Ladrão Toru - parte 1

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          — Vamos sair agora ou à noite? — perguntou Koa.

          — Podemos sair daqui a uma hora, assim chegamos na terça-feira de noite. Acho que o melhor é irmos agora para a estação.

          Por sorte, nessa semana que passou, não só conseguimos o dinheiro da dívida, mas também acumulamos o suficiente como para podermos viajar de trem à vontade.

          Claro, tudo isso se deve ao esforço de Koa, nada mais. Passei maior parte do tempo deitado e só pude voltar a trabalhar na sexta-feira passada, então, no geral, Koa fez quase todo o trabalho de conseguir aumentar nosso cachê.

          — Ei, Hamada-kun, já notou que, desde que chegamos em Omori, somente eu trabalhei, e, tendo em conta que você era quem devia ter buscado trabalho, eu ter achado um antes indica que sou mais produtivo?

          — Realmente estamos iniciando esta conversa com isso?

          — É uma das coisas que os leitores mais gostam, essas intrigas fornecem uma ótima comédia.

          — Se bem que... é verdade, não tinha notado como sempre acabamos em um cenário perfeito para a comédia com apenas um tema aleatório. Ei, Koa, você não passa as noites pensando em como iniciar esse tipo de conversa, passa?

          — Não... claro que não, eu nunca fiz isso, jamais...

          Por que ver essas orelhas balançando desse modo me faz desconfiar que isso seja uma mentira?

          — Não... não sei, realmente não sei, isso não tem nada a ver com um distúrbio que tenho quando omito informações.

          Que péssimo mentiroso.

          Levou quase quinze minutos para chegarmos à estação, durante esse tempo, pensei em muitas coisas a respeito da ligação que recebi e alguns eventos durante todo este mês.

          — Hm... Koa...

          — Hm? O que foi, Hamada.

          Hã? Ele esqueceu os honoríficos? Não, deve estar sendo irritante novamente com outra mania.

          — Estava pensando agora, é a terceira vez que viajamos de metrô, isso não te incomoda?

          — E por que estaria incomodado? Metrôs são veículos com pelo menos oitenta e nove por cento de segurança, o que, para índices mundiais, é um número absurdo.

          — Bem... é que eles sempre estão cheios de pessoas, e...

          — Ah... sim.

          Uma brisa correu rapidamente por uns segundos até ele continuar.

          — É.. Eu realmente odeio isso.

          — Então te incomoda ir de metrô.

          — Não, claro que não, por acaso está distraído? Eu disse que não me incomodo em andar de metrô, na verdade eu adoro; o que realmente me incomoda é compartilhar esta alegria com quase cinquenta pessoas ao meu redor, eu odeio isso.

          Tudo bem, entendi perfeitamente.

          — Então... você não prefere andar?

          — O quê? Você é idiota? Claro que não, que tolo escolheria andar em vez de usar o metrô?

          — Considerando seu fascínio por atividades físicas e alimentos naturais, pensei que talvez preferisse ir andando.

Zokugatari: ExodusOnde as histórias ganham vida. Descobre agora