—Mas mãe, eu só fui ajudar... – Eu tentava me defender.

—Não interessa, me assustou da mesma maneira! – Ela rebateu dando outro puxão, antes de se afastar, respirando fundo.

—Ok, me desculpa, caramba... – Eu murmurei acariciando minha orelha, que com certeza deveria estar vermelha.

Ela respirou fundo mais algumas vezes, enquanto me encarava atentamente, antes de esboçar um pequeno bico e vir em minha direção, me envolvendo em um dos seus abraços aconchegantes. Agora, ela já tinha entrado no seu modo mãe acolhedora de novo.

—Meu bolinho, finalmente está de volta! Eu senti tanto a sua falta. – Ela falava me apertando, deixando alguns beijos por meu rosto. – Você está bem? Não está faltando nenhum pedaço seu? Se alimentou direito? Estou te achando um pouco magra. – Ela disparava perguntas e eu soltei uma risada.

—Eu estou bem, mãe e não está faltando nenhum pedaço. – Eu assegurei com um sorriso, enquanto ela passava as mãos pelo meu corpo, como se estivesse checando se tudo estava inteiro.

—Clara, a menina está bem, deixe-a respirar. – Meu pai brincou num tom divertido.

—Fique quieto, homem, eu preciso ter certeza que minha cria está intacta. – Minha mãe falou exagerada e eu soltei uma risada. – Ok, tudo bem, vá tomar um banho quente e depois desça para jantar, deixei a lasanha que você gosta pronta mais cedo. – Ela adicionou deixando um último beijo em minha testa.

—Tem sobremesa? – Eu perguntei esperançosa.

—Fiz um tiramisu para você na PJ's. – Jen comentou com um sorriso esperto e eu sorri abertamente.

—Você é a melhor cunhada do mundo. – Eu brinquei deixando um beijo em seu rosto.

—Solta a minha mulher, Lauren. – Chris resmungou me empurrando levemente e eu soltei uma risada, antes de subir as escadas, em direção ao meu antigo quarto.

Eu tinha minha própria casa, mas em todas as vezes que eu retornava, meus pais sempre me pediam para que eu dormisse na casa deles, com a desculpa de que precisavam matar as saudades. Era bom, eu gostava de receber os mimos da minha mãe, ou puxões de orelha dela, por mais que eu reclamasse, e os sorrisos do meu pai.

Meu quarto continuava perfeitamente arrumado, mania da minha mãe com a organização da casa... Não podia nem imaginar a bronca que ela me daria se passasse agora na minha casa... Estava tudo desarrumado.

Depois de um longo e relaxante banho quente, eu vesti um conjunto de roupas confortáveis e desci em direção à cozinha.

Nossa família sempre presou por grandes cozinhas, onde todos poderiam se reunir para comer e se entreter com longas conversas animadas, como típicos descendentes de italianos... Eu não reclamava, apesar da grande confusão quando toda a família estava reunida, eu acabava me divertindo.

Todos já estavam por lá e assim que cheguei, minha mãe me serviu uma generosa porção da lasanha, que fez meus olhos brilharem... Aquilo era bem melhor do que os enlatados de Alepo.

Durante o jantar, colocamos os assuntos em dia, que depois de dois anos afastada, não eram poucos... Falei sobre Alepo e seu ambiente tenso, depois escutei sobre a loja, Taylor, que continuava na faculdade em Miami, meu pai que estava pensando em expandir o negócio e etc...

Conversamos tanto que no fim da noite, minha cabeça já estava começando a doer...

Na manhã seguinte, quando acordei, ainda estava cedo... Eu demorava um pouco a regular meu sono sempre que transitava entre Alepo e New Orleans, ou seja, nada fora do normal.

PJ's Heart - CamrenWhere stories live. Discover now