1º Capítulo

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1 ano depois.

POV Shawn

Faz hoje exatamente um ano que perdi o amor da minha vida, até hoje penso que irei acordar, com ela abraçada a mim e a dizer que tudo ia ficar bem, que tinha sido só um pequeno pesadelo.

Mas ao fim de um ano isso não aconteceu, a realidade é dura, mas não é porque magoa que deixa de ser real.

A ideia de estar num mundo em que a sua respiração não exista, os lábios carnudos e de um tom vermelho, que eram tão macios, não se mexam para me beijar, mas eu suportaria que eles não me beijassem, se pelo menos, eles me falassem.

E aqueles olhos? Aqueles olhos que eu jamais verei na minha vida, com aquele brilho intenso capaz de fazer qualquer estrela ficar com inveja, incluindo o sol. Eu nunca mais verei aqueles olhos verdes.

Nunca mais sentirei o cheiro do seu cabelo acastanhado com traços de morango, que para que fique claro tinha um cheiro a maça verde. Nem sentirei o cheiro suave a mel de sua pele e tudo isso, me destrói a cada segundo.

Estou num mundo, em que apenas o nome dela, é uma pontada no meu coração e quem diz que sofre por amor, porque um relacionamento acabou, não sabe o que é ter o coração completamente destruído porque a pessoa que amas de forma tão pura e com a qual tinhas assuntos inacabados, morreu.

Morreu porque foste um idiota, um rapaz que não a mereceu desde o primeiro dia que a teve.

No dia em que ela saiu da casa do Gilinsky, eu devia ter corrido atrás dela, sem pensar duas vezes, devia tê-la impedido de sair de casa do Gilinsky com o Jacob, sabendo que ela não iria voltar depois que saísse.

Ao invés disso, sentei-me, tirei o comando do video-jogo ao Matthew e comecei a jogar.

Poderia ter tentado resolver as coisas nos dois dias seguintes? Podia, devia tê-lo feito.

Mas a pior coisa que o ser humano pode ser detentor falou mais alto, o orgulho.

Então, eu deixei-a ir. Deixei-a ir na direção da morte, ela morreu porque fugia de mim e de todo o mal que eu lhe fazia e lhe fiz.

Talvez se eu tivesse ido atrás dela, o Jacob estivesse vivo, ele partiu chateado comigo e eu chateado com ele.

Agora digam-me do que me valeu as discussões, as zangas com ele, se agora, ele morreu porque tentou não abandonar a rapariga, com quem eu me havia comprometido a fazer feliz, mas no entanto foi ele que esteve lá, a protegê-la e a segurar a sua mão.

É horrivel pensar nisso, mas ao mesmo tempo é tranquilizante saber que eles morreram com alguém que os amavam ao lado deles, eles mesmos, tenho a certeza que mesmo aterrorizados se apoiaram acima de tudo!

E aqui estou eu, passado um ano, lamentando-me pelo mesmo que me tenho lamentado todos os santos dias, a perda do amor da minha vida e do irmão que a vida me deu.

Tenho vinte minutos para me arranjar para uma entrevista sobre o dia do acidente, eu e os rapazes fomos convidados para falar sobre a Allison e o Jacob.

A Mahogany também vai, mas vai falar apenas sobre o Jacob, ela não teve o prazer de conhecer a minha pequena Alls.

Sabem o irônico, é que num avião de 28 passageiros, só houve quatro mortos, um casal idoso, que não tinha familiares, o Jacob e a Ally.

É interessante como o resto teve ferimentos graves, ligeiros e até sairam ilesos e duas pessoas das mais importantes na minha vida morreram.

Vesti uma t-shirt em V preta, umas calças de ganga justas e gastas na zona dos joelhos, sapatilhas todas pretas da Vans e uma camisa de flanela ao xadrez vermelha e preta.

O meu estilo ao longo deste ano tem sido mais simples, mesmo nos concertos, e a única razão é a perda que me matou.

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Apenas eu com pena do Shawn? Perder alguém que se ama, não é fácil...
Eu sei que a morte da Ally mexeu com vocês, mas se pararem de ler vocês vão se arrepender!

Xoxo,
Tris.

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