esse treino que já havia se tornado rotineiro há vários anos, não me deixaria assim tão exausta. Mas agora ter que fazer essa rotina enquanto uma gripe resolveu aparecer do nada... Não é fácil. Eu só queria sair de St. Francis o mais rápido possível e repousar meu corpo na cama mais próxima.

Infelizmente, parece que aquilo não iria acontecer tão cedo.

Quando terminei de arrumar minhas coisas e finalmente me despedi de todas as minhas colegas de equipe, caminhei rapidamente até a saída do colégio e comecei a procurar por Joseph no estacionamento. Mas não o encontrei. Achando aquilo estranho, peguei meu celular com o fim de ligar para casa e saber se alguma coisa tinha acontecido, quando me deparei com uma mensagem dele no meu celular:

"Princesa, vou me atrasar hoje. Motivo: sua irmã mais nova tem uma consulta médica. Mas não se preocupe, vão ser apenas quinze minutos de atraso."

Sempre achei fofa a preocupação de Joseph com todas nós e, naquele momento, eu praticamente soltei um longo "awn" por sua atitude. Na verdade, eu teria feito justamente isso caso uma mão não tivesse apertado meu ombro levemente e me assustado profundamente.

Me virei tão rápido na direção daquela mão que cheguei a ficar tonta.

Não posso dizer que fiquei surpresa por ver ele parado logo atrás de mim, mas também não posso dizer que esperava que fosse ele. Eu fugi de Adam Petters desde o nosso primeiro e único encontro como um gato foge de água em dias de banho.

─ Você quer me matar do coração?

─ Levando em conta que é você que quebra corações como diversão... Acho que não sou eu que vou matar alguém do coração, não é mesmo? - ele sorriu debochado na minha direção e eu apenas pude imitar seu ato. ─ Preciso falar com você.

Adam Petters era sem dúvidas uma das poucas pessoas que conseguia me irritar com uma quantidade quase nula de palavras. Antes da chegada dele na minha vida, a única que conseguia me tirar do sério daquela maneira era Summer. Tolo é quem pensa que Adam é parecido com a Spring: ele até pode parecer exteriormente, mas no interior... Ele é insuportável.

Foi preciso apenas um mísero dia de convivência para que eu descobrisse isso.

─ Pode falar, Adam.

O meu erro foi ter tido aquela frase.

Eu escutei Adam Petters discursar durante quinze longos minutos sobre os vários motivos que o levaram a falar comigo naquele momento. Não que eu tivesse prestado atenção em muita coisa, mas o pouco que entendi é que ele queria falar comigo sobre o trabalho e queria começar a fazer o nosso texto o mais rápido possível. De preferência, durante os intervalos.

─ Está falando sério mesmo? ─ não consegui mais me segurar e precisei cortar Adam antes que ele recomeçasse a falar. ─ Esse trabalho é apenas para o fim do ano, não precisa ser tão apressado.

─ É melhor começarmos antes do que tarde. - ele deu de ombros.

A minha vontade foi de soltar um "que tal não começarmos nunca?", mas me contive. A minha dupla não precisava saber que esse trabalho trazia o meu lado mau humorado à tona.

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