- Apenas tome cuidado.

E desliga. A pessoa simplesmente desliga na minha cara!

Fico abespinhada e jogo o meu corpo contra a cama. Precisava falar com alguém sobre esse telefonema. Verifico o celular e vejo que o número desconhecido havia sumido da lista de chamadas e um sentimento pavoroso se amplia dentro de mim. Eu não havia o apagado.

Busco pelas informações da discagem e nada.

Será que foi tudo fruto da minha imaginação? Não, claro que não.

Eu precisava de ar fresco.

Realmente precisava de ar fresco.

Vou até o guarda-roupa e busco por um casaco qualquer, pois é sempre frio em Nashville. Coloco-o e pego uma bolsa com alguns trocados que eu havia guardado, depois de muito tempo trabalhando como recepcionista em uma pizzaria.

- Aonde vai, menina? – minha vó pergunta, olhando-me desconfiada. Ela ainda segurava aquele maldito jornal. 

- Vou até a cafeteria encontrar o Dylan. - menti. 

- Está frio lá fora. Não quer ficar aqui dentro? Faço chocolate quente.

- Não, vó. Obrigada, mas eu preciso tomar ar.

Saio às pressas e logo uma rajada de vento frio encontra o meu rosto. Judith, minha vizinha, assim que me vê, decide me cumprimentar:

- Bro, sabia que vai ter uma tempestade daqui a meia hora? – ela me pergunta assustada.

- Não, não sabia – respondo desinteressada, enquanto mexia nas madeixas enroladas do meu cabelo. - Não fico assistindo a previsão do tempo e ficando paranoica logo em seguida - reviro os olhos.

- Melhor voltar para casa, menina - ela avisa pela última vez. 

Reviro os olhos novamente. Será que todos querem me prender dentro dessa maldita casa? Que lástima de vida!

- Tenha uma boa tarde – digo virando-me. Vejo pela visão periférica que ela está impassível e com um ar furioso em seu semblante. Rio por dentro e comemoro por ter me livrado daquela mulher impertinente.

Assim que viro a esquina da minha rua, percebo que do outro lado, uma espécie de aparição estava em meio às árvores, observando o nada. Não conseguia distinguir seu rosto, mas sabia que pela silhueta, era uma figura masculina.

Decido apertar o passo. Depois daquela ligação excêntrica, meu corpo estava sentindo uma tensão enorme. Acendo um cigarro e sinto a fumaça pelo meu rosto.

Olho para trás e ele não estava mais lá. Xingo mentalmente e começo a correr, por instinto. Seja lá para onde esse homem tenha ido, ele não iria me pegar de jeito nenhum!

Chego à cafeteria cinco minutos depois. Eu não era uma pessoa de praticar muita atividade física, portanto, meu corpo cansava rapidamente. Logo, eu estava levemente suada e um pouco esbaforida.

- Um croissant e um cappuccino, por favor – digo a atendente. Ela anota os meus pedidos e vai até a cozinha.

Pego o celular da minha bolsa e disco o número de Dylan, já que a casa de sua tia ficava a uma quadra dali. Nós poderíamos nos ver naquele exato momento.

- O telefone está desligado. Por favor, tente mais tarde.

Bato o telefone celular na mesa com a toda a minha força e atraindo olhares confusos para mim. Engulo em seco e volto a olhar a tela que agora estava rachada. Amaldiçoo-me e bato na minha testa três vezes por ser tão sem-noção. Uma menina apavorada pelo desconhecido, com certeza.

- Seu pedido, moça – diz a atendente ao entregar os meus devidos pedidos.

- Obrigada.

Como tudo rapidamente, pois nem tinha percebido o tamanho da minha fome. Meu celular que estava sobre a mesa, toca novamente. 

Número desconhecido.

Fiquei alguns segundos olhando para aquela tela e ouvindo a música estridente das Spice Girls. Deslizo para o canto esquerdo em '' desligar '' e encerro a chamada. Não estava mais aguentando. Não queria ser piada de ninguém, muito menos de um desconhecido qualquer que decide bancar o vidente de uma hora para outra.

As pessoas deviriam parar de assistir filmes estilo Premonição.

Pago a conta e vou direto para a casa. Precisava descansar, pois no dia seguinte eu teria uma longa viagem para fazer.

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Beijada pela Morte | livro umWhere stories live. Discover now