Capítulo 7 - A Rosa Vermelha

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Todos olharam com olhos arregalados para o pai de Leandro que entrou na sala com uma arma apontada para o filho.

- Pai... - sua voz saiu falha e com um pingo de surpresa. Ele largou a arma como ordenado.

- Como você pode ser tão estúpido e sem coração assim? Eu e sua mãe te demos tudo, seu malcriado! - ele se aproximou do filho com um semblante frio e duro. - Vocês todos saiam daqui, e desculpa pelo que meu filho causou a vocês. Principalmente a você, Christian.

Ao final de sua fala as meninas correram para segurar C. que quase não conseguia raciocinar com exatidão mais. O levaram para fora daquela casa e - ao passarem pela porta - pegaram seu casaco que tinha caído quando ele lutava com os seguranças. O cobriram e seguiram de volta para casa.

Chegando lá encontraram com o Pai das garotas e Marlene. Isabella e as irmãs conseguiram levar C. para o quarto delas com a ajuda do Pai.

- Meu menino. - Marlene o chamou olhando seu ferimento.

- Iara, ligue para o doutor Adam, papai pegue toalhas e esquente água. - instruiu Isabella com os olhos em C., viu de soslaio Marlene assentindo. - Ivy vá tomar um banho e deite no quarto do papai, você tem que descansar, meu amor.

- Bella, o C. vai ficar bem? - perguntou a pequena com os olhos cheios de lágrimas.

- Vai sim, Ivy. Ele é forte, se esqueceu?! - tentou sorri. Ivy saiu do quarto depois de assentir, deixando só os três.

C. estava com os olhos abertos rodeando o lugar, sem parar em um ponto fixo. Bella segurou em sua mão e afagou seus poucos cabelos. C. até agora não tinha falado nada, mas suas expressões mostravam o quanto de dor sentia.

- Vou ajudar seu pai, Isabella. Se precisar de mim e só chamar. - disse Marlene se retirando.

- Eu chamo. - franziu os lábios e assentiu a olhando. Depois de ela sumir no corredor os olhos de Bella se voltaram para C.

- Bella... - ele tentou a chamar. Não conseguia segurar mais os olhos abertos.

- C. não faça esforço, o médico já deve estar vindo. Por favor, não me deixe. Mantenha seus olhos abertos, C. - uma nova enxurrada de lágrimas subiu em sua garganta, mas ela impediu que elas descessem. Abraçou Christian se curvando. - Obrigado por estar comigo. Mas não me deixe.

- Meninas ruivas... Não chorar. - ele murmurou.

- Eu sei, eu sei. Você não sabe lidar - só agora que ela percebeu que estava molhando a camisa dele com seu choro. - Ooh Deus, porque esse povo demora tanto? C, não fecha os olhos. - ela levantou secando as lágrimas. - Esse sangue que não para de sair. Meu Deus, cadê seus pais também? Eu sabia que devia ter aprendido com minha mãe como tratar desses tipos de ferimentos...

Bella não parava de falar, o que era bom, pois conseguia manter C. com os olhos abertos e ele até sorria para ela.

Marlene entrou no quarto com o pai de Bella e todas as coisas que a ruiva pediu. Logo em seguida um médico surgiu atrás deles com Iara ao seu lado.

Depois disso tudo ocorreu muito rápido, o médico avaliou o ferimento de C. e fez todo o possível para que a dor não aumentasse. Foi preciso de um tempo para ser tirada a bala e fazer todos os pontos necessários. Mas com o tempo ele superaria isso. Tudo que Isabella tinha pedido para deixar pronto ajudou muito no tempo de salvamento.

Já era bem tarde quando o Doutor Adam saiu. Aproveitado a carona Marlene foi com ele até a mansão dos Magalhães, para contar tudo aos pais de C.. Pelo que Marlene tinha explicado: a Mãe de C. não queria vir até a vila por causa de uma simples camponesa e o Pai dele nem ao menos quis saber direito do ocorrido. Isabella já esperava por isso, sabia como estavam as relações deles por meio das cartas de C., porém foi inevitável não se sentir surpresa.

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