A batida da música invadiu suas entranhas, fazendo-as dançar como se o mundo dependesse daquela energia contagiante. Seus corpos se moveram em sintonia com o ritmo, fluindo em movimentos sensuais e cativantes, embalados pelo efeito da bebida. Hailey era mestra em deixar as preocupações para trás e se entregar completamente à atmosfera vibrante da boate. Assim que a música chegou ao fim, o DJ não perdeu tempo e iniciou outra faixa, mantendo a energia pulsante que impulsionava os corpos no centro da pista de dança.

Em meio à empolgação da música e dos movimentos hipnóticos, Evelyn sentiu uma mão pesada pousar em seu ombro, interrompendo momentaneamente sua dança. Ao se virar, deparou-se com um homem alto e visivelmente embriagado. A morena, sem dar muita atenção à sua presença, apressou-se em segurar o braço de Hailey e a conduziu para um canto escuro, buscando escapar do intruso indesejado e retomar a diversão sem interrupções.

— Preciso encher a cara.

Hailey caiu na risada e balançou a cabeça, sabendo muito bem do que sua velha amiga precisava. Ela caminhou em direção ao balcão, encurvou-se sobre ele e cochichou no ouvido do barman. Em questão de segundos, ele preparou duas bebidas e, com uma expressão sarcástica no rosto, as estendeu para elas.

— À vida! — Hailey falou, erguendo o copo com o líquido avermelhado.

Evelyn franziu o cenho. Ela nunca foi uma santa em sua vida, mas afinal, quem se importa? A loira brindou e, em apenas um gole, tomou a bebida.

— Posso estar casada, mas céus, estou viva! — Comemorou Hailey, erguendo-se e desaparecendo na escuridão do lugar.

Enquanto permanecia sentada no banco, Evelyn apertava suas mãos contra o assento macio, podendo ouvir a pulsação de seu coração na orelha, e sua respiração ficava pesada. Em um piscar de olhos, viu-se novamente no centro da pista, dançando freneticamente ao som da música. Hailey enlaçou seu pescoço, e as duas começaram a dançar, como se o mundo não existisse naquele momento.

Ao se afastarem, elas se encararam e caíram na risada. Naquele instante, o lábio superior de Evelyn se curvou discretamente para cima. Elas caminharam em direção aos divãs que ficavam no canto próximo à saída de emergência, enquanto a loira sentia os músculos de suas pernas repuxarem.

— Estava mesmo precisando da energia deste lugar — confessou ela, fazendo uma careta divertida para Hailey. — Me sinto tão bem.

Hailey inclinou a cabeça para trás e soltou uma gargalhada. A noite estava apenas começando.

— Agora me fale, não está chateada porque ainda, sei lá, sente algo por Michael Bolton? — Perguntou Hailey distraída.

Evelyn fez uma careta de espanto. Era óbvio que não sentia absolutamente nada por aquele cretino, apenas não queria estar no mesmo lugar que ele ou seu padrasto.

— Está louca?! — Perguntou, com uma expressão de espanto no rosto. — O que sinto por aquele desgraçado é ódio, e apenas isso — Respondeu com desdém.

— Ok, não está mais aqui quem perguntou — disse Hailey, erguendo ambas as mãos para o alto. — Só não vá matá-lo — concluiu, caindo na risada.

— Engraçadinha.

Hailey franziu o cenho e mordeu os lábios. Evelyn arqueou a sobrancelha e engoliu praticamente o uísque que estava no copo.

— Só acho errado querer usar o pobre irmão do noivo como um motivo para causar ciúmes desnecessários em Michael, já que não gosta mais dele — apontou Hailey.

— Quero vê-lo se autodestruir por dentro como fez comigo — Resmungou a morena enquanto fazia uma careta. — Devemos dançar conforme a música e ninguém precisa saber desse fato, apenas você está sabendo, não vejo mal nisso.

Amor  Por AcasoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora