Sinopse

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Estava correndo pelo condomínio onde Felipe mora com seus pais. Mas a partir de amanhã, isso muradara ç, ele não vai mais estar aqui. Vai mudar com seus pais e me deixar aqui. Não vai mãos voltar!

Não acredito que não me falaram nada da mudança repentina deles. De uma hora para outra. É como se tivessem levando toda minha felicidade que tinha nesses meus oito anos de vida, para bem longe de mim.

- Alice!- gritou minha mãe correndo atrás de mim.

- Volta aqui, Alice!- ordenou meu pai.

Não liguei, continuei correndo. Não vou deixar que Felipe se vai sem se despedir de mim. Não vou! Preciso vê-lo pelo menos uma última vez. Um último abraço. E também... Precisava dar uma coisa para ele.

Chegando na casa da tia Caroline, vi eles colocando as mudanças no caminhão grande parado na porta de sua casa. Avistei Felipe na porta da casa dele. Ao me ver, correu até mim. Nos abraçamos bem forte. Ambos choraram.

-Alice?- chamou a tia Caroline confusa.

- Tia...- larguei Felipe.

- O que faz aqui meu amor?- perguntou se abaixando até mim e pousando a mão no meu rosto.

- Estão indo embora sem se despedir...- N-Não é justo!- chorei.

- Minha flor...- sorriu gentilmente para mim- não é para sempre... E agente ia passar lá para,nos despedir.- disse.

- Quero ficar com Alice mãe...- diz Felipe de cabeça baixa- por favor!- pediu limpando as lágrimas.

Quando a tia Caroline abriu a boca para responder seu filho, minha mãe e meu pai pararam. Não disseram nada por falta de fôlego. Dava para ver o cansaço dele, com a pose que pararam, com as mãos nos joelhos e respirando fundo e pesados.

- Estão ficando velhos hein?- zombou tio Caio com uma caixa em mãos- mal conseguem correr!- riu com sarcasmo.

- Cala a boca maré... Corre você atrás de uma crianças cheia.de energia...- deu uma respirada forte- ainda mais nesta subida dos...- meu pai deixou a frase no ar ao perceber que eu e Felipe prestavam atenção no que dizia.

- Escolha bem as palavras antes de usá-las, querido!- Minha mãe deixou claro.

-Será que...

- Ei...- Fe puxou a manga da minha blusa- vamos lá para cima, deixa eles aí!- disse me guiando pela manga da minha blusa.

Subimos as escadas até o quarto, que já não se encontrava mas a cama de Felipe ali. Um nó se formou na minha garganta, meu coração não parava de doer. É um sentimento novo, mas doloroso. Um sentimento que nunca mais queria sentir na vida.

- Quero te dar algo!- disse Felipe tirando uma corrente de prata do seu pescoço.

A corrente é linda, assim como ele. Nela, continha. Um pingente de coração com várias pedrinhas em vermelho. Linda. Perfeita! Ele à colocou em mim, passando-a por cima da minha cabeça. Não era tão grande, mas era o suficiente para passar.

Em um piscar de olhos,, estávamos com os lábios selados como de um casal de namorados... Beijo! Esse é o meu primeiro beijo... Cedo demais, ainda sou uma criança! Mas ele.vai embora, e não sei se vou vê-lo mais uma vez. Retribui o beijo- celinho- ninguém sabe o dia do amanhã então...

...

J

á estava quase na hora de Felipe pegar o vôo para Nova Iorque. Não pude ir com eles até o aeroporto. Minha mãe e meu pai tinham que ir trabalhar. Então fiquei com minha vó, em sua casa. Mas também não sai do quarto, que um dia já foi da minha mãe.

Passei semanas assim, moída na cama, sem vontade de fazer nada. Sem vontade de brincar com meus amiguinhos , por que quem eu queria, estava longe à semanas. Minha mãe chegou até me levar para o hospital. Nem escola estava frequentando direito...

- Talvez esteja aguada...

- Como assim doutor?- perguntou minha mãe comigo no colo.

- Ela viu algo que queria muito comer ou...

- O amiguinho dele foi embora!- confessou minha mãe.

- Talvez possa ser isso, liguei, ou leve-a para vê-lo urgente! - disse sério.

Chegando em casa, minha.mar me colocou no sofá da sala. Pegou o telefone e digitou alguns números. Então me deu...peguei-o imediatamente, sem pensar duas vezes. Nem hesitei. No terceiro toquei, alguém atendeu.

- Alô?- disse uma voz grossa. Talvez seja o tio Caio.

- Alô... É a Alice...

- Ah! Oi meu amor, quer falar com o namorado?-perguntou.

Meu rosto queimou de vergonha ao ouvir isso do meu tio. Ele tem sempre essa mania de dizer que Felipe é meu.namorado. Desde sempre! Mas até que não é uma má idéia. Mas com essa nossa separação, isso nunca poderá acontecer um dia!

- Uh Uh!- confirmei.

- Felipe garanhão... Sua namorada no telefone! - Gritou caio para seu filho.

Ouvi alguém descer as escadas correndo do outro lado da linha que nem um furacão. Aposto que é ele!

-Alô...- diz ele com a respiração ofegante... Sinal que havia corrido.

Meu coração estava batendo tão forte, que quase me esqueci de como se respira.

- Oi Fe...

- Pai sai daqui... Desculpa Ali, meu pai é chato quando se trata da gente... Fica que nem bolo babando! - Diz me fazendo rir.

- Tudo bem... Agente sabe como ele é!- rimos.

- Ah! Não posso ficar feliz pelo meu filho mais...- se queixou- Tô valendo de mais nada!- diz tio Caio com tom de voz de derrotado.

- Ei... Estava com saudades.- comentou Fe.

- Eu também, até fiquei doente- falei.

- O QUE? Você está bem?- perguntou preocupado.

- Oh, sim. Só de ouvir você já é o suficiente!- expliquei.

- Alice, vem jantar amor, depois você fala com o Felipe! Pediu minha mãe.

- Quem está falando com quem? O que?- chegou meu pai fazendo escândalos.

Meu pai não gosta que fico falando muito com Fe. Não é por que ele não gosta de Felipe. Toda essa gritaria que ele faz, e só para me proteger do garotos. Ele é muito protetor, ainda mais ao ver eu e Felipe nos beijando semanas atrás, quando ele foi embora.

-Seu pai chegou né?- perguntou Fe.

- Uh Uh! Podemos nos falar mais tarde?- pedi.

- CUIDADO PARA NAO AMANHACER SEM SEU PIU PIU GAROTO!- gritou meu pai para Felipe escutar do outro lado da linha.

- Hein? Mas eu não tenho PIU PIU... É só o... Frajola!- diz ele confusa.

Até eu!

- Melhor eu ir antes que ele dê um tréco... Até mais tarde!- me despedi.

- Ei...

- Oi...

- É que... Hã... - enrolou para dizer.

- Diz. Diz!- ouvi seu pai sussurrar um incentivo.

- Calma...- sussurrou para o pai- é que... Sai daqui pai!- pediu mais uma vez para seu pai.

- Tá. Tá!

- E-Eu... Vou te esperar, se você quiser e...

- Eu quero!- disse sem pensar, mas um "sem pensar" bom.

- Sério? Beleza...- riu alegre- Me espera também.- diz todo feliz.

- Sempre!

O Reencontro Onde as histórias ganham vida. Descobre agora