Prefácio

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2005

- Não, Austin! Larga o meu pé. Eu vou cair... - Jenna reclama comigo quando puxo o pé esquerdo dela. Deitado sobre a grama, ela levanta-se e corre para longe de mim.

- Mas então não fuja de mim, ainda não terminei de lhe fazer cócegas! Você perdeu a aposta!

Estamos no quintal da casa de Jenna, rolando na grama como todo final de semana fazíamos.

Jenna e eu somos amigos de infância, hoje somos adolescentes e por mais que a considere uma melhor amiga, eu a amo. Amo e não é de hoje! Mas há um porém, ela me quer só como amigo e eu deixo que continue assim para não nos distanciarmos caso ela saiba. Não quero ter de perdê-la nunca.

- Jenna, você não vem? - Pergunto levantando-se e indo atrás dela.

Jenna é uma garota linda. Sou apaixonado por ela desde que eu me entendo por gente. Ela me arranca sorrisos mesmo quando estou triste e mesmo quando a vida me dá rasteiras. Rasteiras como a do meu pai. Ele foi embora, me deixou com minha mãe e irmã sozinhos. Minha mãe teve que se virar para cuidar da nossa família caso contrário estaríamos perdidos. Ela trabalhava dobrado como cozinheira e sustentava a casa sozinha.

Hoje não me preocupo em não ter um pai, porque o amor da minha mãe supre toda necessidade da falta de ter um pai. E meu padrasto o Edward, acaba que meio sendo pai por me aturar desde que eu tinha 10 anos.

- Ei Austin! - Jenna olha para mim e estira o dedo do meio. Ela começa a bolar na grama.
Faço o mesmo.

Nossos corpos se encontram na grama, quentes e suados. O dia está nublado mas o sol continua quente. Estamos em Chicago, cidade de Illinois. Mais precisamente no bairro Rogers Park. A população de Chicago é de 2,8 milhões de habitantes ou 9,5 milhões em sua área metropolitana.
Estamos no verão e aqui pode-se chegar até 40 graus centígrados.

Sua respiração está ofegante assim como a minha. Estamos lado a lado olhando para o rosto um do outro.

Jenna é tão linda que chego a sentir ciúmes. Ela não tem namorado, na verdade nunca teve. Aconteceu um rolo com um menino da escola mas nada sério.

De repente somos pegos de surpresa pela senhora Julia que chama a Jenna dizendo que precisa ter uma conversa séria com ela e pede que eu vá para casa.

Dias depois.

Segundo pior dia de toda a minha vida. O primeiro fora descobrir que meu pai morrera em um acidente de carro enquanto dirigia bêbado. E por mais que ele tenha nos deixado há algum tempo eu senti a partids dele. Agora era ela que partia.


Jenna estava partindo de Chicago, não podia falar para onde estavam indo, o padrasto dela é fugitivo da polícia por agredir sua mãe, ligara para a senhora Julia, na semana retrasada. Por medo, ela decidiu sair daqui sem dizer nada a ninguém.

- Eu sei que nós fizemos um juramento. Juramento esse que hoje está sendo quebrado. - Jenna chora ao me ver chorando da mesma maneira.
Hoje, Jenna vai embora. Vai levar com ela um pedaço de mim.

Me dá uma dor no peito. Quando vou poder vê-la novamente?
S

into sua falta a partir de agora. Sinto falta das nossas conversas, das nossas brigas por ciúmes quando crianças, das nossas brincadeiras.


- Eu sinto muito, sinto muito, Jenna. Eu não queria que você fosse embora, não agora. Não dessa vez, não queria nunca. - abracei Jenna como esse fosse o último abraço da minha vida.

Eu sinto falta do cheiro dela, da risada, de seus olhares para mim quando achávamos graça em algo e só bastava um olhar pra gente saber do que se tratava. Eu queria poder dizer a ela que não poderia ficar longe dela, dizer o quanto a amava e o quanto a protegeria caso seu padrasto viesse a perseguir. Mas eu era apenas um adolescente. Um adolescente magricela, sem nenhuma aula de defesa pessoal ou algo do tipo.

Então eu prometi que nunca a esqueceria, que ela seria sempre minha menina, minha melhor amiga. Seria sempre o meu amor, nem que fosse apenas em meus pensamentos.

Eu sabia que iria amá-la para sempre. A fiz prometer a mim a mesma coisa, pedi que nunca se esquecesse de mim. Ficamos abraçados por um longo período. Dei minha pulseira a ela, a inicial do meu nome.

E então, Jenna foi embora.
E

u estava destruído. Destruído por dentro, destruído por fora. Todos podiam notar que eu estava na pior. Eu a amava mais que tudo. Eu a queria para mim, ao meu lado para sempre. Eu a desejava, eu não queria que nada de ruim pudesse acontecer a ela, muito menos à sua mãe. Elas não mereciam passar por tudo isso.


Seu padrasto nunca parava de perseguir sua mãe. Ele nunca aceitou o fim do relacionamento deles dois. E a senhora Julia vivia morrendo de medo. Uma vez ela foi na padaria da esquina, ele estava de tocaia, saiu atrás dela. Ele a empurrou para um beco escuro e quase a enforcou. Por sorte, um morador de rua, conhecido da Julia a ajudou. E ela ligou para a Polícia de Chicago. Tudo foi resolvido. Mas de uns dias para cá informaram que ele saiu da cadeia. Estava na condicional.
Por isso a Julia e a Jenna tiveram que sair daqui para ele não as perseguirem. Saíram sem dizer nada a ninguém para não pôr à risco a vida das pessoas.

Estou perdido.

         

                               ×××

          

Oi!!!

Livro concluído ✔
REVISANDO.
Só tenho a agradecer a cada leitor aqui, obrigada por comentarem e por darem as estrelinhas e por sempre me apioarem.

Adicionem em suas leituras.
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Estarei revisando o livro após ele ter sido concluído. Mas irei deixar aqui.

Muito obrigada!
R P Medeiros

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