›» Capítulo 11 «‹

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– Você está mentindo! Já percebi que quando você mente não consegue olhar para a pessoa, fica ou brincando com a mão ou olhando para o nada. Você é péssimo, Benjamin – ela diz e se aproxima de mim. – Além disso, eu não quero beijar você. Se quisesse eu já teria feito.

Cara, ela não tem amor no coração. Ah, qual é, eu duvido que isso seja verdade. Aposto que se eu me aproximasse bem devagar, ela não resistiria. E é exatamente isso que eu faço. Levanto da cama e caminho até ela, que está parada no outro canto do quarto. Conforme eu me aproximo, ela anda um passo para trás, tentando se desvencilhar de mim. Porém, sou mais rápido a ponto de passar uma mão em sua cintura e a outra em sua bochecha. Ela leva sua mão até o meu peito e me olha desafiadoramente.

– Você acha que eu vou cair nessa, Ben? – ela diz me empurrando calmamente até a minha cama.

– Minha querida, ninguém resiste a mim.

– Vamos ver quem ganha essa guerra.

E então ela me joga na cama e passa suas mãos em meu peitoral nu, me arrepiando. Suas pernas vão ao redor da minha cintura, e algo que eu nunca senti antes incendeia o meu corpo. Se controla, Benjamin. Sei que não vou conseguir se ela continuar fazendo isso. Com nenhuma garota foi assim, o que ela está fazendo comigo?

Andrea aproxima o seu rosto do meu e vai até meu ouvido, sussurrando:

– Nunca duvide de mim, muito menos me desafie – e sai de cima do meu corpo, deixando-me desamparado e com uma enorme cara de tacho. – Eu sei que você quer.

– Eu não quero.

Eu quero.

Eu quero.

Eu quero pra caralho, mas não vou dizer isso.

– Já que você não vai me levar embora, eu vou caminhando. Não tenho o dia todo – ela diz andando até a porta, mas para quando vê uma prateleira ao lado da porta que contem uns livros e a garrafa. A carta.

Corro até a prateleira e pego o vidro, escondendo atrás de mim – como se fosse adiantar alguma coisa. Andrea continua parada como se tivesse visto um vulto. Eu apenas guardo dentro do guarda-roupa e deixo quieto. Se ninguém nunca se interessou por aquilo, por que Andrea se interessaria?

– Benjamin, agora é sério – ela diz se aproximando de mim. – Deixe-me ver aquela garrafa.

– Não tem nada demais ali – digo.

– Se não tem então me mostre – Andrea insiste olhando em meus olhos.

Eu não resisto e volto a pegá-la. Por que ela queria tanto? Por que ela é tão insistente? Por que ela me cativa? Por que eu tenho que fazer tantos questionamentos?

Andrea só falta ter um ataque do coração quando eu entrego a garrafa em suas mãos. Ela abre rapidamente a carta, lendo o conteúdo. Conforme faz isso, percebo que ela fica parada como uma estátua, e logo comecei a me preocupar. Me aproximo e sento novamente na cama junto dela.

– Onde você achou isso? – ela pergunta me encarando.

– Em uma praia próxima daqui.

– Caramba... – ela deixa em aberto e a minha curiosidade só aumenta.

– O que??

– Nada. Guarda isso para você, não mostra para ninguém, entendeu? – Andrea devolve a carta para mim, mas percebo um certo receio. – E para de me olhar, por favor – finaliza.

– Eu gosto de te olhar.

– Dá para você... Parar de dar em cima de mim por um minuto?

– Um minuto? Só se me contar por que você ficou toda preocupada com essa carta – falo calmamente me levantando e colocando a garrafa de volta na prateleira.

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