Capítulo 7

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SOPHIA

Termino de dar banho no meu anjo, enrolando-a em uma toalha rosada. A coloco sentada na bancada, entregando uma boneca para que fique entretida, começando a escovar seu cabelo.

Desde ontem minha mãe faz questão de me ignorar, nem um mero "bom dia" falou. Ela realmente ficou chateada com nossa discussão. Acho que já estava bem claro que eu não desejava falar de tal assunto.

A vida não é um livro ao qual temos o tão aguardado final feliz.

Sou despertada dos meus pensamentos quando minha mãe adentra ao banheiro.

— Tem uma ligação para você, Sophia. Parece ser importante.

— Leve a Bela para o quarto, por favor. — Peço, entregando minha bebê para ela.

As duas seguem para o quarto e eu desço até a a sala de estar para atender o telefone.

— Oi. — Sussurro, um pouco temerosa.

— Bom dia! Sophia Brant? — Uma voz feminina indaga do outro lado da linha.

— Sou eu. No que posso ajudar?

— Sou secretária da advocacia Montgomery. Você esteve aqui esta semana a procura de um emprego. Surgiu uma vaga, a senhorita poderia vir fazer a entrevista ainda hoje?

Isso foi como se uma chama de esperança acendesse dentro de mim.

— Claro que sim. Qual o horário?

— Às 14h00 horas está bom para a senhorita?

— Está sim. — Confirmo, não me contendo de felicidade.

— Até mais tarde, senhora.

— Muito obrigada. — Agradeço, encerrando a ligação com um sorriso bobo nos lábios.

Estou precisando muito de um emprego. Depois de tanto tempo terei ao menos a chance de comparecer a uma entrevista. Se eu conseguir esse emprego, irei me dedicar o máximo para preservá-lo.

Quero ter a chance de recomeçar minha vida, poder alugar um apartamento, e finalmente proporcionar um ambiente saudável para minha filha.

Volto para o quarto, vendo que Bela está no berço brincando com um ursinho. Ela o coloca na boca, soltando um gritinho ao me ver.

— Oi, meu amor. — Me aproximo do berço. — Esse urso deve estar muito gostoso. — Sorrio para ela, que retribui o sorriso.

— Quem era no telefone? — Mamãe indagada, cruzando os braços. — Não vai contar? Irá preferir falar para aquela sua amiguinha? Só não se esqueça que quem te colocou no mundo foi eu, não ela.

— Acho que a senhora se esqueceu que quem sempre me apoiou foi ela. Evelyn foi a única pessoa que permaneceu ao meu lado nos momentos bons e ruins.

— E você esperava que eu batesse palmas por ter engravidado? — O ódio é bem visível em suas palavras.

— Não. Eu só esperava que a senhora me apoiasse, não que me julgasse.

— Sério? Claro que eu não iria apoiar um erro seu. Só você mesmo pra achar que eu aceitaria sua bastarda sem pestanejar.

— Não quero que a ofenda nunca mais. Pode falar o que quiser sobre mim, não me importo. Bela é apenas uma criança inocente, não merece lidar com seu ódio gratuito.

Não é a primeira vez que ela se refere dessa maneira a minha filha, e isso sempre foi algo que me incomodou bastante. Se ela quer punir alguém, que seja eu, não a Bela, pois minha pequena ainda é um ser humano inocente.

Você Não Soube Me Amar (Repostagem)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora