Dando passos

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Eduard

Quando eu era pequeno e presenciava as discussõee de meus pais eu prometi a mim mesmo nunca casar...naquela época eu imaginava que casamento era todo igual, com gritos, ameaças e chamtagens ... eu raramente vi momentos de carinho e felicidade entre eles..em muitos desses momentos ruins meu pai saía de casa ameaçando não voltar, mas sempre regressava.
Com o passar do tempo percebi que minhas bases sobre casamento eram fracas e infundadas já que a relação de meus pais era muito mau exemplo, mesmo assim não cresci fascinado ou pensando em casar...Lia foi a reviravolta em minha vida...o que me desinteressava passou a me interessar e me transformei num homem apaixonado acabando por empurrar minha garota até ao altar...
Brigar com ela é difícil e não me traz nada de bom...ela se tornou a minha prioridade eu daria minha vida para ela ou por ela...
Sei que ela está desiludida comigo e isso doi muito mais que qualquer outra briga, seu olhar de desilusão e frustação por minha atitude doi tanto em mim... Como falar para ela que eu amaria ser pai...que ter um filho seria a minha oportunidade de ser um pai que eu nunca tive e dar para ele ou ela uma familia com tudo que eu sempre desejei para mim...desde que ela surgiu em.minha vida e despertou tudo dentro de mim é tudo que eu mais quero... mas a troco de ficar sem ela? Como posso eu ser egoista em ficar feliz com a possibilidade de sentir tudo isso e me tornar ainda mais realizado, a troco de ficar sem minha alma gemea, sem minha melhor amiga, minha companheira, minha mulher, mimha vida! Eu não suportaria sua perda...não...não...

Fecho meus olhos e deixo que as lágrimas dominem meu medo, há muito tempo eu não me encontrava tão perdido e nem chorando e temendo desse jeito...

Fico ali por muito tempo, apenas sentindo a brisa do mar, o vento gelado e o calor de minhas lágrimas eecorrendo por minha face...libertando um pouco de minha angustia...

Quando regresso a casa Lia está deitada no sofá, encolhida aparentando frio.. Fico olhando-a por algum tempo e mais uma vez o medo de a perder preenche minha mente e meu peito...é tão injusto...
Aproximo-me e sinto seu perfume...faço muito levemente algumas caricias em seu cabelo, ela continua dormindo...seus olhos fechados rodeados por grandes olheiras me fazem acreditar que esteve chorando e isso aumenta minha dor e minha tristeza...
Me lavanto e me dirijo ao quarto, abro nossa cama e volto a descer para a trazer para o quarto. Tento fazer tudo muito devagar para não a despertar...pego em seu corpo e subo até ao quarto, levemente a coloco na cama, não preciso retirar sua roupa porque ela já estava apenas com uma tshirt larga minha que ela sempre gosta de usar...quando termino de a pousar ela gira seu corpo se virando para um dos lados, fazendo sua camisa subir até sua cintura.. observo sua barriga...tão lisa ainda não revelando sua gravidez...
Lutando com minha mente e meus pensamentos decido toca-la, nosso bébezinho, meu filho... retiro a mão, não sei se devo me apegar a ideia de ser pai...não sei o que devo sentir... eu só queria que todos esses problemas nos deixassem ser felizes...Beijo sua testa e quando me levanto ela acorda assustada.
-Eduard...
-Sim sou eu...pode dormir... - Falo...
Ela volta a fechar os olhos e logo sinto sua reapiração mais lenta e sei que dormiu...
Tomo um banho e como não sinto sono vou até ao eecritório e decido trabalhar um pouco, não que precise mas isso prende minha mente por algum tempo.

Quando termino regresso ao quarto, Lia está acordada noto pela sua respiração, talvez ela não queira falar comigo e eu também não quero piorar a situação, deito na cama, e fico olhando o teto sem toca-la durante uns breves instantes...

"Isso não faz sentido Eduard" " Vocês nunca brigaram e ficaram sem falar ou de costas voltadas" " Também estou sentido com sua atitude de não me incluir na sua decisão, mas eu a amo e acima de tudo a respeito e não quero nem suporto este mau estar entre nós..."
Minha mente vai revisando nossa discussão e vivo durante um instante um conflito interior...
Eu sou muito mais que um teimoso e nossa relação estará sempre acima de tudo...Viro para ela e a abraço...ela não reage mas sua pele fica arrepiada, o normal a meu toque...
Aperto-a um pouco mais, quero que sinta meu amor, minha presença...beijo seus ombros e mesmo assim ela não tem reacção...
-Eu te amo meu amor... nunca se esqueça disso...não vou me justificar porque não é a hora certa mas entenda que o medo de te perder me domina... -Falo para ela. Estou abraçado a seu peito e instintivamente coloco uma mão em sua barriga, não me lembrei de imediato do facto a gravidez, não que eu esqueça porque não é isso, é só que os gestos em apreciar ou criar laços ainda é uma coisa não tão natural pelo medo que isso me transporta...mas ao tocar sua barriga noto sua mão ali, e sei que tenta ligar-se ao nosso filho e isso me faz ama-la um pouco mais...ela é determinada, uma mulher que apesar da luta constante com a vida nunca baixa as armas e sempre batalha pela razão e pelos que ama...fez isso comigo, faz isso com sua familia e agora com o bébe... Coloco minha mão sobre a dua e faço pequenas caricias "neles"...sinto sua respiração acelarar e sei que se não está chorando em breve estará...
-Tudo que eu quero nesta vida é te ver feliz...me perdoe de todas as vezes que não cumpre nossos votos de casados...mas eu te amo muito e nada me faria mais feliz que ser pai Lia... é só que fica horrivel este sufoco de poder perder você! Eu acho que não suportaria tamanha dor...
Ela só chora e continuo abraçando-a e fazendo carinho nela... aos poucos ela vai controlando sua respiração e não chora mais...algum tempo depois ela dorme e eu fico velando seu sono...

Meu chefe rendidoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora