A ira do Anjo

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          — Sean, seu idiota — murmurou ela, assim que saiu do apartamento. — Eu deveria ter me vingado, assim como planejava. 

          A garota sentia uma enorme vontade de mata-lo com sua foice. Porém, quando pensava no Sean que viu durante à noite, ela não conseguia se irritar com ele. 

          O sol estava começando a se pôr e a noite logo dominaria o ar. Tenho que me apressar, pensou ela. As criaturas malignas ficam mais poderosas à noite, complicando um pouco a tarefa que ela estava prestes a exercer. 

          Ela parou de caminhar por um momento e fechou os olhos. Quando os abriu, eles haviam se tornados azuis e grandes asas brancas haviam surgido em suas costas. Amy as bateu e começou a se levantar no ar. Logo estava voando até o local. 

          Quando o anjo chegou ao local, o sol estava quase desaparecendo e o céu pintado de vermelho estava se tornando negro. 

          Ela pousou e, então, recolheu suas asas. 

          — Assustador — murmurou, após dar alguns passos. — Atualmente muitos lugares assim têm surgido por causa de demônios. 

          O local era um prédio em ruínas. Ele deveria ter uns dez andares, mas, por estar inteiramente destruído, imaginou que não haveria acesso a nenhum andar além do primeiro. Contudo o que mais surpreendeu Amy era que o local estava totalmente envolto por uma terrível névoa negra. 

          Hesitante, a garota decidiu adentrar nos destroços do prédio. 

          A aura negra era três vezes mais intensa dentro do local. Amy, por segurança, concentrou-se e sua foice materializou-se em suas mãos. O que a fez sentir-se um pouco mais segura. Ela gostava daquela foice, já que lhe trazia boas lembranças de quando se tornou um anjo. 

          Amy seguiu em frente. O interior do prédio era mil vezes mais destruído do que o exterior. Tudo que ela conseguia ver eram destroços de cimento. Restavam poucas coisas inteiras e em seus devidos lugares. Entretanto, o que a surpreendeu era que não havia segundo andar ou terceiro. Apesar da sua aparência alta, era simplesmente uma estrutura oca, sem nada além de um primeiro andar inundado por destroços.

          — Como isso ainda não foi demolido? — murmurou. 

          Amy continuou caminhando, até que então notou um cheiro estranho. Ela não sabia exatamente do que se tratava, entretanto, parecia algo terrivelmente nojento. 

          A névoa começou a movimentar-se estranhamente, no entanto, Amy estava zonza demais para se importar com isso. Provavelmente, por causa do estranho cheiro. 

          O anjo estava prestes a desmaiar com o tal cheiro, quando algo lhe veio à mente. O cheiro que tanto a afetava, não era nada mais nada menos que sangue humano. 

          Após fazer sua pequena descoberta, a névoa, que até então mexia-se lentamente, começou a se movimentar de forma acelerada e então cercou Amy, formando um incrível redemoinho em volta dela. 

          Sua visão escureceu. 

* * * 

          Quando Amy conseguiu enxergar novamente, o prédio estava totalmente diferente. Era como se ela tivesse sido levada para outro local ou para uma época diferente. O anjo não sabia exatamente o que estava acontecendo. 

          O interior do prédio agora estava normal. A névoa, os destroços e a aparência antiga do local haviam desaparecido. Tudo estava renovado, porém Amy sabia que isso era, provavelmente, alguma distorção da realidade. 

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