Sérgio não consegue escrever

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Sergio estava sentado de frente para sua maquina de escrever, ainda o incomodava em usar um computador ou um notebook, as ideias não vinham, sua editora há tempos vinha cobrando por um novo livro, pois há cinco anos editou seu ultimo livro que foi premiado como o melhor livro de romance, ganhou prêmios e viagens para divulga-lo. Seu casamento nesta época vinha atravessando dificuldades, Sonia era sua editora chefe, muito ocupada e se dedicava praticamente 100% em seu trabalho, por um lado adorava que Sergio permanecia em casa, a vida dos dois era bem tranquilo e sem bagunça, um filho os tiraria totalmente da rotina, então não queria filhos, dizia que não servia para ser mãe, Sergio acabou se afastando neste período, aproveitando as viagens do lançamento, mas nunca pensou em se separar, só queria força-la a decidir em dar-lhe um filho, mas não foi isso que aconteceu, depois de três meses viajando direto, ao voltar para casa achou apenas o apartamento vazio e com as coisas dele e um envelope contendo a minuta do divórcio, nada mais. Ficou arrasado e destroçado, jurou que jamais amaria novamente, o sofrimento não valia a pena, depois disso não conseguiu escrever um bom livro, todos neste período foram recusados.

Larissa corria pelo saguão do aeroporto, estava atrasada e precisava se apresentar em seu novo trabalho, uma aeromoça dedicada, jovem, divertida e linda. Há três anos descobriu que seu noivo a traía com uma aeromoça de outra companhia aérea, o barraco foi geral e resolveram terminar, prometeu a ela mesmo que por um bom tempo não queria se envolver emocionalmente com outro homem, fechando seu coração. Há um ano se mudou para um apartamento onde seu vizinho era um chato e irritante, não a deixava ouvir o som alto e sempre dava um jeito para deixa-la nervosa nas reuniões de condomínio, chegou a vender o carro, pois ele sempre arrumava um jeito de brigar com ela, pois a melhor vaga na garagem ficava praticamente de frente para o portão e pra ela era fácil de estacionar, mas ele implicava e a fazia tirar do lugar, muitas vezes deixou de pegar o mesmo elevador com ele só para na respirar o mesmo ar.

_ Bom dia!..._ Diz sem fôlego para a recepcionista da companhia VALUZ.

_ Bom dia!...A senhorita esta atrasada, siga o corredor, terceira sala, todos te esperam! Boa viagem.

_ Obrigada!

Ela corre pelo corredor e entra na sala tão rápido que quase derrubou a porta.

_ Ah!...Desculpe!

O Diário romântico de um jornalistaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora