Capítulo Dois

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Drew

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Drew

Amo o meu trabalho, a maior parte do tempo ao menos. Mas, como toda profissão tem seu lado ruim; a minha não fica atrás.

Esse é um dos momentos em que eu me sinto cansado de uma forma que não posso descrever. Eu posso me deparar com os piores bandidos e as mais difíceis situações, tiro de letra. Nada afeta a minha concentração, ninguém é capaz de tirar a minha frieza necessária em momentos de tensão. Mas, se colocarem uma criança nisso tudo, indefesa, negligenciada, as coisas mudam. Tenho trabalhado nesse caso há meses, de forma exaustiva e calculando cada um dos meus passos de forma milimétrica.

Eu investiguei Joseph Anderson por muito tempo, isso exigiu de mim uma imensa quantidade de paciência. Posso dizer que anotei cada respiração que ele deu. Ele está bem longe de ser um dos chefões dessa operação. Na realidade, eu o descreveria apenas como um idiota, ambicioso e preguiçoso o bastante para se envolver com as pessoas erradas e não medir seus próprios passos. Ao que parece, a imprudência sempre esteve atrelada a ele.

— Posso ficar um momento a sós com a senhorita Anderson? — pergunto à Claire.

— Claro. — Ela pega a pequena Chloe nos braços e sai, seguida por Thompson.

Estamos sozinhos na sala agora, mas ela nem percebe, perdida em seus próprios pensamentos. Ao que parece; totalmente chocada com a situação que acabamos de lhe apresentar.

— Amália! — eu a chamo, me aproximando um pouco mais.

Ela tira lentamente as mãos do rosto, enxugando as poucas lágrimas que derramou nesses segundos. Eu poderia lhe dizer que seu pai não merece sua tristeza, nem o sal das suas lágrimas, mas eu me calo.

— Mia. — Ela me corrige com voz fraca. Seus lindos olhos verdes, vermelhos agora.

— Mia. — Eu repito, testando a sonoridade de seu nome em minha boca. — Pode me chamar de Drew.

Eu realmente não deveria ter lhe dito isso, foi quase involuntário da minha parte. Mas se quero fazê-la confiar em mim, preciso deixá-la à vontade.

— Andrew?

Aceno em concordância, cruzando os braços em seguida. Anos de treinamento para esconder minhas emoções e estou quase derrubando minha máscara impassível, ao pensar que Mia não levará a irmã para casa hoje.

— Posso imaginar o quanto tudo isso seja chocante. — Digo de forma calculada. — Mas, percebe o que irá acontecer com sua irmã se não ficar com ela?

Isso é quase uma chantagem, eu sei, porém, são as cartas que me restaram. Então, prefiro encarar como uma negociação.

— Eu sei. — Ela afirma. — Mas, sendo totalmente sincera, eu não posso levá-la comigo.

Minha Doce Menina   CAPÍTULOS PARA DEGUSTAÇÃOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora