[Twenty-nine: mini chap]

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"Quando é que eu poderei sair daqui?" Perguntei entediada.
"Querida, tens que ser paciente, estes médicos só querem o teu melhor.." Disse o meu pai ao meu lado.
"Eu já vos disse que estou bem.." Disse.
"Tu pensas que estás, mas acontece que tu não controlas a tua atividade cerebral que diz exatamente o contrário daquilo que afirmas..."
"Como queiram..." Bufei.
"Malia por favor tenta ser um bocadinho mais compreensiva..."
"Estou farta de viver a ser controlada..."
"Malia é a tua saúde, não se trata de controlo."
"Whatever..." Sussurrei.

2 semanas mais tarde....
"Terás que seguir estritamente as horas da ingestão destes comprimidos e estes são só caso sintas ansiedade..." Disse o médico na sua secretária.
"E recomendo-te a ires a este psicólogo fazer pelo menos 9 sessões, ele é realmente muito bom e pode-te ajudar.." Disse ele entregando-me um cartão com o nome de 'Robert Collins'
"Eu não preciso de ajuda, mas quantas vezes preciso de repetir o mesmo?"
"Malia, apenas vai uma vez e depois disso é contigo..."
"Ok, é tudo?"
"Sim, estás livre para voltar para casa..." Levantei-me e o meu pai já me esperava lá fora de braços abertos.
"Como está a minha menina?"
"Bem dentro do possível." Ele sorriu, abrindo-me a porta do suv.
"Malia, que bom que voltaste, está casa fica com uma nuvem negra sempre que não estás.." Disse a Beh assim que entrei no meu quarto.
"Senti saudades tuas.." Disse abraçando-a.
"Como te sentes?" Perguntou ela.
"Por favor preciso urgentemente que as pessoas parem de me perguntar isso..."
"Só estamos preocupados."
"Agradeço a preocupação, mas não é necessário.." Disse.
"Quando é que vais deixar de erguer esse muros para que ninguém veja realmente o que estás a sentir?" Perguntou ela á espera de uma resposta que não obteve.
"Preciso de tomar um banho, estou com o cheiro de hospital entranhado.." Disse desviando-me da sua pergunta anterior.
"Eu preparo-te a banheira.."
"Não é necessário, só preciso de algum tempo sozinha.." Ela assentiu dando-me outro abraço e saiu.
Suspirei fazendo um coque rápido e tirando as roupas com que estava vestida e metendo logo de seguida um robe turco.
Deixei a água a correr durante um bocado e aquele barulho fez-me ressuscitar memórias, onde aparecia a minha mãe mas não conseguia definir o espaço em que me encontrava e esse espaço rapidamente ficou escuro e quando olhei em volta já não me encontrava na casa de banho mas sim de novo na cela.
Gritei atirando-me para o chão e rapidamente as portas da casa de banho foram abertas pelo Taylor que erguia uma arma e olhou assustado para mim.
"Menina?" Disse ele segurando em mim.
"Taylor eu senti..." Disse entre lágrimas sem conseguir acabar a frase.
"Venha comigo.." Disse ele.
Ele desligou a torneira e depositou-me na cama gentilmente e disse:
"Tome isto!" Disse ele abrindo o frasco que estava na minha cabeceira e eu tomei num gole.
"Tente descansar menina.." Disse ele e de repente senti o corpo relaxar e inevitavelmente fechei os olhos.

Jacob a narrar:

Não tinha notícias dela desde aquela noite, apenas sabia que por algum motivo tinha ido parar ao hospital e a verdade é que a minha vontade era pegar em mim e ir visita-la, mas fiz questão de respeitar a distancia pedida por ela.
"Jake!" Disse a voz fria e ríspida do Rowan.
"Comandante.." Assenti.
"Onde é que andas com a cabeça estes dias? Será que preciso de arranjar um substituto?"
"Não senhor.."
"Ultimamente não vejo progressos com a filha do presidente e cada vez mais preciso de informações que tu não te mostras capaz de fornecer..." Disse ele num tom reprovador.
"Estou a dar o meu melhor.."
"Jake eu sei bem como te sentes em relação àquela rapariga e sabes bem como são as minhas regras..."
"Não sei a que se refere... Eu apenas me limito a fazer o meu trabalho.."
"Isto vai para além do trabalho Jacob. Eu já vi o afeto e a protecção que exerces sobre a Malia e se eu vir que não és capaz de fazer o teu trabalho dou o lugar a outro..."
"Eu consigo!"
"1 mês, depois disso se continuar tudo na mesma já sabes o que acontece..." Assenti e saí do seu sombrio escritório.
Eu na verdade temia que ele me retirasse da missão pois não suportaria a ideia de outro homem sem sentimentos tal como o Rowan se aproveitasse da ingenuidade dela..
Eu sabia que a qualquer momento teria que falar com ela e lidar com uma data de coisas, mas neste momento, manter a distância era o melhor para ambos...
Cheguei a casa e fui diretamente para o chuveiro e a minha cabeça girava girava e girava... Como é que uma rapariga daquelas consegue mexer tanto comigo? Será que aquilo que sinto por ela é o suficiente? Será que algum dia poderemos viver uma vida normal como um casal regular? E a resposta era óbvia, claro que nunca poderiamos ser um casal regular, só a hipotese de virmos a ser um casal nem se põe e depois de tudo isto duvido que ela volte a olhar para mim da mesma maneira...

A Filha do PresidenteOnde as histórias ganham vida. Descobre agora