Capitulo 12 - Será mesmo? Ou estarei a sonhar?

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No carro íamos em silêncio. Pensava na melhor maneira de lutar com um gigante. Tinha lutado com algumas bem mais altas que eu e tinha ganho, por isso desta vez não ia ser diferente. Desta vez é um homem. Lembrou-me o meu cérebro. Já tinha batido em homens, não seria a primeira vez, além de que ia contar com um efeito surpresa, uma rapariga, magricelas, que não parece fazer mossa a ninguém, tenho tudo a meu favor.

Chegámos ao gigi's Bar, o nome era ridículo, mas pelo que a Beth disse, era ali que ele se encontrava todas as noites com os amigos. Olhei em volta e eram todos homens feitos, mas pouco musculados, mas o cheiro a machismo estava bem presente.

- É aquele. – Apontou a Beth de dentro do carro. Observei-o de alto a baixo. Parecia uma girafa, alto e magricelas, não percebi o que a Grace viu nele, afinal não era nada de outro mundo, muito pelo contrário.

Retirei o cinto, e preparava-me para sair, quando senti a mão o Harry no meu braço.

- Tem cuidado. – Pediu, e eu apenas assenti. Olhei para a Beth que sorriu para me dar força, e abri a porta do carro, observando tudo o que rodeava.

Era uma zona deserta, o bar ainda não estava cheio, certamente só de madrugada enchia. Apenas 3 carros estavam estacionados, mas muita gente viria a pé, era relativamente perto da vila. Comecei a andar em direção ao meu alvo, que estava encostado a um carro, tentando abstrair-me do que me rodeava, sem sucesso.

O olhar dele vidrou-se em mim, como que apreciando a vista. Nojento. Sorri cinicamente para ele, e recebi um sorriso nojento de volta.

- Tu é que és o Bruce Watson? – Perguntei, mantendo uma postura relaxada exteriormente, porque interiormente via a cabeça dele esmurrada.

- Sim miúda, estás a olhar para o próprio. – Respondeu gabando-se. Aproximei-me dele com um sorriso inocente, ficando mesmo de frente para ele, apoiando a mão no carro a que ele estava encostado.

- Tenho uma mensagem para ti. – Falei de forma sedutora, trincando inclusive só para parecer mais credível.

- Diz gata. – Incentivou, dando-me cada vez mais prazer em fazer o que vinha a seguir.

- Não voltes a tocar mais na Grace, estamos intendidos? – Falei, encostando o meu joelho nos seus genitais e apertando.

- Não sei do que estás a falar. – Respondeu, tentando manter a voz homem viril, mas não estava a conseguir.

- Sabes sim, ou precisas que te avive a memória? – Falei fazendo ainda mais força com o joelho.

- Miúda baza! – Gritou um gajo que apareceu do nada, agarrando-me no braço.

- Não devias ter feito isso. – Avisei, dando-lhe uma cotovelada na barriga, virando-me depois para lhe dar um murro no nariz. Veio outro armado em rei, e saiu do mesmo jeito com a mão agarrada à cana do nariz a pingar sangue.

- Cabra. – Insultou outro com um enorme rabo de cavalo, que eu puxei até ele gemer de dor, e dei-lhe uma joelhada no meio das pernas.

- Mais algum dos senhores quer tentar a sua sorte? – Perguntei, vendo todos a afastarem-se com medo. – Bem me parecia. – Comentei. – Agora tu. – Falei, virando-me para o que me tinha trazido naquele lugar fedorento. – Se voltas a tocar nela, posso garantir-te que da próxima vez não a aperto, corto-a. – Ameacei, virando costas, e dirigindo-me para o carro, onde os meus dois amigos se riam.

- Muito bem, lembra-me de nunca te levantar a voz! – Exclamou o Harry, batendo palmas.

- Veem foi fácil, quase nem sujei as mãos. – Comentei, entrando para dentro do carro. – Agora vamos para casa que tenho muita loiça para lavar! – Falei, fazendo da cena que tinha acabado de acontecer algo normal do dia-a-dia, e na realidade não estava assim tao longe disso.

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