Dupla consciência.

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Gerna, ponha, todas as crianças, pra fora, de casa. Fiquem, na calçada, da Nonata. Feche a porta, e não abra, pra ninguém.. fique, com os meninos, do lado de fora. Tua mãe, vai ganhar neném, em casa. Ela prefere, a d. Zeca, do que o médico, pra fazer o parto.

Ah! É hoje, pai...?

É sim. Vai logo. A d. Zeca, já chegou....

Gerna, ela, vai tirar, um neném, de dentro, da barriga da mãe?

É sim. Ela, vai fazer, o parto....

Mais, como vai sai, essa criança? Ela vai cortar, a barriga da mãe?

Cala a boca, senão o pai, vai brigar, contigo. Tu, ainda não pode, saber....

Mais, não é, só cortar, a barriga?

É não, menino. Tô, só brincando..

Te aquieta, que o pai, já está, pra chamar, a gente...

Nasceu, traz os meninos, pra ver, Gerna...

Já, pai...?

É muito, bonitinha. Bem pretinha, com, os olhinhos, negros e redondo, d. Chaguinha. d. Zeca, é boa parteira... foi muito rápido!

Vamos ver, Branco... Vamos ver?

Vamos! Mãe, ela, é muito pretinha mesmo... e está olhando, pra gente... mãe, mãe...

Oi, meu filho. Tenho, que descansar...

Mãe, sua barriga, está doendo?

Meu filho, deixe, de ser curioso. Você, ainda vai crescer, e saber das coisas.

Eu sei, mais, não tem, nada haver...

A irmã Lurdinha, já deu banho, na neném, saiam do quarto, que agora, vou dormir...

Mãe, e como vai, ser o nome dela?

É Gessonita...

... Xavier, não posso mais, dar de mamar, à neném... acho, que estou, com hepatite... já paguei as caixas, de Avon, desse mês... não estou mais, aguentando costurar... você, vaí ter, que tomar de conta, da casa, por uns dias, homem...

Não será, outra gravidez, mulher?

Não. Eu estudei, e ensinei, Mobral, recebi, muita informação, dos sintomas. Sei, quais são... não estou mais, nem urinando direito. Não, sinto isso, em minhas gravidez... tenho certeza, que estou, com hepatite.

Então se arrume, mulher. Vamos ao médico.

Não vou. Essa doença, se cura, com a dieta, e remédios caseiros. Não vou, ao médico. Todos, que vão, morrem por causa, da comida, do hospital. Sei, como devo, me alimentar, sem me prejudicar, ainda mais.

Mulher, você sabe, que sem remédio, não se cura, doentes.

Mas você sabe, que todos, que vão, ao hospital, não voltam vivos. Você não ver, a quantidade, de gente, que voltam, mortos do hospital?

Mãe, por que, seus olhos, estão dessa cor? Tá, da cor, do lápis amarelos, da Elisa...

É hepatite, meu filho...

Nonata, mulher... vamos amarrar, a de Lurdes, e leva- lá ao médico... só, desse jeito, mesmo... Oh! Mulher teimosa. essa, hepatite dela, já encroou... (se tornou cronica)...

Vamos, madrinha. Se arrume. Vamos, lhe levar, ao hospital. Não tô mais, aguentando, o seu sofrimento, também... olha, o monte, de filhos, que você, tem mulher. Você, não pode, morrer!

Os Anjos Também SofremWhere stories live. Discover now