O Idiota do meu Chefe

Prólogo

Julia

Entediante é a palavra que define minha vida no momento. Nunca pensei que me tornaria o tipo de pessoa que cai na rotina, que vive a vida no automático. Sempre achei que depois dos meus 18 anos acharia o rumo certo, me formaria com êxito em alguma faculdade que fosse do meu agrado ou até mesmo encontraria a pessoa certa para formar uma família, porém cá estou eu em uma mesa cheia de papéis tentando achar a solução para alguns problemas financeiros na empresa do meu pai.

Sou a típica filha que segue os passos do pai, que deixou os próprios sonhos de lado e como a única herdeira tem o dever de assumir a empresa.

Não havia nem terminado a escola quando fui forçada a fazer curso de administração. E quando achei que poderia fazer algo por vontade própria acabei ingressando na faculdade de economia, como uma filha obediente concluí ambos os cursos sem me opor perante tal situação, tornando minha vida monótona.

Amo os meus pais, porém estou farta de viver para eles o tempo todo. Preciso de um tempo longe deles e acredito que já está na hora de expressar minha opinião.

Em um impulso me levanto da minha cadeira e vasculho a sala em busca da minha bolsa, quando já estava cansada de procurar me lembrei que deixei no carro, como estava cheia de pastas para carregar acabei esquecendo a mesma no banco do carona. Em nenhum momento cogitei a ideia de ir até o estacionamento para buscar pois preciso falar com meu pai antes que a coragem desapareça.

Quando chego em frente da sala da presidência meu coração erra algumas batidas. Respiro fundo e bato na porta ao notar a ausência da secretária.

- Pode entrar. - e com sua permissão abro a porta e adentro a sala.

O medo esta tomando conta do meu corpo e com isso acabo perdendo o controle das minhas palavras.

- Eumedemito! - ufa achei que seria mais difícil.

- Querida sente aqui. - meu pai me guia até a cadeira que fica na frente de sua mesa. - Respire e me conte o que está acontecendo, não entendi absolutamente nada do que você disse.

- Pai eu não quero assumir a empresa, eu não quero seguir seus passos. - não sei ao certo se estou fazendo a coisa certa, porém não aguento mais guardar isso dele, ele precisa saber.

- Querida você não está pensando muito bem. Vamos fazer assim, você vai pra casa e tira o dia de folga. - ele a todo momento mantém a calma ao falar comigo.

- Não papai! Eu tentei fazer conforme o seu plano, mas não dá mais eu cansei. Estou me demitindo irei seguir os meus sonhos. - em nenhum momento cogitei a ideia de brigar com meu pai, porém as coisas estão saindo do meu controle.

- Podemos fazer um acordo que irá te ajudar a perceber o erro que está cometendo. - seu semblante é sério e o meu no momento deve estar completamente confuso.

- Tudo bem. - acabo aceitando que ele prossiga.

- Eu cancelo todos os cartões que te dei e paro de te dar dinheiro. De agora em diante você irá se sustentar por conta própria, se você conseguir viver sem a minha ajuda eu permito que saia da empresa e te ajudo a seguir seu sonho. - encaro o homem a minha frente espantada, jamais imaginária que ele faria algo desse tipo.

- Imagino que a mamãe não possa saber sobre nosso acordo. - pelo seu sorriso percebo que é exatamente isso.

- Você é esperta filha, e é por isso que te quero trabalhando ao meu lado. - ele vem em minha direção e me abraça apertado. - Te amo querida e só quero o seu bem.

- Eu te amo papai, mas somente eu sei o que é melhor para mim. - beijo seu rosto e me levanto. - Pode começar a cancelar os cartões e acredito que terei que me mudar, então te vejo por aí pai.

Ao chegar no elevador comemoro com uma dancinha um tanto quanto ridícula, porém estou feliz e isso é o que importa.

Dentro do carro ligo para o meu melhor amigo e deixo no viva voz.

- Tenho novidades! - falo assim que ele atende.

- Oi para você também linda e sim estou bem. - sei que nesse momento ele deve estar com seu sorriso de lado debochando da minha pessoa.

- Que bom saber que você está bem fofinho, mas eu realmente tenho novidades e preciso te ver agora. - falo sorrindo, pois sei que ele odeia quando chamo o mesmo de fofinho.

- Estou no meu apartamento. - fico um pouco confusa, afinal, nesse horário era para ele estar no restaurante.

- Estou a caminho. - com isso desligo a chamada e dou total atenção para o trajeto que estou fazendo.

Tenho como melhor amigo o homem mais bacana desse mundo, seu jeito me conquistou desde o primeiro momento em que o conheci e custo a me desapegar dele. Como não consigo viver longe do fofinho irei chamá-lo para ir comigo para Nova Iorque. Sei que isso é algo inusitado, porém pode ser a chance de conseguirmos algo melhor na vida.

Quando chego no andar do Henrique procuro a chave do apartamento na minha bolsa e com grande sacrifício consigo achar. No momento em que entro meu queixo vai ao chão, meu amigo está largado no sofá com um balde de pipoca em mãos e sua sala está uma verdadeira bagunça, ao seu lado está um pequeno recipiente com lenços e no chão vários já usados pelo mesmo.

- Deu a louca no fofinho foi? O que diabos está acontecendo com você? - pergunto enquanto recolho o que posso do chão.

- Perdi meu emprego e terminei com meu namorado. - tudo bem por essa eu não esperava.

- Eu sinto muito fofi... Quer dizer Rick. - abraço o mesmo tentando demonstrar que estou aqui para o que ele precisar.

- Enfim me diga qual é a novidade! - ele se recompõe e me balança pelos ombros.

- Estou sem emprego, sem casa e conto apenas com minhas economias. - ele me olha com os olhos arregalados.

- Não acredito! Ficamos sem se ver por um dia e tudo isso acontece. - sua indignação faz com que eu solte uma gargalhada.

- Eu estava pensando em ir morar em Nova Iorque. - solto esperando pela sua reação.

- Eu vou junto! Essa é uma ótima oportunidade para minha carreira como modelo, mas como vamos comprar um apartamento e nos sustentar? - ele coça a nuca e faz sua famosa expressão de confuso que não está entendendo absolutamente nada.

- Irei vender algumas coisinhas que não uso mais e tenho o dinheiro que economizei por anos. - falo sorrindo orgulhosa por finalmente estar tomando as decisões da minha vida.

- Eu posso vender esse apartamento e meu carro, acho que o seu pode servir para nós dois. - ele diz convicto.

- Então vamos providenciar tudo para irmos a Nova Iorque!

❤️

Pessoas lindas do meu coração me digam o que acharam desse capítulo, ele é totalmente novo e vai dar um novo rumo pra história, o livro não vai mudar muito, porém vai ter coisas novas e as pequenas coisinhas que me incomoda vai sair para dar lugar para algo melhor.

Ainda não tenho data para as postagens por isso fiquem ligados nas notificações e estejam votando e comentando, isso ajuda muito.

A Júlia é a mulher na mídia 😉

Fiquem com esse prólogo e até mais 😘