Capítulo 17

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Léo ficou tão feliz pelo amigo que sentiu vontade de contar para Jess que estava apaixonado por Babi, mas sabia que ainda era cedo para dizer qualquer coisa. Bastava um olhar para Jess para sentir que a amiga estava incomodada com o novo relacionamento de Manu.

– Aonde eles foram? – Jess sentiu a garganta arranhando. – Não acredito que Manu está faltando aula.

– Deixa os dois aproveitarem um pouco. Não é todo dia que sua namorada virtual se muda para a sua cidade – Léo sorria, contagiado pela alegria de Manu.

– Verdade, Jess. Nunca vi Manu tão feliz assim antes – respondeu Babi, sem imaginar que suas palavras estavam matando Jess por dentro.

As aulas logo acabaram. Léo percebeu que Jess não estava bem e foi conversar com ela. Léo se despediu de Babi.

– O que está acontecendo? Você parece triste pelo Manu.

– Não sei explicar, Léo. Sinto que aquela garota vai quebrar o coração do Manu. Você não acha estranho uma garota tão bonita assim se mudar para São Cipriano por causa do Manu? – Jess não queria parecer indelicada, mas a sensação de que Anna estava aprontando alguma coisa não saía de sua cabeça.

– Eu acho que você está com ciúme.

– Eu, ciúme? De quem?

– Do Manu, é claro. Você deve estar se sentindo carente agora que terminou com Tomás. Como estão as coisas entre vocês dois? – Léo cruzou os braços, como sempre fazia quando começava uma conversa séria.

– Ah, nós conversamos, porém decidimos ser só amigos. Eu o perdoei, mas não quer dizer que eu tenha esquecido o que aconteceu. Não quero estar com alguém com quem eu não possa contar se precisar. Apesar de ter me preocupado com Tomás e me sentir aliviada agora que ele está bem, ele me machucou.

– Muito bem. Jess, você precisa se valorizar. Você é bonita, inteligente e legal. Merece alguém melhor do que Tomás. E olha que isto está vindo da boca de alguém que costumava ser amigo dele.

– Você realmente acha isso? – Jess estava sensível, com mais um pouco de simpatia, ela desabaria em lágrimas. Seu coração ainda não estava curado de Tomás.

– Claro que sim! Escuta, tenho uma coisa para te contar. Nós não íamos conseguir manter segredo muito tempo.

– Nós?

– Sim. Babi e eu ficamos na noite passada. Ainda não sei o que isso significa. É como se depois do ritual, nós estivéssemos mais próximos. Deve ser isto o que você está sentindo com o Manu.

– Deve ser. Bom, já estou indo – Jess estava ressentida. Odiava quando os amigos escondiam as coisas dela. Como ela não tinha percebido? Estava na cara que Léo e Babi tinham ficado, os dois estavam felizes. Aparentemente todo mundo estava de casal, menos ela.

– Ei, quer carona?

– Não, tudo bem. Eu vou andando para casa.

Léo entrou no carro e viu Jess caminhando cabisbaixa pela rua. A casa dela não era tão longe do colégio, mas ela poderia ir de ônibus como sempre fazia. Ele se perguntou se tinha sido duro com a amiga ou talvez ela estivesse naqueles dias. De qualquer forma, tudo o que ele conseguia pensar durante o caminho todo para casa era em Babi. Será que ela tinha chegado bem em casa? Será que ela estava tão feliz quanto ele?

Era uma loucura como as coisas mudavam o tempo todo. Léo nunca pensou que fosse ficar novamente com Babi, não desde que os dois decidiram que amizade era o melhor para eles. O corpo dele estava tão quente, que ele precisou tomar um banho quando chegou a casa. Sempre que pensava em Babi, um calor se espalhava pelo seu peito e testa, fazendo-o suar mais do que o normal. O dia não estava tão quente em São Cipriano, era possível sentir o vento provocando arrepios na pele. Aquele era o efeito de Babi.

O Círculo - Os Bruxos de São Cipriano Livro 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora