Capítulo 14 - O segredo dos imortais

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P.O.V Hades

Sabe quando toda a esperança acaba e você vê que todos os esforços foram em vão? Que de nada adiantaram os esforços de todos, pois tudo deu errado e os planos falharam? Foi assim que todos os olimpianos se sentiram no décimo dia da batalha entre Urano e Zeus.

A grande diferença entre um deus elementar, por mais poderoso que seja, para um lorde dos elementos, é simples: um deus elementar pode canalisar e criar os elementos que domina, atacando e defendendo conforme os elementos fluem ao redor e dentro dele; um lorde dos elementos torna-se parte dos elementos, respira e expira os elementos, sendo invencível até que seja afastado do próprio elemento.

Essa foi a explicação que dei a Nico quando ele me questionou sobre a maneira que Jason, Piper e Léo derrotaram Gaia. Ao ser desconectada de seus elementos (terra e natureza), Gaia ficou vulnerável à sua única fraqueza: a separação de seu elemento.

E esse era o problema de um deus elementar, como Zeus, enfrentar um lorde dos elementos como Urano. Urano era o próprio céu, em suas veias corria ar e raios, enquanto seu coração batia como trovões. Zeus era o mais poderoso manipulador de raios e ventos do Olimpo, mas seu poder podia se esgotar se usado ao máximo. Urano viveria enquanto conectado ao ar.

No passado, muitos milênios atrás, Chronos e os Titãs prenderam Urano no chão, o destroçando logo em seguida. Infelizmente isso não era algo que Zeus poderia fazer, já que ele também precisava estar conectado aos céus para que seus poderes fossem usados ao máximo.

Urano e Zeus deram um show de habilidade e destreza em batalha. Até Ares ficou boquiaberto com o pai.

- Cara... Eu não sabia que o coroa era tão bom.

- É lógico que ele é bom - rasgou Atena. - Ele é nosso pai. Achou mesmo que você lutava melhor que ele?

Ares virou revoltado para a meia irmã, os olhos em chamas vermelhas.

- Eu sou o deus da guerra, sua nerd metida a besta. Luto melhor que qualquer deus. Ou deusa.

Suspirei, porque Ares conseguia ser imaturo até quando seu pai estava a ponto de perder a vida.

- Ares - disse eu cansado -, quem te deu o título de deus da guerra?

Ele olhou para mim como se eu fosse um incomodo qualquer. Alguns deuses ainda não aceitavam minha volta ao Olimpo.

- Foi Zeus, quem mais seria, bafo de cadáver.

- E como você acha que Zeus pode nomear você deus de algo que ele não domina?

Ele estreitou os olhos, e foi a vez de Atena suspirar. Os filhos de Ares tinham um ditado: se uma informação não era útil em batalha, ela era inútil. Ridículo, concordo, mas agora eu sei de quem eles tiraram esse preceito. O cérebro de Ares parecia ter uma grande dificuldade de processar informações que não envolvessem lutas, tipos de armas e estilos de estripar oponentes.

Atena tentou explicar ao irmão de uma maneira que ele entendesse.

- Ares, imagine a lança de sua filha, Clarisse.

Outro olhar de desdém. Tenho que confessar, Ares devia ser o deus da careta de desdém. Nisso ele era bom.

- Então - continuou Atena, ignorando a careta -, se você não tivesse dado a lança para Clarisse, hoje ela teria a lança?

- Lógico que não, cara de coruja. Se a lança é minha, não tem como a pirralha ter a lança se eu não...

Ele parou, olhou para Atena e eu, e depois para seu pai, lutando em meio a um furacão de nuvens negras e raios, que feriam Urano e o impediam de aproximar. Poseidon, que  estava quieto um pouco afastado, aproximou-se de nós.

O legado dos deuses - Os Heróis do Olimpo, Crônicas dos Kane, Magnus ChaseOnde as histórias ganham vida. Descobre agora