Capítulo 16: Ovo de Dragão

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Floresta da Infinita Escuridão

Terra

Ao pôr do sol, os quatro se reuniram de volta na entrada da floresta, onde passaram a noite anterior. Não haviam conseguido encontrar o carvalho branco. Parecia não haver nenhum. E se os demônios tivessem mentindo? Eles costumam fazer isso bastante. Se fosse realmente uma inverdade, eles não tinham mais forma alguma de encontrar a entrada para a toca das Feras. Elena compartilhou esses pensamentos com os outros, que concordaram e estavam pensando em uma forma de localizar o ovo de dragão, mas apoiaram o fato de que, naquela noite, não iriam fazer a busca, mesmo a floresta não tendo mais perigos, ela ainda era a Floresta da Infinita Escuridão. Se durante o dia já tinham dificuldade de enxergar, à noite, então, não viam um palmo na frente de seus narizes.

Após jantarem um gizado de frutas colhidas na floresta, eles foram dormir ainda tentando encontrar uma forma de localizar o ovo. Naquele sono, Elena sonhou com Leonard, e, mais do que isso, o viu através do poder que recebera de Anúbis, o deus egípcio da morte que a acompanhava.

Elena não reconheceu o lugar onde estavam, percebeu apenas que era um barco, pois balança enjoativamente de um lado para o outro. Via Leonard tomando banho; gostou e sentiu saudade do que viu. Ele parecia bem, apesar de ela não saber o que estava acontecendo com ele. Minutos depois, ele saiu do chuveiro e vestiu uma roupa confortável de dormir. Quando saiu do banheiro, viu a garota deitada em uma cama de casal, na qual ele deitou, ao lado dela.

Ela sentiu ódio.

Não esperava que pudesse sentir ódio de uma pessoa. Não um tão forte assim. Era como se não fosse ela; nunca havia odiado ninguém na vida. Mas agora...

Cortou a visão e acordou de volta na Floresta. Não queria ver aquilo. Aquela cena que tanto a magoava, que a fazia ter raiva. Não esperava a hora de trazê-lo de volta. Já era de manhã, e sol nascia ao leste, contudo, apenas um pequeno filete de luz passava por entre as montanhas que cercavam o Vale Aosta; a luz mirava exatamente uma única árvore que, durante alguns segundos emitiu um brilho intenso, mas logo apagou.

Encontre a árvore que não pertence à Floresta da Infinita Escuridão, Elena pessoa, sem dúvida, uma árvore brilhante como aquela não pertence a aqui. Ela memorizou a posição da árvore, acordou aos outros e contou o que vira.

– É lá. – Ela garantiu. – Sem dúvida que é a morada das Feras.

Após o café da manhã que, como a janta, foi feito de frutas das árvores da região, eles iniciaram a longa caminhada. Pararam diante do imenso carvalho branco depois de mais de três horas andando sem parar. Estavam cansados, mas satisfeitos, pois encontraram o lugar que desejavam. Os três descansaram, enquanto Elena, ainda de pé, fitava a árvore esperando que ela revelasse o segredo da entrada.

Ela não irá revelar o que deseja dessa forma, a Voz em sua cabeça avisou.

O que quer dizer? Elena retrucou; agora, a Voz já não era assustadora, mas era sim uma velha amiga; alguém com quem poderia contar.

Que você precisa abrir a porta.

Como?

Você sabe como.

Anatsuru kabara: aperire. Ela disse alto o bastante para que os companheiros ouvissem; tais palavras significam "chave mestra: abrir", que é um feitiço demoníaco na Língua Proibida usado por Artistas para abrir qualquer porta que esteja magicamente fechada; portas meramente trancadas bastava apenas a palavra "aperire".

Um buraco surgiu no chão com uma escada que descia para as sombras. Era a entrada do covil onde o ovo que tanto desejavam estava. Assim que perceberam o que aconteceu, os outros levantaram e, com Elena na dianteira, desceram as centenas de degraus.

Afterlife: MundosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora