Uma carta para Hazel Grace

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A/C: John Green, em A Culpa é das Estrelas

Olá Hazel, li sua história com Agustus, Gus, você não se importa que também o chame assim, né? Bom, eu sei que o fim não era o que esperávamos, mas não ache que eu esperava que você morresse. Bem, eu acredito em milagres, apesar do que a maioria das pessoas pensa hoje em dia. No meio dessa loucura que têm sido os últimos tempos, acho difícil suportar sem fé, eu não conseguiria, eu sei Quem é que me sustenta.

Gostaria de lhe dizer que aprendi muito lendo a sua história. Você foge do óbvio, sua história não é comum. Você é incrível, não pelo câncer, mas por continuar sendo você. Você e Gus estavam longe de serem perfeitos, e com ou sem câncer, duvido que teriam sido rei e rainha do baile da escola (bom, ele talvez, mas deixa isso pra lá), isso me fez parar para pensar que na realidade ninguém é perfeito. Já vi tanto por aí que de perto ninguém é normal, e vou compartilhar com você algo que eu acredito: o que nos faz iguais é sermos todos diferentes.

Nos relacionamentos, costumamos procurar alguém perfeito, ou quase isso. Mas vocês, vocês eram perfeitos um para o outro, com todas as imperfeições e defeitos de cada um. Um amor que ultrapassa as adversidades e complicações da vida. Um amor que esquece o passado e arquiteta um futuro, por mais incerto que ele seja.

Eu também acredito no que você aprendeu sobre os infinitos, alguns podem ser maiores do que outros. Diferente do que dizem alguns professores meus, que são doutores, para eles infinito é infinito e pronto, tudo igual. Acho que você precisa sentir diferente para entender certas coisas que ultrapassam as contagens e o entendimento. Muitas vezes não sabemos quando nosso infinito pode estar chegando ao fim, muitas vezes ele tende a zero, mas nunca o alcança, passa tão perto que chega a ser quase paralelo. Às vezes uma curva nos leva direto a um novo infinito, maior e nada efêmero.

P.S.: Não consigo mais ler ou escrever ok sem pensar em vocês.

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