Predadora

Testosteromem

- Fuja Milady! Encontre abrigo!

- Ó, alguém me salve destas bestas, estão a me perseguir as criaturas!

Neste instante, o enorme javali líder da vara virou-se para ela, consciente do seu papel naquele ato. Arrastou uma das patas no chão, ganhou impulso e correu na direção da mulher, o bufar transmitia raiva, Asial corria em círculos, ignorando o aviso dos caçadores para se alojar em uma árvore, estranhamente, o javali nunca a alcançava. A peripécia durou pouco, detrás de um salgueiro surgiu um capataz munido de sua espingarda, dois tiros foram necessários para levar o animal ao chão. Seu coração não mais pulsava, mas sua presença ainda era sentida pela jovem, correndo em direção aos demais do bando que se reuniam novamente para dali fugir. Laisa pode então jogar-se aos braços de seu salvador, que no caso não era o príncipe, este encontrava-se sumido. Por ele esperou, até que minutos depois voltou o herdeiro do trono demonstrando uma falsa surpresa com o estrago causado ao acampamento, justificou-se dizendo que saíra em perseguição aos javalis, embora sua ausência tivesse sido notada assim que o ataque se iniciou. Ninguém o contradisse, alguns até ousaram perguntar se tinha o príncipe abatido mais algum animal, ele, ao menos, negou tal gesto de valentia.

- Acho que acabamos por aqui. Disse ele após verificar que garrafão algum sobrevivera ao atentado.

Os homens revezavam-se em flertar com a garota, tida como filha de funcionários do latifúndio. O filho do dono estranhou nunca tê-la visto ou a levado para cama, mas nada disse, sentia-se insanamente atraído por ela. Os falos guiavam suas vozes, e a gestaria assemelhava-se a uma dança do acasalamento. Vendo os amigos daquela forma, dirigiu-se o príncipe até eles, curioso para conferir a tal dama dos javalis. A camponesa não era a mais bela das mulheres já tidas pelo príncipe, tampouco tinha um corpo que se destacasse e a tornasse única, mas algo aflorava-se em sua pele, inflava suas narinas, dilatava suas pupilas e acelerava seu coração. Uma força atraía-lo para ela, e fazia com que se sentisse absurdamente desconfortável em meio aos amigos. E o desconforto tornou-se sentimento de ameaça, instigando sua confiança e masculinidade, e a selvageria brotou em seus músculos, o ar carregado não mais discernia quem era rei e quem não passava de um plebeu em serviço.

A moça foi se afastando conforme os homens avançavam em sua direção, com olhares fixos e pecaminosos, o volume em suas calças ardendo de desejo, o medo aos poucos ia se instalando, resquício da sua criação naquela sociedade onde as meninas eram ensinadas desde pequenas a temer um estupro. E ali, diante dela, nove rapazes incapazes de controlar sua compulsão. Mostre-lhes seus atributos, sussurrou uma voz afável eu sua orelha. Asial estava trêmula, toda confiança de outrora soterrada por um pavor intrínseco, precisou lutar contra seu instinto para descobrir os ombros, e descer o tecido até o umbigo. Os seios não eram simétricos, mas surtiram o efeito esperado, traindo de vez a última esfera de civilidade que prendia aqueles homens. Os eternos meninos sedentos por seios entreolhavam-se com fúria, emitindo alguns avisos que demonstravam superioridade, o frágil equilíbrio esmaeceu-se assim que "eu vi primeiro" cruzou o ar.

O embate de egos era inflamado pela aguda voz da donzela, incitando seus candidatos a um torneio em que ela era o grande prêmio. Punha-se como prenda, pois sabia que dali vencedor algum surgiria. O filho do latifundiário tentou usar de sua influência para com os funcionários, requisitando a moça já que tal encontrava-se em suas terras, o príncipe então interviu, usando de sua nobreza e descendência para angariar o privilégio de possuí-la primeiro, era ele fã de ménages, os subordinados, cansados dos abusos e longe da razão, rebelaram-se contra os primogênitos, dizendo-se cansados de comer da mesma carne.

- Bom, já que não se decidem, vou-me embora. Prazer em conhecê-los, meus senhores.