Capítulo 31 ( Parte 2 )

44.5K 2.8K 5.5K
                                    

Z A Y N.

" Você não tem o direito de me pedir uma coisa dessas..." Digo olhando para a garota que não parava de chorar." Não pode me pedir isso." Por algum motivo no momento não consigo me ver tirando a vida dela, é estranho me sentir assim, como se pela a primeira vez na vida me importasse com alguém que não seja eu mesmo. No entanto sei que morrer seria a melhor opção em seu ponto de vista, mas não é no meu. Acho que não me vejo mais sem ela, por mais louco que seja. Não é um sentimento amoroso, é algo egoísta, pois sei que depois que ela morrer não poderei ter outra virgem, e se pudesse, ninguém me enfrentaria como ela faz. Skye me desafia sem saber, estamos em um jogo doentio que eu mesmo criei e adicionei as regras, e parece que ele virou, agora ela que está vencendo, enquanto eu apenas perco o jeito e esqueço como funciona as partidas. Nunca pensei que poderia ser tão difícil vê-la dessa forma, e para piorar a dor que se instala em meu peito, a culpa é minha. Eu quebro as coisas, e destruo as pessoas, mas não planejava quebra-la. Sou dono de uma alma condenada que agora depende de uma corrompida. E as poucas chances que me restavam evaporaram, me trazendo lembranças que sempre me assombraram.

" Você é a última pessoa que deve falar sobre direitos, logo você que não tinha o direito de fazer o que fez, e que tirou as pessoas que eu amava." Ela diz apertando o colocar em seu pescoço com mais força, e então volta a me olhar, fixando seus olhos nos meus. " Você me destruiu, e se não não fizer o estou pedido, pode ter certeza que eu irei te destruir e não vou parar até conseguir."

" Boa sorte, vai precisar para encontrar algo que não esteja destruído dentro de mim." Respondo ainda encarando seus olhos, guardando o colar que havia dado a ela no bolso de minha calça de moletom. Sua expressão muda para algo irritado ao perceber que minha resposta serve como um não para seu pedido, fazendo com que a garota avance para cima de meu corpo cravando as unhas em minha pele, arranhando meu pescoço, braços e barriga. Assim que consigo segurar  em seus pulsos, ambos nos olhamos com a respiração ofegante, no entanto seu momento de calma não dura muito, e logo estou forçando minhas mãos em seus pulsos para que ela não me machuque, ou para que eu não a machuque mais. Jogo ela no chão com um certo cuidado e me coloco sobre ela, prendendo suas mãos, uma de cada lado de sua cabeça. " Escuta, você querendo ou não sempre será a minha Baby Girl ! E vou cuidar de você, depois disso, não te colocarei mais em nenhuma sala de tortura...eu prometo."

" Pegue suas promessas e as diga para alguém que queira viver ao seu lado, seu monstro!" Ela berra o mais alto que pode. Aquilo me tira do sério, mas realmente quero mostrar a ela que não a machucarei, por isso não darei o que ela tanto quer para que possa me odiar mais do que já o faz.Tiro a algema que havia pego em cima da cômoda e torno a prender seus pulsos, para logo em seguida levantar a garota descontrolada e sair do quarto do idiota do Alexander. Por saber que ela pode tentar algo contra mim durante a noite, e que a última coisa que ela faria seria dormir comigo, levo-a para o último quarto no fim do corredor do segundo andar. É um cômodo simples, confortável, e sem cores fortes, contendo apenas uma cama de casal, as mesinhas de cabeceira, quadros nas paredes, um armário e o banheiro. Com a pequena chave já em mãos, me aproximo da única mulher que me tem de quase todas as formas possíveis, deixo um beijo demorado em sua testa e a solto, indo direto para a porta.

" Vai ficar tudo bem, Baby Girl, eu juro." Digo com sinceridade antes de fechar a porta atrás de meu corpo e trancar a garota lá. Enquanto caminho pelo o corredor, escuto ela gritar várias ameaças e espancar a porta.Eu não peço desculpas, e nem pretendo pedir algum dia, no entanto vou para o meu quarto pensando se fazer isso me ajudará com ela. E no meio do caminho dou ordens para se livrarem do corpo de Alexender, limparem o ambiente e para mandarem Isaac me encontrar em meu quarto. Ao passar pela a porta, meus olhos param imediatamente na palavra " assassino" feita com sangue, que descia pela a parede branca. E depois para o chão repleto por vidro. Fecho os olhos soltando um suspiro cansado, e me sento na cama apoiando os cotovelos nos joelhos, cobrindo a boca com as mãos. Suas palavras ficam fixadas em minha mente, me deixando ainda mais frustrado. O fato é que ninguém quer viver comigo, e não quero ninguém ao meu lado além daquela maldita garota. Quero que ela fique comigo mas por vontade própria, quero que ela tome alguma atitude para poder receber o prazer que apenas eu sei dar, e quero ter a chance de mostrar que sou capaz de fazer com que ela viva coisas inesquecíveis- por mais que eu não saiba lidar com muitas coisas relacionadas ao mundo dela. Posso ser um monstro, só que fui criado assim, não sei lidar com sentimentos novos ou ter que agir de forma diferente com outras pessoas- que nesse caso é ela- no entanto, preciso da ajuda dela para saber lidar comigo mesmo e com essas coisas novas, e para isso, tenho que me concentrar em fazê-la voltar ao normal. " O que eu faço ?" Pergunto em um sussurro antes de esconder o rosto nas palmas das mãos.

Baby Girl: LOSTOnde as histórias ganham vida. Descobre agora