Sozinho - T

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T.

Três dias.
Três dias que vivo um inferno, por mais  que passaram rápidos, mas foram três dias me segurando  para não ligar, ou ir até ela.
Aquela cena não sai da minha cabeça e toda hora que entro em meu quarto lembro dela indo embora ou ajoelhada com aquela bagunça em sua volta .
Eu sei que deve ter sido um acidente, mas; só de  pensar que ela pode ter descoberto, ou estar próximo disso o meu juízo some.
Merda, merda e merda !
Hoje é mais um dia desses, acordei e tentei trabalhar, que esforcei para me distrair,  mas os olhos desesperados não saem da minha mente.
E eu, me sinto o pior, eu sou o pior.
Como pude me tornar essa pessoa maldita, sem coração, não sem coração,  porquê em  meu coração está  esse amor louco.
Mas não quero que ela saiba o que fiz e fui capaz de fazer, erros atrás de erros.
Sábado a noite e eu aqui deitado nessa cama maldita que ainda está com o calor do seu corpo, e com seu cheiro por toda parte.
Não mexi nas coisa,  não troquei lençóis, de alguma forma preciso de sua presença para me sentir melhor.
Maldito.
-Homem de merda que você é.
Como sou capaz de machucar aqueles olhos doce, aquela moça com a voz calma e sublime.
Somos opostos, eu sou um poço de maldade e trapaça , ela apenas é um doce anjo que veio para me salvar , ou uma droga que veio para destruir minha sanidade.
E como sempre eu repito, para mim mesmo. - Só por hoje, não há  machuque, deixa-a em paz .-
Só por hoje.
E assim foram os  dias, repetindo só por hoje, quando pegava meu celular e discava seu número e depois apagava, quando passava na frente de seu hotel, parava o carro mas quando ia descer lembrava da frase.
Acho que terei que frequentar um grupo de apoio a homem contra mulheres-sedutoramente-bonitas-e-frágil.
É isso, essa fragilidade dela me domina que me faz querer protegê-la como o super homem protege Lois Lane.
Com o controle em uma mão , e alguns arquivos sobre as descobertas das infiltrações na universidade de Columbia na outra, eu tento me distrair nesse sábado.
Porra !
Ele  está tentando invadir a Ivy league, e se ele conseguir, ai será impossível deter essa rede de tráfico.
O fodido de merda é mais esperto do que eu pensei.
Preciso saber de seu paradeiro, por mais que não queira envolvê-la nesse assunto, sei também  que não há outra forma de não colocá-la no meio, ela é a única que sabe a onde o maldito está.
Me ajeito na cama no meio desses relatórios cheio de páginas e folhas brancas. Pego o meu celular e procuro em minha agenda o seu contato, a anos não uso esse número, depois de nosso rompimento forçado e daquele encontro no Brasil, nunca mais falei com ela, nunca mais quis escutar sua voz.
Me sentia culpado como estou me sentindo com Cath em ter forçado seu  afastamento . E vendo a situação que vivo hoje percebo que também  estou fazendo isso a mesma coisa, repetindo  os mesmos erros com Catharine. Mas O problema é que com ela depois que me afasto, não consigo manter minhas palavras e a procuro novamente, tentando reparar o meus erros, mas acabo fodendo tudo como sempre.
Cath desperta sentimentos que nunca senti na vida.
O que sinto por aquela mulher sexy , é algo que nunca imaginei que existiria, nem mesmo nos dias que estava mais apaixonado por Britney, querendo pegá-la em meus braços e sumir com ela pelo país, chega perto do que tento não sentir por Cath.
Ela já é minha, não tem como não ser minha, e imaginar ela longe de mim, é pior que extrair  um dente sem anestesia, ou levar um chute no saco quando faz mais de uma semana que você não dá uma .
Porra, aquilo sim é dor, só de pensar tenho vontade de cobrir minhas bolas.
Com a raiva em saber que irei ferir novamente minha ex, me sento na cama  apertando em seguida o botão ligar e o coloco em viva voz.
Silêncio e logo um alô apavorado como da última vez.
- Isaac? - ela pergunta e eu escuto sua voz ardida e aguda.
- Britney, desculpe, mas preciso de você estou perdendo o controle da situação. - olho para o horizonte vendo as luzes do outro lado do rio Hudson.
- Já sei do que se refere, em que posso ajudar?- ela está seca, na dela alguma coisa mudou .
- Ele...., como posso te dizer, eles estão invadindo Colúmbia e pelo que sei logo vem Harvard, eles irão atingir a Ivy League , ai não serei mais capaz  de detê-los
- Eu já tinha percebido.- escuto um suspiro profundo.- Isaac ele está em New York, pela última ligação que ele fez para nossa mãe, era daqui o prefixo.
Caralho, ele está rondando Columbia mesmo, eu tenho que fazer alguma coisa. A raiva que sinto é tanta que nem percebo que a coitada da folha que está em minha mão, está virando resto de folha de tanto que eu a aperto
- Você  sabe melhor que eu a forma de chegar até ele.
- Porra ! eu preciso achar outra solução Britney, eu não quero ainda usar a última cartada.
- Mas só chegando até os fornecedores da matéria, você encontrará o que procura. - de fato ela tem razão a única forma de detê-lo e descobrindo quais são seus fornecedores, mas isso envolve Cath , e isso envolve os meus sentimentos também e sem contar que isso seria mais riscos para ela.
- Por que não ? Então não venha me perguntar um  solução para tudo isso chegar ao fim.
- Eu não vou colocar ela no meio novamente.  - Grito, e logo percebo que com esse grito machuco a minha querida ex amante.
- Você ainda está com ela? - Britney pergunta, e sinto que a sentimentos em sua voz, conheço seu tom quando está se sentindo incomodada com algo, e hoje o algo e Cath.
- Não . - falo o mínimo possível para também  não  machucá-la, já feri muita gente essa semana.
- Mas sei que você gosta Zac, você não me engana .
Sim eu não a engenho pois afinal foram seis anos juntos, nunca consegui assumir um relacionamento entre nós, mas ela sempre estava presente em minha vida, nas minhas alegrias e tristezas, e também  como é muito esperta ela aprendeu a me decifrar melhor que eu mesmo. Mas acho que hoje ela não conhece esse Isaac, nem eu sei quem sou mais.
- Vai adiantar eu falar que não para você? - falo irônico.
Merda, maldita merda.
Já fodeu tudo.
- Zac, não se sinta assim por mim, já está na hora de você  passar por cima de tudo isso é se permitir ser feliz, ter a família que sempre desejou.- escuto um suspiro doido do outro  lado e ela conclui sua frase. -Éramos  muito imaturos para assumir na época o que sentíamos um pelo outro, e outra você queria experimentar todas as bocas de Stanfor,  não te culpo por ter sofrido, você nunca prometeu nada a mim.
- Por favor não vamos entrar nesse assunto - imploro com raiva, eu não sou capaz de digerir minhas atitudes e o mais fácil e parar por ai.
- Não você  precisa acordar, - ela grita. - Se você está gostando mesmo dessa moça , muito sem sal por sinal, pare de fazer besteiras, que eu sei que você faz e a assuma, mesmo se para isso ela corra riscos, vocês  terão que correr riscos juntos , só assim você terá sua vida de volta, e se é ela a única pessoa que pode te dar o final dessa história, você não acha que é porque  ela tem que ser sua. - escuto soluços do outro lado e isso já é o bastante para afirmar o quanto sou um maldito que fode com a vida de todos que se aproximam de mim.
- Ela se foi, e dessa vez eu fui muito cruel. - desabafo.
Cala sua boca filho do capeta.
Mas por outro lado preciso desabafar isso tudo vai me matar. - Eu a expulsei de minha casa, qualquer mulher no seu lugar me odiaria.
- Você  fez isso ? Puta que pariu, você é um maldito .
- Eu sei disso não precisa reforçar.
- Escuta, cria vergonha nessa sua cara e tente a reconquistar novamente, pois se ela desistir de te ajudar nesse caso, estamos perdidos, você por não conseguir o que quer e eu por estar cada dia ver minha mãe morrer de desgosto do maldito filho que ela pariu.
- Ela não irá desistir eu a conheço . - tenho mais ódio por saber que ela me ajudará da mesma forma.
- Eu vou tentar, mais uma vez , mesmo sabendo que se ela me pressionar eu vou  fujir. Eu não a mereço . - levando da cama e vou até a varando , acendo um cigarro tentando acalmar minha angústia.
- Zac, se ela te ama como eu ela irá entender sua história, e vai ver que você mudou.
- Ok, vou tentar.- tento encerrar  a conversa, que porra e essa que estou fazendo, estou sendo pior que Dr Wirths no Campo de concentração dos judeus na Alemanha, torturando uma ex com um papo sobre a atual. Cretino
- Se souber novidades sobre ele te procuro, e você se encarregue de trazê-la devolva. para você e conseguir essa fórmula. Fique bem Zac .
- Obrigada, pequena. - e como sempre sou eu que encerro a ligação, nunca fui muito paciente em ficar nos adeus, tchau, bye.
Apago meu cigarro e do mesmo jeito que queimava suas ponta vermelha, queima minha cabeça com ideias para chegar até o maldito sem envolver minha Cath . Mas isso não vai ser fácil, ela é a única que pode encontrar a matéria prima.
Olho para o fim do quarto e vejo o maldito closet, onde fiz a cagada maior do ano. Vou caminhando e tentando me entender, tentando decifrar o porque a mandei embora.
Entro no closet e vou direto encontrar a caixa maldita de recordações.
A pego.
A abro.
E vejo , vejo a foto que tirei dela naquela noite, seguro em minha mão seu retrato. Lembro da primeira vez que vi aquela mulher linda e atraente entrando sorridente, entre as luzes piscantes e o som retumbante, e percebo que naquele momento eu a desejei como nunca tinha desejado nada em minha vida, como nunca queria tanto a fama de Stanfor, as garotas que consegui e a riquezas que atingi com as vendas ilícitas. É assim caiu em mim percebendo que tudo que desejei na vida eu consegui ter e usufruir, e só não quis mais pois enjoei, mas a única pessoa que mais quis em toda minha caminhada eu não consigo ter, porque sou eu também  que a afasto.
Segurando o retrato da menina sonhadora que tinha um sorriso que ressuscitou  minha alma, eu lembro que no primeiro instante Que a vi, quis aquele sorriso comigo, pois mesmo se não fosse capaz de segurá-la em minha vida, eu teria o seu rosto iluminado salvado pelo resto dos meus dias.
Triste e feliz com a sua foto em minha mão, eu também  não deixo de ver o recorte de jornal  junto com a foto de meus país.
E mudando meu olhar para a outra foto vendo minha querida mãe está com seus olhos amendoados felizes, me recordo dos mesmos olhos me pedindo calma e falando que tudo iria acabar bem, maldito dia de sua morte.
vejo que continuo destruindo tudo que amo, que da mesma forma que ela morreu em meus braços, eu estou matando Cath em minhas atitudes.
O meu celular começa a tocar no quarto me tirando desse turbilhão de emoções, guardo tudo em seu lugar, e vou com passos firmes até ele para atendê-lo , o seguro e observo o número, e o Scoot do departamento de rastreio do Fbi.
- Diga  Scoot?
- Ela saio faz uns vinte minutos do hotel. - ele gagueja - Não  sei a onde está. O celular dela está dando fora de área, deve estar sem net.
Como ela pode ser tão cabeça dura, sair sozinha em um lugar que não conhece nada é pior sabendo que é peça chave para revolucionar um caso aqui nesse país. Mas também  nem me dei a oportunidade de avisá-la eu apenas a tirei daqui.
Aqui é muito arriscado, pois se ele descobrir sua existência, duas ou uma, ou ele tenta se aliar a ela ou a tira de seu caminho.
Tenho que ser mais rápido que ele. E sei que se irá agir será da mas aforma de sempre, a sequestrando novamente.
Dessa vez não idiota maldito.
Vou ser mais rápido que você !
- Obrigada  Scoot.- digo com raiva , e já vou discando  o novo numero de Cath, tenho que saber onde ela está.
E o pior de tudo que sei que essa conversa não será boa, pois sempre eu tenho o dom de acabar com tudo.
Então dessa vez não será diferente
Depois de alguns toques escuto um " Hello", curioso tentando descobrir quem é por trás desse número estranho em seu visor, furioso eu aperto o botão foda-se.
- Cath onde você está? Já sei que não está no hotel?
E assim eu cuspo raivoso seu nome, sabendo que já esto vestindo a armadura da arrogância, repetindo mais uma vez os mesmos atos de sempre .
Preciso de terapia! Terapia para entender esse meu sentimento por Cath. Que pelo jeito terei que conviver eternamente com ele.
- Por acaso está me vigiando? - percebo que a desprezo em sua voz, ela por mais que tentou um dia me destratar ela nunca me negou e hoje vejo que está fazendo isso tão naturalmente.
E eu tento, juro pelo santo Deus ,que como eu tento me segurar mas é impossível quando o assunto é ela.
- Digamos que vigiando não. Só estou tomando conta do que é meu .
- Eu não sou sua, idiota. - É de fato ela está mudada. Essa não é a minha Cath, ela não absorveu o meu retruque ela está me enfrentando.
A mas não vai mesmo.
- Ah é minha sim, e eu adoro ver você nervosinha, não sabe o quanto isso me excita, já estou duro aqui. - mesmo usando as palavras para afetá-la, de fato isso me deixa duro a ponto de querer fode-la a onde quer que ela esteja. Percorro minha mão pelo meu sexo duro,  o apertando por cima da minha calça de moletom, o massageio tentando acalmar o amigo que já quer trabalhar.
Mas envolvido no meu lapso de desejo escuto uma voz abafada ao fundo se referindo a minha Cath, não sou capas de identificar se é homem ou mulher, apenas um sussurro do outro lado , e sei que essa voz do além está se referindo a ela.
Já chega.
- Quem está com você Catharine? - grito, tirando a mão de meu amigão e a correndo pelo meus cabelos.
E logo em seguida ela fala - fique - mas não está se referindo a mim, e sua foz tem euforia, euforia essa que não sou eu quem estou proporcionando, comigo ela somente está falando aos berros.
Em menos de duas horas sozinha ela já ta se socializando, - É idiota ela é mais esperta que você pensava e pode ter novos amigos - pânico.
É isso o pânico está sendo injetado em minhas veias e eu não estou acostumado com isso.
- Porra, Catharine quem está com você? Diga-me ou vou pegar meu carro e ir até aí agora . Já sei onde você está. - mesmo não tendo a mínima ideia de onde ela possa estar eu a intimido para que saiba que eu posso descobri rápido o que está fazendo, mas também não seria capaz de ir até ela nunca , não vou me rebaixar nunca desse jeito a uma mulher, nem que ela se já a última ou a que mais amo no mundo.
- Escuta aqui vulto fodido- ela para e no silêncio com um suspiro infinito tentando pegar fôlego para falar continua, de novo com esse papo de vulto.-Eu estou com um amigo em uma livraria. E não irei sair ou voltar para o hotel agora, nem que você venha me buscar,  já que você mesmo disse que sabe onde está. Me deixe em paz . Caralho - e de fato ela está irritada, e eu também.
Só posso estar no meio de uma guerra- interna.
Pessoas vão a guerra por várias razões, petróleo, terras, religião mas essa guerra começou com o orgulho indigesto seu e minha prepotência inatingível, eu não costumo perde a guerra,  gostosa.
Em seguida recebo sinto o celular vibrar na minha orelha e afasto-o para ver o que se trata, é uma mensagem de Scoot.
Scoot : ela está  na livraria banner na Warren strit.
A agora sim, bom garoto.
- Você  me paga sua maldita. Estou só preocupado para que não entre em encrenca novamente.
- Não se preocupe comigo , eu sei me virar sozinha como pode ver.
- Sabe o que  menos me preocupa, é que em uma livraria uma hora dessa você só vai encontrar duas coisas, gay e velhos. Então se divirta  com seu ou sua nova amiga. Já dei meu recado pois não vou parar o que estou preste a fazer para ir atrás de você. - mal sabe ela que irei dormir, ri de meu deboche.
-Não  estou pedindo que você venha , e maldito é você  .- ela grita. - Esqueça que me conheceu um dia, vá se divertir que eu estou me divertindo a tempo, sem você . Você está me fazendo mal, me deixe seguir Isaac. Me deixe. - percebo que a súplica em sua voz , e mesmo irritada ela está implorando para eu não a encomende.
E  vendo a dor em sua voz, um buraco de ozônio abre em minha atmosfera e o pânico começa a surgir novamente. Eu estou me perdendo eu estou a perdendo, e não sei como reagir, como me expressar. Uma confusão paira em minha mente, e frases começam a ser formadas, em meus pensamentos .
Deixe ela ir.
Não, não deixe ir, implore para ela ficar.
E no meio de tudo isso , mesmo sem quer eu corto o último fim de esperança de nosso futuro juntos
- vá para o inferno – falo irritado, então ela berra rapidamente do outro lado.
-Então vá se foder . - pela primeira vez ela desliga o telefone na minha cara, e, pela primeira vez não sou eu como de costume que encerro uma ligação. É ela que dá um basta, é ela que coloca um ponto final.
Mas será que esse ponto final foi só na ligação ou ela acaba de colocar em nós dois?
Dou um soco na parede, forte o bastante para massagear minha mão pela dor . Me desespero encarando as minis luzes de New Jersey do outro lado da orla.
- Porra, será que ela não me quer mais?


Desculpem pelos erros ele não está revisado e pode ser mudado alguma coisa quando for publicado ....
Espero que tenham curtido o capitulo narrado pelo T, não deixe de votar e comentar.
Acho que a Cath está acordando ..... Vamos torcer kkkk

Temos o grupo no Waths caso queiram participar, só deixar o fone.

Recadinhos
Dois caminhos está a venda na Amazon e completo com direito a epílogo narrado por Fabrício, caso queiram o livro físico só entrar no site da editora e procurar por dois caminhos um destino.

Até sexta tenham um bom fim de semana ......

Obrigadoooo

Amor Intenso ( Degustação )Onde as histórias ganham vida. Descobre agora